Canto Alegretense
(Antonio Fagundes, Bagre Fagundes)
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
Mates De Saudade
Mates De Saudade
(Léo Ribeiro de Souza, Albino Manique)
Nas horas largas nos meus mates de saudade
Quando a cidade já acende seus luzeiros
Vou relembrando na tristeza que me invade
Os fins de tarde nos meus tempos de campeiro.
Cantava junto com os ferreiros no pomar
Só prá quebrar a quietude da campanha
E agora tendo tanta gente ao meu redor
É bem maior a solidão que me acompanha
Goteja prantos lá no céu sobre esses ranchos
Quando um carancho como eu foge do ninho
E sorve mates nesta busca de si mesmo
Ou vaga e esmo na procura de carinho
As vezes boto minha roupa endomingada
Nas madrugadas dos bailões de chão adentro
Seguro as ânsias de voltar pro velho pago
E tomo uns tragos prá esquecer o desalento
Componho o mate e aproveito a mesma erva
Que ainda conserva um gostinho lá de fora
Um dia destes pego os cobres de reserva
Boleio a perna em algum trem e vou me embora
(Léo Ribeiro de Souza, Albino Manique)
Nas horas largas nos meus mates de saudade
Quando a cidade já acende seus luzeiros
Vou relembrando na tristeza que me invade
Os fins de tarde nos meus tempos de campeiro.
Cantava junto com os ferreiros no pomar
Só prá quebrar a quietude da campanha
E agora tendo tanta gente ao meu redor
É bem maior a solidão que me acompanha
Goteja prantos lá no céu sobre esses ranchos
Quando um carancho como eu foge do ninho
E sorve mates nesta busca de si mesmo
Ou vaga e esmo na procura de carinho
As vezes boto minha roupa endomingada
Nas madrugadas dos bailões de chão adentro
Seguro as ânsias de voltar pro velho pago
E tomo uns tragos prá esquecer o desalento
Componho o mate e aproveito a mesma erva
Que ainda conserva um gostinho lá de fora
Um dia destes pego os cobres de reserva
Boleio a perna em algum trem e vou me embora
O Brasil De Bombacha
O Brasil De Bombacha
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)
Após muito tempo guardando
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil
Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira
Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão
Ao chegar no torrão de seu gosto
Vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê
Quando bate a saudade daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa
No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)
Após muito tempo guardando
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil
Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira
Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão
Ao chegar no torrão de seu gosto
Vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê
Quando bate a saudade daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa
No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece
Que Voltem As Querências Verdes
Que Voltem As Querências Verdes
(Ayrthon Nenê Caetano)
A saudade das querências verdes
Ainda faz estragos na mente do peão
Pastagens povoadas de espécies variadas
São lembranças vivas que vem e que vão
O canto do galo clarim do terreiro
Que acordava a pampa pela madrugada
Só ficou nos versos de algum cancioneiro
Cantando lembranças de antigas moradas
Encilhar o cavalo pra lida campeira
Peitear na porteira o gado alçado
Palanquear o cebruno arisco de lombo
Montar levar tombos domar aporreados
Tropeiros e tropas berrantes tocando
Sinuelo na frente dirigindo o gado
O banho de sanga a pesca no açude
A coivara rude do mato roçado
Vida campesina perdida no tempo
Embretar potro xucro curar estropiados
Na mangueira grande marcar castrar bois
A beira do fogo o mate cevado
Ouvir o mugido do gado na encerra
Colher na tapera laranjas e maçãs
Na sombra do angico estender meus pelegos
Sestear escutando o cantar do tahã
As querências verdes hoje são taperas
O cercado a porteira tudo foi pro chão
Os mourões de angico viraram fumaça
Calou-se a cordiona emudeceu o galpão
Das lides campeiras só resta saudades
E o peão na cidade ficou sem missão
Não em mais serviço pro homem do campo
Por isso que canto pedindo aos patrões
Encilhem cavalos pras lides campeiras
Arrumem as porteiras ajuntem o gado
Amarrem o cebruno arisco de lombo
Tragam para o campo o peão desgarrado
Pois ele precisa montar levar tombos
Ouvir o relincho e o berro do gado
Voltar à tapera pra colher laranja
Replantar o angico e viver sossegado
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
(Ayrthon Nenê Caetano)
A saudade das querências verdes
Ainda faz estragos na mente do peão
Pastagens povoadas de espécies variadas
São lembranças vivas que vem e que vão
O canto do galo clarim do terreiro
Que acordava a pampa pela madrugada
Só ficou nos versos de algum cancioneiro
Cantando lembranças de antigas moradas
Encilhar o cavalo pra lida campeira
Peitear na porteira o gado alçado
Palanquear o cebruno arisco de lombo
Montar levar tombos domar aporreados
Tropeiros e tropas berrantes tocando
Sinuelo na frente dirigindo o gado
O banho de sanga a pesca no açude
A coivara rude do mato roçado
Vida campesina perdida no tempo
Embretar potro xucro curar estropiados
Na mangueira grande marcar castrar bois
A beira do fogo o mate cevado
Ouvir o mugido do gado na encerra
Colher na tapera laranjas e maçãs
Na sombra do angico estender meus pelegos
Sestear escutando o cantar do tahã
As querências verdes hoje são taperas
O cercado a porteira tudo foi pro chão
Os mourões de angico viraram fumaça
Calou-se a cordiona emudeceu o galpão
Das lides campeiras só resta saudades
E o peão na cidade ficou sem missão
Não em mais serviço pro homem do campo
Por isso que canto pedindo aos patrões
Encilhem cavalos pras lides campeiras
Arrumem as porteiras ajuntem o gado
Amarrem o cebruno arisco de lombo
Tragam para o campo o peão desgarrado
Pois ele precisa montar levar tombos
Ouvir o relincho e o berro do gado
Voltar à tapera pra colher laranja
Replantar o angico e viver sossegado
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
Velhas Lembranças
Velhas Lembranças
(Ayrthon Nenê Caetano)
Deito em baixo da figueira grande
Pra cesta diária que virou rotina
Vejo-me montado no cavalo mouro
Nas lides campeiras que ainda me fascina
Ouço lá no fundo o grito da peonada
Encerrando a tropa para a marcação
E o latir dos cães ainda é tão recente
São peças que a mente prega no peão
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Os meus pensamentos já ficaram ausentes
Não sei por que a gente teima em recordar
O capão de mato a estrada das tropas
Meu peito sufoca, mas torno a lembrar
Choro de saudade do tempo antigo
É como um castigo a me machucar
Da gaita chorando na roda de amigos
Do mate de estribo quando ia viajar
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Manadas de éguas e pontas de gado
Baguais corcoveando perto do capão
Eu firme no lombo a laçar campo afora
Cutucando a espora de rédeas na mão
O moirão de angico segue imponente
Na porteira grande lá do casarão
Eu fecho os olhos e brota em minha mente
O mouro escarceando e só imaginação
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
(Ayrthon Nenê Caetano)
Deito em baixo da figueira grande
Pra cesta diária que virou rotina
Vejo-me montado no cavalo mouro
Nas lides campeiras que ainda me fascina
Ouço lá no fundo o grito da peonada
Encerrando a tropa para a marcação
E o latir dos cães ainda é tão recente
São peças que a mente prega no peão
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Os meus pensamentos já ficaram ausentes
Não sei por que a gente teima em recordar
O capão de mato a estrada das tropas
Meu peito sufoca, mas torno a lembrar
Choro de saudade do tempo antigo
É como um castigo a me machucar
Da gaita chorando na roda de amigos
Do mate de estribo quando ia viajar
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Manadas de éguas e pontas de gado
Baguais corcoveando perto do capão
Eu firme no lombo a laçar campo afora
Cutucando a espora de rédeas na mão
O moirão de angico segue imponente
Na porteira grande lá do casarão
Eu fecho os olhos e brota em minha mente
O mouro escarceando e só imaginação
Puxo o ar com força embaixo da sombra
Desta que nasceu e cresceu junto a mim
Hoje ainda é viçosa e eu já cansado
Espero calado o dia chegar o fim
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
Merceditas
Esta é a versão original deste Chamamé, escrita por Ramón Sixto Rios em 1940. Alcançou sucesso nacional na Argentina em 1967 gravada por Ramona Galarza e depois em 1973 gravada por Los Chalchaleros, mais tarde foi gravada por muitos outros intérpretes com algumas alterações tanto de letra como de ritmo, em espanhol e em português.
Para mais informações consulte:
http://es.wikipedia.org/wiki/Merceditas
Merceditas
(Ramón Sixto Ríos)
¡Qué dulce encanto tiene
En mi recuerdo, Merceditas,
Aromada florecita,
Amor mío de una vez!
La conocí en el campo,
Allí muy lejos, una tarde,
Donde crecen los trigales,
Provincia de Santa Fe.
Así nació nuestro querer,
Con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé por qué la flor
Se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
Así llegué a comprender,
Lo que es querer, lo que es sufrir;
Porque le dí mi corazón.
Como una queja errante
En la campiña va flotando
El eco vago de mi canto,
Recordando aquel amor.
Pero, a pesar del tiempo
Transcurrido, es Merceditas
La leyenda que palpita,
En mi nostálgica canción.
Así nació nuestro querer,
Con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé, por qué la flor
Se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
Así llegué a comprender,
Lo que es querer, lo que es sufrir;
Porque le dí mi corazón.
Para mais informações consulte:
http://es.wikipedia.org/wiki/Merceditas
Merceditas
(Ramón Sixto Ríos)
¡Qué dulce encanto tiene
En mi recuerdo, Merceditas,
Aromada florecita,
Amor mío de una vez!
La conocí en el campo,
Allí muy lejos, una tarde,
Donde crecen los trigales,
Provincia de Santa Fe.
Así nació nuestro querer,
Con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé por qué la flor
Se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
Así llegué a comprender,
Lo que es querer, lo que es sufrir;
Porque le dí mi corazón.
Como una queja errante
En la campiña va flotando
El eco vago de mi canto,
Recordando aquel amor.
Pero, a pesar del tiempo
Transcurrido, es Merceditas
La leyenda que palpita,
En mi nostálgica canción.
Así nació nuestro querer,
Con ilusión, con mucha fe.
Pero no sé, por qué la flor
Se marchitó y muriendo fue.
Y amándola con loco amor,
Así llegué a comprender,
Lo que es querer, lo que es sufrir;
Porque le dí mi corazón.
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Ramona Galarza
Moirão a Moirão
Moirão a Moirão
(Mauro Moraes)
De certa feita lá pelas tantas
Troquei de manhas meu andejar
Lanhei meu braço, tiro de laço
Na picardia do linguajar
Num gole feio de um tira gosto
Num buenas tardes me fui chegando
Desencilhando qualquer domingo
Onde termino me aquerenciando
E vez por outra num lusco-fusco
De brilho um forte me tapo o rastro
Onde me escapo da marcação
E num boleio de despedida
Me desespero levando a vida
Como alambrado
Moirão a moirão
Por certo ainda de muito andar
Meu fim de mundo terá lugar
E as distâncias que peregrinam
Darão aos lírios onde brotar
De palo a palo tranqueando a sorte
Por invernadas irei seguir
Arremedando os vagalumes
Meus queixumes virão bulir
E vez por outra num lusco-fusco
De brilho um forte me tapo o rastro
Onde me escapo da marcação
E num boleio de despedida
Me desespero levando a vida
Como alambrado
Moirão a moirão
Enviada por Liane
(Mauro Moraes)
De certa feita lá pelas tantas
Troquei de manhas meu andejar
Lanhei meu braço, tiro de laço
Na picardia do linguajar
Num gole feio de um tira gosto
Num buenas tardes me fui chegando
Desencilhando qualquer domingo
Onde termino me aquerenciando
E vez por outra num lusco-fusco
De brilho um forte me tapo o rastro
Onde me escapo da marcação
E num boleio de despedida
Me desespero levando a vida
Como alambrado
Moirão a moirão
Por certo ainda de muito andar
Meu fim de mundo terá lugar
E as distâncias que peregrinam
Darão aos lírios onde brotar
De palo a palo tranqueando a sorte
Por invernadas irei seguir
Arremedando os vagalumes
Meus queixumes virão bulir
E vez por outra num lusco-fusco
De brilho um forte me tapo o rastro
Onde me escapo da marcação
E num boleio de despedida
Me desespero levando a vida
Como alambrado
Moirão a moirão
Enviada por Liane
Sonho de Seresteiro
Sonho de Seresteiro
(Neto Fagundes)
Lembro cantigas, poemas
Sobre a imagem da janela
Surgiu a face mais bela
Nas grades da casa antiga
No chão senta o seresteiro
Rasga viola e garganta
Empolgado quando canta
Excitado quando mira
Surgiu na porta um semblante
Quebrando o negro da noite
Sentou, escutou e trouxe
A inspiração pra quem canta
A lua prateada e ouro
Da cor daquela morena
Pra quem dediquei meus versos
Atriz principal da cena
Queria parar o mundo
Mesmo que fosse uma hora
Pra continuar madrugadas
E a noite não ir embora
Depois descansar no leito
Feito de nuvens macias
Querendo laçar a lua
Pra galopear pelos dias
Nos canteiros do universo
Colherei as Três-Marias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Queria parar o mundo
Mesmo que fosse uma hora
Pra continuar madrugadas
E a noite não ir embora
Depois descansar no leito
Feito de nuvens macias
Querendo laçar a lua
Pra galopear pelos dias
Nos canteiros do universo
Colherei as Três-Marias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Enviada por Liane
(Neto Fagundes)
Lembro cantigas, poemas
Sobre a imagem da janela
Surgiu a face mais bela
Nas grades da casa antiga
No chão senta o seresteiro
Rasga viola e garganta
Empolgado quando canta
Excitado quando mira
Surgiu na porta um semblante
Quebrando o negro da noite
Sentou, escutou e trouxe
A inspiração pra quem canta
A lua prateada e ouro
Da cor daquela morena
Pra quem dediquei meus versos
Atriz principal da cena
Queria parar o mundo
Mesmo que fosse uma hora
Pra continuar madrugadas
E a noite não ir embora
Depois descansar no leito
Feito de nuvens macias
Querendo laçar a lua
Pra galopear pelos dias
Nos canteiros do universo
Colherei as Três-Marias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Queria parar o mundo
Mesmo que fosse uma hora
Pra continuar madrugadas
E a noite não ir embora
Depois descansar no leito
Feito de nuvens macias
Querendo laçar a lua
Pra galopear pelos dias
Nos canteiros do universo
Colherei as Três-Marias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Da inspiração dos planetas
Guardei pra ti mil poesias
Enviada por Liane
Cambichos
Cambichos
(Luiz Bastos, Jorge Rodrigues de Freitas)
Quando escaramuça no meu peito uma saudade
Agarro as garras pra encilhar meu estradeiro
E enquanto a tarde já se apaga pelos cerros
Minh'alma acende suas paixões e seus segredos
Depois a noite trás a lua leve e calma
Estes banhados erguem vozes e cochichos
Eu abro as asas onduladas do meu pala
Porque me bate a sede louca dos cambichos
Tiranas lindas que me arrastam pra um surungo
Num fim de mundo onde geme uma cordeona
Onde se embala minha alma de campeiro
Pelos luzeiros das miradas querendonas
Gringas mestiças e morenas cor de aurora
Negras e claras se confundem na fumaça
Meu coração é um barco errante nessas horas
Passando a noite sem saber que a noite passa
Mas quando o sol braseia as barras do horizontes
Só restam rumos e recuerdos pra seguir
Porém mais vale pra um gaudério esta saudade
Do que não ter saudade alguma pra sentir.
Enviada por Liane
(Luiz Bastos, Jorge Rodrigues de Freitas)
Quando escaramuça no meu peito uma saudade
Agarro as garras pra encilhar meu estradeiro
E enquanto a tarde já se apaga pelos cerros
Minh'alma acende suas paixões e seus segredos
Depois a noite trás a lua leve e calma
Estes banhados erguem vozes e cochichos
Eu abro as asas onduladas do meu pala
Porque me bate a sede louca dos cambichos
Tiranas lindas que me arrastam pra um surungo
Num fim de mundo onde geme uma cordeona
Onde se embala minha alma de campeiro
Pelos luzeiros das miradas querendonas
Gringas mestiças e morenas cor de aurora
Negras e claras se confundem na fumaça
Meu coração é um barco errante nessas horas
Passando a noite sem saber que a noite passa
Mas quando o sol braseia as barras do horizontes
Só restam rumos e recuerdos pra seguir
Porém mais vale pra um gaudério esta saudade
Do que não ter saudade alguma pra sentir.
Enviada por Liane
Não Há Pandorgas No Céu
Não Há Pandorgas No Céu
(Lenin Nunez)
Quando morre um menino
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços
Quando morre um menino
Choram as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Figos, melões e pitangas
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Tem o pão gosto de fel
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu
Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu
Enviada por Liane
(Lenin Nunez)
Quando morre um menino
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços
Quando morre um menino
Choram as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Figos, melões e pitangas
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Tem o pão gosto de fel
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu
Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu
Enviada por Liane
Clarão Rural
Clarão Rural
(João de Almeida Neto)
Já está chegando no Rincão do Touro Passo
A luz mais clara do que a luz de lampião
Vem pelos fios a energia destes tempos
Pra iluminar o mundo só de cada peão.
É o jeito novo de clarear salas antigas
Braseiro novo preso ao teto do galpão
E se debruça nos açudes da fronteira
Ajuda os homens a dar água a plantação.
Prolonga o dia nos oitões das casas grandes
Aquece a sanga rotineira dos rurais
E quando estrelas lá no céu piscam-lhe os olhos
Ela responde das ramadas dos quintais.
E assim que venha pelo bem desta querência
Gerar o sonho mais humilde e mais comum
Calar na alma dos campeiros do meu pago
Dando mais brilho a luz do olhar de cada um.
Enviada por Liane
(João de Almeida Neto)
Já está chegando no Rincão do Touro Passo
A luz mais clara do que a luz de lampião
Vem pelos fios a energia destes tempos
Pra iluminar o mundo só de cada peão.
É o jeito novo de clarear salas antigas
Braseiro novo preso ao teto do galpão
E se debruça nos açudes da fronteira
Ajuda os homens a dar água a plantação.
Prolonga o dia nos oitões das casas grandes
Aquece a sanga rotineira dos rurais
E quando estrelas lá no céu piscam-lhe os olhos
Ela responde das ramadas dos quintais.
E assim que venha pelo bem desta querência
Gerar o sonho mais humilde e mais comum
Calar na alma dos campeiros do meu pago
Dando mais brilho a luz do olhar de cada um.
Enviada por Liane
Que Homens São Esses
Que Homens São Esses
(Francisco
Castilhos, Carlos Moacir Rodrigues)
Que homens
são esses que fogem a luta?
Será que não
sabem as glórias do pago?
Que homens
são esses que nada respondem,
Que calam
verdades, que reprimem afagos
Que homens
são esses que trazem nas mãos,
O freio, o
cabresto, a rédea e o buçal
Que homens
são esses que tem o dever
De fazer o
bem, mas só fazem o mal
Eu quero ser
gente igual aos avós
Eu quero ser
gente igual aos meus pais
Eu quero ser
homem sem mágoas no peito
Eu quero
respeito e direitos iguais
Eu quero
este pampa semeando bondade
Eu quero sonhar
com homens irmãos
Eu quero meu
filho sem ódio nem guerra
Eu quero
esta terra ao alcance das mãos
Que sejam
mais justos os homens de agora
Que cantem
cantigas antigas e puras
Relembrem
figuras sem nada temer
Procurem um
mundo de paz na planura
E encontrem
na luta, na força e na raça
Um novo
caminho no alvorecer
Desperta meu
povo do ventre de outrora
Onde marcas
presentes não são cicatrizes
Desperta meu
povo liberta teu grito
Num brado
mais forte que as próprias raízes
Tudo Aqui Fui Eu Que Fiz
Tudo Aqui Fui Eu Que Fiz
(Ayrthon Nenê Caetano)
Vim lá das bandas da serra
Pra morar cá nesta pampa
Trouxe minha mala nas ancas
Do meu matungo ligeiro
Vinha um cusquito parceiro
Seguindo-me lado a lado
Me vim bater com os costados
Nesta terra de campeiro
Eu que construí meu rancho
Desde o barro até o quinchar
Madeira para cercar
Tudo passou por minhas mãos
Cruzando após o capão
Plantei sombra de pau-ferro
Só pra ouvir os quero-queros
Lá na beira do lagoão
Com uma junta de bois mansos
Semeei quartas de trigo
E meu velho cusco amigo
Sempre andando em meu costado
Vês em quando era assustado
Com um revôo de perdiz
Como e lindo a matiz
Ao amanhecer de meu pago
Construí uma cancha reta
Pra diversão da peonada
Quando finda a carreirada
Tem fandango no galpão
Uma gaita de botão
Chora ate clarear o dia
Numa vaneira macia
E um costado de violão
E assim vou levando a vida
De gaúcho galponeiro
Pois sei que não tem dinheiro
Que pague a tranqüilidade
Tu que mora na cidade
Vem conhecer meu rincão
Vem sorver um chimarrão
Com muita hospitalidade
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
(Ayrthon Nenê Caetano)
Vim lá das bandas da serra
Pra morar cá nesta pampa
Trouxe minha mala nas ancas
Do meu matungo ligeiro
Vinha um cusquito parceiro
Seguindo-me lado a lado
Me vim bater com os costados
Nesta terra de campeiro
Eu que construí meu rancho
Desde o barro até o quinchar
Madeira para cercar
Tudo passou por minhas mãos
Cruzando após o capão
Plantei sombra de pau-ferro
Só pra ouvir os quero-queros
Lá na beira do lagoão
Com uma junta de bois mansos
Semeei quartas de trigo
E meu velho cusco amigo
Sempre andando em meu costado
Vês em quando era assustado
Com um revôo de perdiz
Como e lindo a matiz
Ao amanhecer de meu pago
Construí uma cancha reta
Pra diversão da peonada
Quando finda a carreirada
Tem fandango no galpão
Uma gaita de botão
Chora ate clarear o dia
Numa vaneira macia
E um costado de violão
E assim vou levando a vida
De gaúcho galponeiro
Pois sei que não tem dinheiro
Que pague a tranqüilidade
Tu que mora na cidade
Vem conhecer meu rincão
Vem sorver um chimarrão
Com muita hospitalidade
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
Se Tem Vaneira
Se TemVaneira
(Ayrthon Nenê Caetano)
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Eu me esparramo na sala se for toque de vaneira
Inda mais se é a botoneira que anima a função
Ajudo a varrer o chão com as franjas de meu pala
Pego a mais linda da sala, não sou de frouxa o garrão
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Ninguém fica sentado se tem toque de vaneira
Até quem ta parado se mete e some na poeira
A duas ilheiras ronca igual o bugio no mato
No violão o “Zé Mulato” e o pandeiro do “Gadeia”
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
É prenda que solta às ancas com maestria ao dançar
É peão campeando par pra se ajeitar com a vaneira
Procura moça solteira tentando arrumar encosto
Capricha no rosto a rosto e assim dança a noite inteira
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Conversa de pé de oreia, sapucai que a indiada gosta
No embalo da vaneira eu gasto a sola das botas
Começo à boca da noite e atravesso a madrugada
Danço até clarear o dia, dele chicho gauchada.
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Enviada por Ayrthon NenêCaetano
(Ayrthon Nenê Caetano)
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Eu me esparramo na sala se for toque de vaneira
Inda mais se é a botoneira que anima a função
Ajudo a varrer o chão com as franjas de meu pala
Pego a mais linda da sala, não sou de frouxa o garrão
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Ninguém fica sentado se tem toque de vaneira
Até quem ta parado se mete e some na poeira
A duas ilheiras ronca igual o bugio no mato
No violão o “Zé Mulato” e o pandeiro do “Gadeia”
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
É prenda que solta às ancas com maestria ao dançar
É peão campeando par pra se ajeitar com a vaneira
Procura moça solteira tentando arrumar encosto
Capricha no rosto a rosto e assim dança a noite inteira
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Conversa de pé de oreia, sapucai que a indiada gosta
No embalo da vaneira eu gasto a sola das botas
Começo à boca da noite e atravesso a madrugada
Danço até clarear o dia, dele chicho gauchada.
Se tem vaneira eu tou, eu tou no entrevero
Se tem vaneira eu sou, eu sou bem fandangueiro
Enviada por Ayrthon NenêCaetano
Por Que Falamos no Tchê
Por Que Falamos No Tchê
(Ayrthon Nenê Caetano)
Muita gente me pergunta por que falamos no tchê
Tento explicar o porquê deste vicio de linguagem
Tem quem ache uma bobagem que é usada de forma rude
Mas e tradição não mudo digo a razão pra você
No vocábulo gauchesco se usa a palavra tchê
Muitas vezes pra fazer alguém prestar atenção
Também como cumprimento buenas tchê seja bem vindo
Bate nas costas sorrindo lhe da um aperto de mão
Mas ba tchê também se usa quando se esta em apuros
Montado num queixo duro como expressão de pavor
Pois sabe que o mal domado incha o lombo e vai à cerca
Enfurece, vende arreios dispara no corredor
O termo é bastante usado como um adjetivo
Quando se chama um amigo primeiro se usa o tchê
Com certeza vai saber que se trata de um parceiro
Gaúcho e companheiro não demora pra atender
Estando eu longe do pago noutro Estado ou nação
Vai que me falte o pão, pois o dinheiro anda escasso
Acho alguém lhe dou um abraço me apresento e digo tchê
Já basta pra convencer a me emprestar uns trocados
Por tanto e assim que defino este costume constante
Não me acho ignorante nem bárbaro por falar
Pois sei em cada lugar a fala sofre mudanças
E o tchê recebi de herança preciso valorizar
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
(Ayrthon Nenê Caetano)
Muita gente me pergunta por que falamos no tchê
Tento explicar o porquê deste vicio de linguagem
Tem quem ache uma bobagem que é usada de forma rude
Mas e tradição não mudo digo a razão pra você
No vocábulo gauchesco se usa a palavra tchê
Muitas vezes pra fazer alguém prestar atenção
Também como cumprimento buenas tchê seja bem vindo
Bate nas costas sorrindo lhe da um aperto de mão
Mas ba tchê também se usa quando se esta em apuros
Montado num queixo duro como expressão de pavor
Pois sabe que o mal domado incha o lombo e vai à cerca
Enfurece, vende arreios dispara no corredor
O termo é bastante usado como um adjetivo
Quando se chama um amigo primeiro se usa o tchê
Com certeza vai saber que se trata de um parceiro
Gaúcho e companheiro não demora pra atender
Estando eu longe do pago noutro Estado ou nação
Vai que me falte o pão, pois o dinheiro anda escasso
Acho alguém lhe dou um abraço me apresento e digo tchê
Já basta pra convencer a me emprestar uns trocados
Por tanto e assim que defino este costume constante
Não me acho ignorante nem bárbaro por falar
Pois sei em cada lugar a fala sofre mudanças
E o tchê recebi de herança preciso valorizar
Enviada por Ayrthon Nenê Caetano
Redomona
Redomona
(Aparício Silva Rillo, Luiz Carlos Borges)
Redomona minha gaita querendona,
No abre e fecha no fole e que vem e vai,
Roncos de onça, assovios de ventanias,
Bater de remos nos remansos do Uruguai.
Redomona minha gaita quicentona,
Mesmo que a aba debochada de um chapéu,
De horizontes que se encolhem que se espicha,
Troõoes e brisas galopando pelo céu.
Duas fileiras, oito baixos por parceiros
Galos canteiros nos puleiros das manhãs
Chio de cambona num borralho pura brasa
Do galpão velho retomado a picumã
Minha parceira, companheira de surungo
China Maria, que amacia minhas penas
Riscando a alma no meu povo queixo duro
Num timbre macho de punhais de nazarena
Enviada por Luis Alessandro da Silva
(Aparício Silva Rillo, Luiz Carlos Borges)
Redomona minha gaita querendona,
No abre e fecha no fole e que vem e vai,
Roncos de onça, assovios de ventanias,
Bater de remos nos remansos do Uruguai.
Redomona minha gaita quicentona,
Mesmo que a aba debochada de um chapéu,
De horizontes que se encolhem que se espicha,
Troõoes e brisas galopando pelo céu.
Duas fileiras, oito baixos por parceiros
Galos canteiros nos puleiros das manhãs
Chio de cambona num borralho pura brasa
Do galpão velho retomado a picumã
Minha parceira, companheira de surungo
China Maria, que amacia minhas penas
Riscando a alma no meu povo queixo duro
Num timbre macho de punhais de nazarena
Enviada por Luis Alessandro da Silva
Faz de Conta
Faz de Conta
(Colmar Duarte, Armando Vasquez, Valdir Santana, João Chagas Leite )
Calça curta, pés descalços,
E pra defender meu pago,
Uma espada de alecrim,
Fui o leão do Caverá,
Fui feliz quando fui piá,
Tive um mundo só pra mim.
Eu fui herói, fui bandido,
Fui senhor das sesmarias,
Nestas minhas fantasias,
Tive muitos inimigos,
E o cardeal das laranjeiras,
Me avisava dos perigos.
À cavalo Honório Lemes,
Pegue as "arma" e te prepara.
Que aí vem Flores da Cunha
No seu flete de taquara.
Tempos de doces lembranças
Que o faz de conta criou
Mundéus de crinas trançadas
Forcas que o vento balança,
Para os tempos de crianças
Que o próprio tempo ariscou.
Homens de um tempo sem medo,
Para exemplo nos brinquedos,
Que a vida deixou passar.
E o piá de estância de agora,
Já não tem a quem copiar.
Enviada por Liane
(Colmar Duarte, Armando Vasquez, Valdir Santana, João Chagas Leite )
Calça curta, pés descalços,
E pra defender meu pago,
Uma espada de alecrim,
Fui o leão do Caverá,
Fui feliz quando fui piá,
Tive um mundo só pra mim.
Eu fui herói, fui bandido,
Fui senhor das sesmarias,
Nestas minhas fantasias,
Tive muitos inimigos,
E o cardeal das laranjeiras,
Me avisava dos perigos.
À cavalo Honório Lemes,
Pegue as "arma" e te prepara.
Que aí vem Flores da Cunha
No seu flete de taquara.
Tempos de doces lembranças
Que o faz de conta criou
Mundéus de crinas trançadas
Forcas que o vento balança,
Para os tempos de crianças
Que o próprio tempo ariscou.
Homens de um tempo sem medo,
Para exemplo nos brinquedos,
Que a vida deixou passar.
E o piá de estância de agora,
Já não tem a quem copiar.
Enviada por Liane
Desalentos
Desalentos
(Mauro Marques, Mário Barros)
Desencilhei a esperança
Tirei o pala e a espora...
E largeui a campo fora
Meus ideais de criança.
Se perderam nas esperas
Das promessas esquecidas,
Na fala de falsos qüeras,
Na chaga de vis feridas.
Se perderam nos enganos,
Nos sonhos, desilusões,
Na falsidade dos planos,
Nas pobres conspirações.
Me passa um mate, parceiro,
Que esta noite vai ser longa,
No bordão deata milonga,
No calor desse braseiro.
Amigo, me manda um trago,
Que um gole de canha pura
Me amansa essa amargura,
Me serve de companheiro.
Quem sabe um sonho bonito
Ganhe a garupa do vento
E se achegue, "despacito",
No coração de um rebento.
Quem sabe, dia mais dia,
Rebento não mais rebento
A mágoa dê rédeas ao tempo
Na cancha do sentimento.
Quem sabe renasça a crença,
Como forma de oração!
A fé, num simples sorriso...
A paz, no aperto de mão.
Enviada por Liane
(Mauro Marques, Mário Barros)
Desencilhei a esperança
Tirei o pala e a espora...
E largeui a campo fora
Meus ideais de criança.
Se perderam nas esperas
Das promessas esquecidas,
Na fala de falsos qüeras,
Na chaga de vis feridas.
Se perderam nos enganos,
Nos sonhos, desilusões,
Na falsidade dos planos,
Nas pobres conspirações.
Me passa um mate, parceiro,
Que esta noite vai ser longa,
No bordão deata milonga,
No calor desse braseiro.
Amigo, me manda um trago,
Que um gole de canha pura
Me amansa essa amargura,
Me serve de companheiro.
Quem sabe um sonho bonito
Ganhe a garupa do vento
E se achegue, "despacito",
No coração de um rebento.
Quem sabe, dia mais dia,
Rebento não mais rebento
A mágoa dê rédeas ao tempo
Na cancha do sentimento.
Quem sabe renasça a crença,
Como forma de oração!
A fé, num simples sorriso...
A paz, no aperto de mão.
Enviada por Liane
Fim de Mês
Fim de Mês
(Mauro Moraes, Juliano Trindade)
Fim de mês, é minha vez
Outra vez ao teu encontro estou indo
Pra rever o teu sorriso infindo
E também beijar os teus lábios tão lindos
Fim de mês, estou feliz
Os meus rumos cantam, o coração me diz
É chegada a hora de bandear aquela estrada
Pra poder rever a minha namorada
(Não sei viver sem tua cantilena
Morena linda que é meu bem querer
Tudo que eu preciso são tardes de domingo
Aflorando o nosso conviver
Tudo que eu preciso são tardes de domingo
Aflorando o nosso conviver)
Toda vez que estou por vir
A saudade é um campo que não tem mais fim
Teus anseios são gorjeios em serenata
Festejando a anunciação das madrugadas
Enviada por Liane
(Mauro Moraes, Juliano Trindade)
Fim de mês, é minha vez
Outra vez ao teu encontro estou indo
Pra rever o teu sorriso infindo
E também beijar os teus lábios tão lindos
Fim de mês, estou feliz
Os meus rumos cantam, o coração me diz
É chegada a hora de bandear aquela estrada
Pra poder rever a minha namorada
(Não sei viver sem tua cantilena
Morena linda que é meu bem querer
Tudo que eu preciso são tardes de domingo
Aflorando o nosso conviver
Tudo que eu preciso são tardes de domingo
Aflorando o nosso conviver)
Toda vez que estou por vir
A saudade é um campo que não tem mais fim
Teus anseios são gorjeios em serenata
Festejando a anunciação das madrugadas
Enviada por Liane
O Negro de 35
O Negro De 35
(José Rufino de Aguiar Filho, Clóvis Souza)
A negritude trazia a marca da escravidão
Quem tinha a pele polianga vivia na escuridão
Desgarrado e acorrentado, sem ter direto a razão
Castrado de seus direitos não tinha casta nem grei
Nos idos de trinta e cinco, quando o caudilho era o rei
E o branco determinava, fazia e ditava a lei
Apesar de racional, vivia o negro na encerra
E adagas furavam palas, ensangüentando esta terra
Da solidão das senzalas tiraram o negro pra guerra
(Peleia, negro, peleia, pela tua independência
Semeia, negro, semeia, teus direitos na querência)
Deixar o trabalho escravo, seguir destino campeiro
As promessas de igualdade aos filhos no cativeiro
E buscando liberdade o negro se fez guerreiro
O tempo nas suas andanças viajou nas asas do vento
Fez-se a paz, voltou a confiança, renovaram pensamentos
A razão venceu a lança e apagou ressentimentos
Veio a Lei Afonso Arinos cultivando outras verdades
Trouxe a semente do amor para uma safra de igualdade
Porque o amor não tem cor, sem cor é a fraternidade
(Peleia, negro, peleia, com as armas da inteligência
Semeia, negro, semeia, teus direitos na querência)
Mais uma enviada por Liane
(José Rufino de Aguiar Filho, Clóvis Souza)
A negritude trazia a marca da escravidão
Quem tinha a pele polianga vivia na escuridão
Desgarrado e acorrentado, sem ter direto a razão
Castrado de seus direitos não tinha casta nem grei
Nos idos de trinta e cinco, quando o caudilho era o rei
E o branco determinava, fazia e ditava a lei
Apesar de racional, vivia o negro na encerra
E adagas furavam palas, ensangüentando esta terra
Da solidão das senzalas tiraram o negro pra guerra
(Peleia, negro, peleia, pela tua independência
Semeia, negro, semeia, teus direitos na querência)
Deixar o trabalho escravo, seguir destino campeiro
As promessas de igualdade aos filhos no cativeiro
E buscando liberdade o negro se fez guerreiro
O tempo nas suas andanças viajou nas asas do vento
Fez-se a paz, voltou a confiança, renovaram pensamentos
A razão venceu a lança e apagou ressentimentos
Veio a Lei Afonso Arinos cultivando outras verdades
Trouxe a semente do amor para uma safra de igualdade
Porque o amor não tem cor, sem cor é a fraternidade
(Peleia, negro, peleia, com as armas da inteligência
Semeia, negro, semeia, teus direitos na querência)
Mais uma enviada por Liane
Negro da Gaita
Negro Da Gaita
(Gilberto Carvalho, Airton Pimentel)
Mata o silêncio dos mates, a cordeona voz trocada
E a mão campeira do negro, passeando aveludada
Nos botões chora segredos, que ele juntou pela estrada
Quando o negro abre essa gaita
Abre o livro da sua vida
Marcado de poeira e pampa
Em cada nota sentida
Quando o pai que foi gaiteiro, desta vida se ausentou
O negro piá solitário, tal como pedra rolou
E se fez homem proseando, com a gaita que o pai deixou
E a gaita se fez baú para causos e canções
Do negro que passa a vida, mastigando solidões
E vai semeando recuerdos, por estradas e galpões.
Colaboração enviada por Liane
(Gilberto Carvalho, Airton Pimentel)
Mata o silêncio dos mates, a cordeona voz trocada
E a mão campeira do negro, passeando aveludada
Nos botões chora segredos, que ele juntou pela estrada
Quando o negro abre essa gaita
Abre o livro da sua vida
Marcado de poeira e pampa
Em cada nota sentida
Quando o pai que foi gaiteiro, desta vida se ausentou
O negro piá solitário, tal como pedra rolou
E se fez homem proseando, com a gaita que o pai deixou
E a gaita se fez baú para causos e canções
Do negro que passa a vida, mastigando solidões
E vai semeando recuerdos, por estradas e galpões.
Colaboração enviada por Liane
Galope dos Sonhos
Galope dos Sonhos
(Mauro Marques)
Liberdade é campo aberto
Réreas soltas, galopar
O longe está mais perto
Para quem pode sonhar.
Alma a dentro campo a fora
No atropelo da razão
Campereada não tem hora
Na fronteira da ilusão.
Mas na raia desta vida
É preciso conciliar
A chegada tão festiva
E a partida sem chegar.
A galope vão os sonhos
No tropel do coração
Deixam marcas de saudades
Que jamais se apagarão.
Gineteando apaixonado
Vai o sonho do amor
Num flete colorado
Que também é sonhador
Por lugares encantados
Um convite a ser feliz
Velhos sonhos renovados
A campear outro matiz
Mas no lombo do destino
Em galopes desiguais
Muitos sonhos de meninos
Lembram tombos nada mais
Enviada por Liane
(Mauro Marques)
Liberdade é campo aberto
Réreas soltas, galopar
O longe está mais perto
Para quem pode sonhar.
Alma a dentro campo a fora
No atropelo da razão
Campereada não tem hora
Na fronteira da ilusão.
Mas na raia desta vida
É preciso conciliar
A chegada tão festiva
E a partida sem chegar.
A galope vão os sonhos
No tropel do coração
Deixam marcas de saudades
Que jamais se apagarão.
Gineteando apaixonado
Vai o sonho do amor
Num flete colorado
Que também é sonhador
Por lugares encantados
Um convite a ser feliz
Velhos sonhos renovados
A campear outro matiz
Mas no lombo do destino
Em galopes desiguais
Muitos sonhos de meninos
Lembram tombos nada mais
Enviada por Liane
Assim no Más
Assim no Más
(Mauro Moraes)
Por conhecer a lida que a vida me deu
Meu galopar de moço escramuça de dor
Quando te vejo vindo meu fruto da mata
Arrastando alpargata carente de amor
Parece que o silêncio das rondas noturnas
Amontam o potro arisco da imaginação
Quando te espero cedo meu rumo isolado
Lavando o amargo apesar da ilusão
Esporiei reminiscências com pesadas nazarenas
Na esperança que a saudade amansasse as minhas penas
Mais dias menos dias domando pelegos
Vou arranjar sossegos que a espera me deu
Embriagando mágoas nas águas da sanga
Onde sovei as pampas meus sonhos nos teus
Nas ressolanas tardes de anseios trocados
A terra prometida arando restevas
Guardando pra semana o mel da lichiguana
E a manhã castelhana que habita as estrelas
E assim no más me perco alumbrado de achegos
Em meio a circunstância dos mesmos juncais
Que te acolheram nua meu resto de lua
No poente charrua emponchado de paz
Gracias Liane
(Mauro Moraes)
Por conhecer a lida que a vida me deu
Meu galopar de moço escramuça de dor
Quando te vejo vindo meu fruto da mata
Arrastando alpargata carente de amor
Parece que o silêncio das rondas noturnas
Amontam o potro arisco da imaginação
Quando te espero cedo meu rumo isolado
Lavando o amargo apesar da ilusão
Esporiei reminiscências com pesadas nazarenas
Na esperança que a saudade amansasse as minhas penas
Mais dias menos dias domando pelegos
Vou arranjar sossegos que a espera me deu
Embriagando mágoas nas águas da sanga
Onde sovei as pampas meus sonhos nos teus
Nas ressolanas tardes de anseios trocados
A terra prometida arando restevas
Guardando pra semana o mel da lichiguana
E a manhã castelhana que habita as estrelas
E assim no más me perco alumbrado de achegos
Em meio a circunstância dos mesmos juncais
Que te acolheram nua meu resto de lua
No poente charrua emponchado de paz
Gracias Liane
Os Cardeais
Os Cardeais
(Elton Saldanha)
Não chora menina, não chora
porque foram-se os cardeais
se cantavam na prisão
campo afora cantam mais.
Tanta gente que anda vagando
sem saber onde pousar
mas as aves só voando
é que podem se encontrar
Você ainda não sabe
o que cabe nessa paz
quando a gente abre as asas
nunca mais, nunca mais
Era tão triste menina
não tinha aceno este cais
na despedida eram dois
depois, depois serão mais
A gaiola abriu as asas
porque até a prisão se trai
e o campo se fez casa
para ocanto dos cardeais
Tinham as asas de punhais
e levavam os olhos em brasa
é por isso que estes pássaros
sempre fogem e voltam pra casa.
Mais uma enviada por Liane
(Elton Saldanha)
Não chora menina, não chora
porque foram-se os cardeais
se cantavam na prisão
campo afora cantam mais.
Tanta gente que anda vagando
sem saber onde pousar
mas as aves só voando
é que podem se encontrar
Você ainda não sabe
o que cabe nessa paz
quando a gente abre as asas
nunca mais, nunca mais
Era tão triste menina
não tinha aceno este cais
na despedida eram dois
depois, depois serão mais
A gaiola abriu as asas
porque até a prisão se trai
e o campo se fez casa
para ocanto dos cardeais
Tinham as asas de punhais
e levavam os olhos em brasa
é por isso que estes pássaros
sempre fogem e voltam pra casa.
Mais uma enviada por Liane
Guri
Guri
(João Batista Machado, Júlio Machado da Silva Neto)
Das roupas velhas do pai,
queria que a mãe fizesse
uma mala de garupa, uma bombacha e me desse.
Queria boinas, alpargatas,
e um cachorro companheiro
para me ajudar a botá as vacas
no meu petiço sogueiro.
Ei de ter uma tabuada,
e o meu livro queres ler,
vou aprender a fazer contas,
e algum bilhete escrever
prá que a filha de seu Bento saiba,
que ela é meu bem querer.
E se não for por escrito,
eu não me animo a dizer.
Quero gaita de 8-baixo,
prá ver o ronco que sai;
botas, feitio do Alegrete,
esporas são do Ibiracaí
lenço vermelho e guaiacas,
compradas lá no Uruguai.
É prá que digam quando eu passe,
saiu igualzito ao pai.
E se Deus não achar muito,
tanta coisa que eu pedi,
não deixe que eu me separe,
deste rancho onde nasci.
Nem me desperte tão cedo,
desde sonho de guri,
e de lambuja permita,
que eu nunca saia daqui.
Colaboração de Liane
(João Batista Machado, Júlio Machado da Silva Neto)
Das roupas velhas do pai,
queria que a mãe fizesse
uma mala de garupa, uma bombacha e me desse.
Queria boinas, alpargatas,
e um cachorro companheiro
para me ajudar a botá as vacas
no meu petiço sogueiro.
Ei de ter uma tabuada,
e o meu livro queres ler,
vou aprender a fazer contas,
e algum bilhete escrever
prá que a filha de seu Bento saiba,
que ela é meu bem querer.
E se não for por escrito,
eu não me animo a dizer.
Quero gaita de 8-baixo,
prá ver o ronco que sai;
botas, feitio do Alegrete,
esporas são do Ibiracaí
lenço vermelho e guaiacas,
compradas lá no Uruguai.
É prá que digam quando eu passe,
saiu igualzito ao pai.
E se Deus não achar muito,
tanta coisa que eu pedi,
não deixe que eu me separe,
deste rancho onde nasci.
Nem me desperte tão cedo,
desde sonho de guri,
e de lambuja permita,
que eu nunca saia daqui.
Colaboração de Liane
Mate de Esperança
Mate de Esperança
(Francisco Castilhos, Albino Manique)
Eu vou cevar um mate gordo de esperança
Com a erva verde do verde do teu olhar
Tomar um trago bem graúdo
E preparar tudo
Para te esperar
E o meu rancho que era escuro de saudade
Eu vou fazer uma pintura de alegria
Para te impressionar e te agradar
Se tu voltar guria
Eu fiz promessa pro negrinho
Eu fiz promessa pro negro do pastoreio
Levei fumo em rama e um gole de canha
Como oferenda
Só para ele me ajudar
Só pra ele me ajudar a encontrar um meio
E um laço forte pra que eu te prenda, prenda
Oh!oh!oh!
E então sem mágoa
Posso até sentir o que virá depois
Oh!oh!oh!
Vou esquentar a água e feliz servir
Um mate pra nós dois.
(Francisco Castilhos, Albino Manique)
Eu vou cevar um mate gordo de esperança
Com a erva verde do verde do teu olhar
Tomar um trago bem graúdo
E preparar tudo
Para te esperar
E o meu rancho que era escuro de saudade
Eu vou fazer uma pintura de alegria
Para te impressionar e te agradar
Se tu voltar guria
Eu fiz promessa pro negrinho
Eu fiz promessa pro negro do pastoreio
Levei fumo em rama e um gole de canha
Como oferenda
Só para ele me ajudar
Só pra ele me ajudar a encontrar um meio
E um laço forte pra que eu te prenda, prenda
Oh!oh!oh!
E então sem mágoa
Posso até sentir o que virá depois
Oh!oh!oh!
Vou esquentar a água e feliz servir
Um mate pra nós dois.
Comparsão De Janeiro
Comparsão De Janeiro
(Evair Gomez, Juliano Gomes)
Olha a verdura, cancheiro
Que os velo vêm se estendo
Qual nuvens pelos setembros
Que o vento manso tropeia
Venho minguando o rebanho
A tec-tec de tesoura
E tu garreando a vassoura
Num comparsão de janeiro
Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evita a tremedeira
E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que to desmaneando esta
Pois até o silêncio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura
Escuto o golpe da ficha
Pagando o toso na lata
E arremangando as bombacha
Me curvo, tocando ficha
Assim, a safra se espicha
Por este pago fronteiro
A tec-tec de tesoura
Num comparsão de janeiro
Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evitar a tremedeira
E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que to desmaneando esta
Pois até o silencio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura
Enviada por Lutiani Espelocin
(Evair Gomez, Juliano Gomes)
Olha a verdura, cancheiro
Que os velo vêm se estendo
Qual nuvens pelos setembros
Que o vento manso tropeia
Venho minguando o rebanho
A tec-tec de tesoura
E tu garreando a vassoura
Num comparsão de janeiro
Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evita a tremedeira
E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que to desmaneando esta
Pois até o silêncio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura
Escuto o golpe da ficha
Pagando o toso na lata
E arremangando as bombacha
Me curvo, tocando ficha
Assim, a safra se espicha
Por este pago fronteiro
A tec-tec de tesoura
Num comparsão de janeiro
Uma botella rolhada
Sacudo num trago largo
Ritual campeiro do pago
Pra evitar a tremedeira
E largo de foia inteira
Bolcando a lã pra um costado
Cancheiro me alcança outra
Que to desmaneando esta
Pois até o silencio se inquieta
Ao não escutar minha tesoura
Enviada por Lutiani Espelocin
Estrela D'alva
Estrela D'alva
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)
Parece até que esta estrela
Que adoro desde criança
Deus deixou pra vaca mansa,
Da estância do céu sinuela
Sempre me comovo ao vê-la,
Tão luminosa, tão bela
Atravessando a cancela
Do céu que muda de cor
Anunciando ao mateador
Que o dia vem de atrás dela
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Cada manhã que te vejo,
Velha Estrela D'alva eu sinto
Aquele bárbaro instinto
Que fez do guasca o andejo
E um incontido desejo
De andar caminho e coxilha
Rastreando a indiada andarilha
Que a lo largo se perdeu
E morrendo renasceu
Pra ser pendão de flechilha
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
E aqui me paro a pensar
Do que a pouco ouvi dizer
Que é necessário aprender
Para depois ensinar
Pois por mais rudimentar,
Que seja o ensinamento
Cada frase é como um tento
Que precisa ser lonqueado,
E depois bem desquinado
Para trançar um sentimento
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Às vezes sinto na alma
Que nunca mais eu me aprumo
Se um dia eu perder o rumo
Do clarão da Estrela D'alva
Enviada por Lutiani Espelocin
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)
Parece até que esta estrela
Que adoro desde criança
Deus deixou pra vaca mansa,
Da estância do céu sinuela
Sempre me comovo ao vê-la,
Tão luminosa, tão bela
Atravessando a cancela
Do céu que muda de cor
Anunciando ao mateador
Que o dia vem de atrás dela
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Cada manhã que te vejo,
Velha Estrela D'alva eu sinto
Aquele bárbaro instinto
Que fez do guasca o andejo
E um incontido desejo
De andar caminho e coxilha
Rastreando a indiada andarilha
Que a lo largo se perdeu
E morrendo renasceu
Pra ser pendão de flechilha
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
E aqui me paro a pensar
Do que a pouco ouvi dizer
Que é necessário aprender
Para depois ensinar
Pois por mais rudimentar,
Que seja o ensinamento
Cada frase é como um tento
Que precisa ser lonqueado,
E depois bem desquinado
Para trançar um sentimento
A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Às vezes sinto na alma
Que nunca mais eu me aprumo
Se um dia eu perder o rumo
Do clarão da Estrela D'alva
Enviada por Lutiani Espelocin
Funeral de Coxilha
Funeral de Coxilha
(Sérgio Carvalho Pereira , Luiz Marenco)
Repousa o corpo tranqüilo
No funeral da coxilha
Terra bordada em flechilha
É o catre de quem retorna
A tarde encomprida a forma
Das guanxumas e alecrins
Não há tristezas nem fins
Na morte que o campo adorna
Não há tristeza no pio
Da perdiz ciscando a vida
Não há fim quando a partida
Vai se tornando chegada
Quem foi de campo e de estrada
Não quer melhor companhia
Que o largo da sesmaria
O luxo de uma invernada
Morreu num final de tarde
Entre pasto rebrotado
Quando uma ponta de gado
Buscava a paz de algum capão
A noite acende um clarão
Prendendo velas miúdas
Em dois olhos de coruja
No castiçal de um moirão
E o campo todo recebe
Corpo e alma em funeral
Se tornará cinza e sal
Fundida com terra e água
E o choro da madrugada
Que entre seus pêlos se entranha
Dá brilho a teia da aranha
que a macega deu pousada
Por isso que minha gente
Jamais enterra um cavalo
O campo sabe cuidá-lo
Quando pra nós tudo encerra
A natureza não erra
Ressuscita na coxilha
Nas flores da maçanilha
Graça e força sobre a terra
Morreu num final de tarde
Entre pasto rebrotado
Quando uma ponta de gado
Buscava a paz de algum capão
A noite acende um clarão
Prendendo velas miúdas
Em dois olhos de coruja
No castiçal de um moirão
Enviada por Lutiani Espelocin
(Sérgio Carvalho Pereira , Luiz Marenco)
Repousa o corpo tranqüilo
No funeral da coxilha
Terra bordada em flechilha
É o catre de quem retorna
A tarde encomprida a forma
Das guanxumas e alecrins
Não há tristezas nem fins
Na morte que o campo adorna
Não há tristeza no pio
Da perdiz ciscando a vida
Não há fim quando a partida
Vai se tornando chegada
Quem foi de campo e de estrada
Não quer melhor companhia
Que o largo da sesmaria
O luxo de uma invernada
Morreu num final de tarde
Entre pasto rebrotado
Quando uma ponta de gado
Buscava a paz de algum capão
A noite acende um clarão
Prendendo velas miúdas
Em dois olhos de coruja
No castiçal de um moirão
E o campo todo recebe
Corpo e alma em funeral
Se tornará cinza e sal
Fundida com terra e água
E o choro da madrugada
Que entre seus pêlos se entranha
Dá brilho a teia da aranha
que a macega deu pousada
Por isso que minha gente
Jamais enterra um cavalo
O campo sabe cuidá-lo
Quando pra nós tudo encerra
A natureza não erra
Ressuscita na coxilha
Nas flores da maçanilha
Graça e força sobre a terra
Morreu num final de tarde
Entre pasto rebrotado
Quando uma ponta de gado
Buscava a paz de algum capão
A noite acende um clarão
Prendendo velas miúdas
Em dois olhos de coruja
No castiçal de um moirão
Enviada por Lutiani Espelocin
Chuvas de Verão
Chuvas de Verão
(João de Almeida Neto)
Quando estas nuvens se esparramam pelo pampa
E em gotas claras se derramam pelo chão
Apagam o pó dos pátios pobres da campanha
E apagam as brasas dessas tardes de verão.
Parece até que cada gota desta chuva
Vem como lágrima do céu para regar
O peito triste dos que choram como as nuvens,
Sem ver a flor do coração desabrochar.
Por isso gosto dessas chuvas veranearas,
Que vêm e chovem e se somem sem alarde
Para levar a outros campos e outras vidas
A paz molhada que espalharam pela tarde.
E como chegam, vão-se as tardes, vão-se as chuvas
e vão-se os dias, vão-se o tempo e a ilusão
e vamos nós, em cada sonho que se apaga,
como se a vida fosse chuva de verão.
Enviada por Liane
(João de Almeida Neto)
Quando estas nuvens se esparramam pelo pampa
E em gotas claras se derramam pelo chão
Apagam o pó dos pátios pobres da campanha
E apagam as brasas dessas tardes de verão.
Parece até que cada gota desta chuva
Vem como lágrima do céu para regar
O peito triste dos que choram como as nuvens,
Sem ver a flor do coração desabrochar.
Por isso gosto dessas chuvas veranearas,
Que vêm e chovem e se somem sem alarde
Para levar a outros campos e outras vidas
A paz molhada que espalharam pela tarde.
E como chegam, vão-se as tardes, vão-se as chuvas
e vão-se os dias, vão-se o tempo e a ilusão
e vamos nós, em cada sonho que se apaga,
como se a vida fosse chuva de verão.
Enviada por Liane
Nova Trilha
Nova Trilha
(Nilo Bairros de Brum, João de Almeida Neto)
Levando o vento no peito
Pelo pampa um dia andei
Alargando os horizontes
Que eu mesmo redesenhei,
E os mapas que risquei,
A lança e ponta de adaga
Estão nas folhas dos livros
Que a memória não apaga.
Um dia deixei o campo
Porque o campo me deixou,
No pasto perdi o rastro
Que o vento norte apagou.
Morador dos corredores
Deixei pra trás horizontes,
Herdei a fome das vilas
E a quincha nua das pontes.
Um dia volto à querência
Para cortar sesmarias
E um novo canto da terra
Cantarei nas pulperias;
Desgarrados, bóias-frias,
Encontrarão nova trilha
E os direitos sonegados
Virão à sobre-partilha.
Enviada por Liane
(Nilo Bairros de Brum, João de Almeida Neto)
Levando o vento no peito
Pelo pampa um dia andei
Alargando os horizontes
Que eu mesmo redesenhei,
E os mapas que risquei,
A lança e ponta de adaga
Estão nas folhas dos livros
Que a memória não apaga.
Um dia deixei o campo
Porque o campo me deixou,
No pasto perdi o rastro
Que o vento norte apagou.
Morador dos corredores
Deixei pra trás horizontes,
Herdei a fome das vilas
E a quincha nua das pontes.
Um dia volto à querência
Para cortar sesmarias
E um novo canto da terra
Cantarei nas pulperias;
Desgarrados, bóias-frias,
Encontrarão nova trilha
E os direitos sonegados
Virão à sobre-partilha.
Enviada por Liane
Definição do Grito
Definição do Grito
(Gildo de Freitas)
Uma vez num outro estado me pediram a informação
Porque é que no Rio Grande todo Gaúcho é gritão
Respondendo ao pé da letra já lhe dei a explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
A gritar com a criação
Eu me criei na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É aí que eu acredito que a gente não dando uns gritos
Se perde toda a boiada
Assim mesmo não são todos no falar agritalhado
O Gaúcho da cidade tem um falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida prá quem se criou na lida
Sempre gritando com gado
Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
As vezes tenho a impressão que escuto o gado berrando
Por isto é que eu facilito e sem querer prendo-lhe um grito
E canto a letra gritando
A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
E lá pras bandas do norte aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco sei que este povo acredita
E nesta minha canção fica dada a explicação
De porque que o Gaúcho grita
Enviada por Liane
(Gildo de Freitas)
Uma vez num outro estado me pediram a informação
Porque é que no Rio Grande todo Gaúcho é gritão
Respondendo ao pé da letra já lhe dei a explicação
São tradições do estado pra quem foi acostumado
A gritar com a criação
Eu me criei na campanha saltando de madrugada
Obedecendo o patrão e pondo a tropa na estrada
Quem quiser ver coisa feia é uma tropa estourada
É aí que eu acredito que a gente não dando uns gritos
Se perde toda a boiada
Assim mesmo não são todos no falar agritalhado
O Gaúcho da cidade tem um falar moderado
Na campanha é que há razões de falar mais alterado
Isto são coisas da vida prá quem se criou na lida
Sempre gritando com gado
Dou definição do grito porque me criei tropeando
Hoje de vida mudada vivo no disco gravando
As vezes tenho a impressão que escuto o gado berrando
Por isto é que eu facilito e sem querer prendo-lhe um grito
E canto a letra gritando
A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
E lá pras bandas do norte aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco sei que este povo acredita
E nesta minha canção fica dada a explicação
De porque que o Gaúcho grita
Enviada por Liane
Cantor de Fronteira
Cantor de Fronteira
(Gilberto Carvalho, João de Almeida Neto)
Quando canta um cantor de fronteira
Traz recados de vida e caminho
E se sua garganta é guerreira
Sua alma transborda carinho
Quando canta um cantor de fronteira
Não vê mapas e faz seu aparte
Irmanando parceiros de alma
Na fraterna grandeza da arte
Quando canta um cantor de fronteira
Escancara garganta e caminho
Se somando a outras vozes cantoras
Que um fronteiro não canta sozinho
Quando canta um cantor de fronteira
Louva amores que o mundo lhe deu
Mas conserva em ciumenta moldura
A fronteira que nunca esqueceu
Quando canta um cantor de fronteira
Nunca é isolada a emoção,
É uma frente de vozes erguendo
Sua gente, sua arte, seu chão
Enviada por Liane
(Gilberto Carvalho, João de Almeida Neto)
Quando canta um cantor de fronteira
Traz recados de vida e caminho
E se sua garganta é guerreira
Sua alma transborda carinho
Quando canta um cantor de fronteira
Não vê mapas e faz seu aparte
Irmanando parceiros de alma
Na fraterna grandeza da arte
Quando canta um cantor de fronteira
Escancara garganta e caminho
Se somando a outras vozes cantoras
Que um fronteiro não canta sozinho
Quando canta um cantor de fronteira
Louva amores que o mundo lhe deu
Mas conserva em ciumenta moldura
A fronteira que nunca esqueceu
Quando canta um cantor de fronteira
Nunca é isolada a emoção,
É uma frente de vozes erguendo
Sua gente, sua arte, seu chão
Enviada por Liane
As Razões do Boca Braba
As Razões do Boca Braba
(João de Almeida Neto)
(Tem gente que não entende
Que o macho, quando é bem macho,
Nem que o mundo venha abaixo
Não dispara e não se rende
Essa é a gente que se ofende
Com o meu ar de liberdade
E por inveja, e maldade
Das suas mentes macabra
Batizam de boca braba
Quem tem personalidade)
Me chamam de boca braba
Não sabem me analisar
De gênio eu sou uma cachaça
Mas de alma um guaraná
Só não me péla com a unha
Quem pretende me pelar
E depois que eu fico brabo
Não adianta me adular
(Eu sei que é em mim que deságua
Quase que cento por cento
De todo o ressentimento
Dessa gente que tem mágoa
É porque eu não bebo água
Nas orelhas dessa gente
Que adoram mostrar os dentes
E por não terem fé no taco
Vivem grudado no saco
Dos políticos influentes)
Me chamam de boca braba
Mas eu nem brabo não fico
Não desfaço quem é pobre
Nem adulo quem é rico
Quando eu gosto, eu elogio
Quando eu não gosto, eu critico
E onde tem galo cantando
Eu vou lá e quebro-lhe o bico
(O meu jeito?
Ah, o meu jeito, conforme tenho dito
Pra uns é muito bonito
Pra outros é meu defeito
Mas talvez seja o meu jeito
Que me troque de invernada
Cada um tem sua estrada
Seu lugar, seu parador
A abelha gosta da flor
A sarna, da cachorrada)
Me chamam de boca braba
Essa gente tá enganada
Eu tenho é boca de homem
E tenho opinião formada
Sei qual é a boca que explora
Sei qual é a boca explorada
E é melhor ser boca braba
Que não ter boca pra nada
Enviado pore Liane
(João de Almeida Neto)
(Tem gente que não entende
Que o macho, quando é bem macho,
Nem que o mundo venha abaixo
Não dispara e não se rende
Essa é a gente que se ofende
Com o meu ar de liberdade
E por inveja, e maldade
Das suas mentes macabra
Batizam de boca braba
Quem tem personalidade)
Me chamam de boca braba
Não sabem me analisar
De gênio eu sou uma cachaça
Mas de alma um guaraná
Só não me péla com a unha
Quem pretende me pelar
E depois que eu fico brabo
Não adianta me adular
(Eu sei que é em mim que deságua
Quase que cento por cento
De todo o ressentimento
Dessa gente que tem mágoa
É porque eu não bebo água
Nas orelhas dessa gente
Que adoram mostrar os dentes
E por não terem fé no taco
Vivem grudado no saco
Dos políticos influentes)
Me chamam de boca braba
Mas eu nem brabo não fico
Não desfaço quem é pobre
Nem adulo quem é rico
Quando eu gosto, eu elogio
Quando eu não gosto, eu critico
E onde tem galo cantando
Eu vou lá e quebro-lhe o bico
(O meu jeito?
Ah, o meu jeito, conforme tenho dito
Pra uns é muito bonito
Pra outros é meu defeito
Mas talvez seja o meu jeito
Que me troque de invernada
Cada um tem sua estrada
Seu lugar, seu parador
A abelha gosta da flor
A sarna, da cachorrada)
Me chamam de boca braba
Essa gente tá enganada
Eu tenho é boca de homem
E tenho opinião formada
Sei qual é a boca que explora
Sei qual é a boca explorada
E é melhor ser boca braba
Que não ter boca pra nada
Enviado pore Liane
Alma de Poço
Alma de Poço
(Antonio Augusto Ferreira, Vinicius Brum)
Madrugada mais lubuna mateio desprevenido
Tenho andado mal dormido com paixões demais pra um
Os meus olhos tresnoitados se voltam mesmo pra dentro
A vida põe sal na boca e o mate não mata a sede
Querência fica distante mesmo andando dentro dela
Que me importa o sol na cara se a alma não amanhece?
Não quero sonhar de novo renascer não vale a pena, ai
Alegria pouco importa quando a vida anda pequena, ai
Solidão bate no rancho já me sabe mais covarde
Vou cultivando um silêncio que vai florescendo à tarde
(Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio
Ai, ai, ai de mim, alma de poço,
Peito vazio
Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio)
Enviado por Liane
(Antonio Augusto Ferreira, Vinicius Brum)
Madrugada mais lubuna mateio desprevenido
Tenho andado mal dormido com paixões demais pra um
Os meus olhos tresnoitados se voltam mesmo pra dentro
A vida põe sal na boca e o mate não mata a sede
Querência fica distante mesmo andando dentro dela
Que me importa o sol na cara se a alma não amanhece?
Não quero sonhar de novo renascer não vale a pena, ai
Alegria pouco importa quando a vida anda pequena, ai
Solidão bate no rancho já me sabe mais covarde
Vou cultivando um silêncio que vai florescendo à tarde
(Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio
Ai, ai, ai de mim, alma de poço,
Peito vazio
Ai, ai, ai... de mim, corpo de moço,
Jeito de rio)
Enviado por Liane
Cavalo Bom Vai Pro Céu
Cavalo Bom Vai Pro Céu
(Gujo Teixeira, Luiz Marenco)
"Ficou uma cruz cravada e um silêncio de arreio
Nem rangido, nem um coscorro da mordedura do freio
Ficaram estrivos juntos, xergão de carda, suado
E uma silhueta estendida, da dimensão do gateado"
Quem foi potro em primaveras, madrugando minhas encilhas
Já foi barco de alma leve, navegando essas coxilhas
Cascos de lua crescente, pra o céu grande das flexilhas
Há de encontrar invernada, rincão, querência ou potreiro
Lugar que o Deus dessa pampa, reserva pra os seus campeiros
Quem sabe o céu te espere, com garras de corvos negros
Ou intempéries de chuvas, trocando a dor por sossegos
Lavando um lombo sem viço, sem forquilha nem pelego
Quem já foi flor nos setembros, sendo Rio Grande na praça
Vai matar campo e flexilha, pra consumir sua carcaça
Quem soube morrer de velho, destino bom de cavalo
Numa várzea de sol posto, entrega-se qual regalo
Pras mãos certeiras do tempo, que nunca erra o pealo
Pois só quem teve um gateado, conhece as coisas que digo
Não mate ou venda um cavalo, que estás traindo um amigo
Quem foi terra sem cobrá-la, retorna agora pra ela
Querência da minha encilha, fechou pra sempre a cancela
Entregando os olhos pampas, pra uma estrela sentinela
Rogando a sombra da cruz, boto no peito o chapéu
Reverencio pra terra, cavalo bom vai pro céu
(Gujo Teixeira, Luiz Marenco)
"Ficou uma cruz cravada e um silêncio de arreio
Nem rangido, nem um coscorro da mordedura do freio
Ficaram estrivos juntos, xergão de carda, suado
E uma silhueta estendida, da dimensão do gateado"
Quem foi potro em primaveras, madrugando minhas encilhas
Já foi barco de alma leve, navegando essas coxilhas
Cascos de lua crescente, pra o céu grande das flexilhas
Há de encontrar invernada, rincão, querência ou potreiro
Lugar que o Deus dessa pampa, reserva pra os seus campeiros
Quem sabe o céu te espere, com garras de corvos negros
Ou intempéries de chuvas, trocando a dor por sossegos
Lavando um lombo sem viço, sem forquilha nem pelego
Quem já foi flor nos setembros, sendo Rio Grande na praça
Vai matar campo e flexilha, pra consumir sua carcaça
Quem soube morrer de velho, destino bom de cavalo
Numa várzea de sol posto, entrega-se qual regalo
Pras mãos certeiras do tempo, que nunca erra o pealo
Pois só quem teve um gateado, conhece as coisas que digo
Não mate ou venda um cavalo, que estás traindo um amigo
Quem foi terra sem cobrá-la, retorna agora pra ela
Querência da minha encilha, fechou pra sempre a cancela
Entregando os olhos pampas, pra uma estrela sentinela
Rogando a sombra da cruz, boto no peito o chapéu
Reverencio pra terra, cavalo bom vai pro céu
Galpão
Galpão
(João Máximo,José Hilário Retamozo)
Temperado de sol e minuano, desgastado por chuvas brutais
Foste berço de heróis veteranos que se foram pra não voltar mais
Primitivo galpão campesino, berço rude de meus ancestrais
Parador dos romeiros teatinos, destas almas que andejam demais.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Pouco importa saber quem apeia, donde vem e pra donde que vai
Se a cambona do mate esta cheia e o fogão é um convite que atrai
Porta aberta, calor, aconchego, chimarrão no fraterno ritual
Ventre pampa de couro e pelego, para os pagos do ponto cardeal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Grande postagem Luis, gracias parceiro!!!
(João Máximo,José Hilário Retamozo)
Temperado de sol e minuano, desgastado por chuvas brutais
Foste berço de heróis veteranos que se foram pra não voltar mais
Primitivo galpão campesino, berço rude de meus ancestrais
Parador dos romeiros teatinos, destas almas que andejam demais.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Pouco importa saber quem apeia, donde vem e pra donde que vai
Se a cambona do mate esta cheia e o fogão é um convite que atrai
Porta aberta, calor, aconchego, chimarrão no fraterno ritual
Ventre pampa de couro e pelego, para os pagos do ponto cardeal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Meu galpão, minha escola campeira, meu plenário e tribuna rural
Sementeira da gesta guerreira do Rio Grande do Sul imortal.
Grande postagem Luis, gracias parceiro!!!
Bolicho
Bolicho
(Cenair Maicá, Gilberto Carvalho)
No balcão cheiro de risos de taboa velha riscada
Maço de palha e o fumo numa estopa remangada
Poeirada, muita cachaça e alguma rusga entaipada.
O rádio que se desmancha num tangaço de Gardel
Peça de chita floreada, renda, alpargata, pastel.
E um gato velho brasino que a cuscada dá quartel.
Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.
Lá fora tava que sobe, cá dentro trago que desce
A goela da oito baixos canta até o que não conhece
O truco bem orelhado desde segunda amanhece.
Ninguém passa sem chegar no bolicho beira-estrada
E o bolicheiro alarife tem a cara preparada,
Às vezes sua livreta cobra quem não comprou nada.
Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.
Enviada por Luis
(Cenair Maicá, Gilberto Carvalho)
No balcão cheiro de risos de taboa velha riscada
Maço de palha e o fumo numa estopa remangada
Poeirada, muita cachaça e alguma rusga entaipada.
O rádio que se desmancha num tangaço de Gardel
Peça de chita floreada, renda, alpargata, pastel.
E um gato velho brasino que a cuscada dá quartel.
Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.
Lá fora tava que sobe, cá dentro trago que desce
A goela da oito baixos canta até o que não conhece
O truco bem orelhado desde segunda amanhece.
Ninguém passa sem chegar no bolicho beira-estrada
E o bolicheiro alarife tem a cara preparada,
Às vezes sua livreta cobra quem não comprou nada.
Bolicho beira-de-estrada, na solidão da campanha
Onde o índio solitário afoga mágoas na canha.
Morada dos cruzadores, onde o andejo sem rumo
Busca na canha e no fumo matar saudades de amores.
Enviada por Luis
Rancheira do Tio Bilia
Rancheira do Tio Bilia
(Cenair Maicá)
Nesta rancheira campeira, compasso repiqueteado
Com a morena faceira dança um gaúcho largado
E nesse embalo animado a noite fica pequena
No sarandear delicado do corpo desta morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
Assim é um baile de rancho no chão batido da sala
Na fraca luz do candieiro esta rancheira é que embala
E neste embalo animado a noite fica pequena
Dançando sempre agarrado no corpo desta morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
É neste baile gaúcho que a gaita do Tio Bilia
Roncava a boca da noite e chorava ao clarear do dia
E neste embalo gostoso a noite ficou pequena
Pelo olhar carinhoso e o calor da morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
Enviada por Luis
(Cenair Maicá)
Nesta rancheira campeira, compasso repiqueteado
Com a morena faceira dança um gaúcho largado
E nesse embalo animado a noite fica pequena
No sarandear delicado do corpo desta morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
Assim é um baile de rancho no chão batido da sala
Na fraca luz do candieiro esta rancheira é que embala
E neste embalo animado a noite fica pequena
Dançando sempre agarrado no corpo desta morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
É neste baile gaúcho que a gaita do Tio Bilia
Roncava a boca da noite e chorava ao clarear do dia
E neste embalo gostoso a noite ficou pequena
Pelo olhar carinhoso e o calor da morena
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Marca pra lá, vem pra cá marcando sempre certinho
Faz uma volta completa e agora é o puladinho
Enviada por Luis
Canto dos Livres
Canto dos Livres
(Cenair Maicá)
Se meu destino é cantar, eu canto
Meu mundo é mais que chorar, não choro
A vida é mais do que pranto, é um sonho
Com matizes sonoros
Hay os que cantam desditas de amores
Por conveniência agradando os senhores
Mas os que vivem a cantar sem patrão
Tocam nas cordas do seu coração
Quem canta refresca a alma
Canntar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer
Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade
Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade
No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar
Quisera ter a alegria dos pássaros
Na sinfonia do alvorecer
De cantar para anunciar quando vem chuva
E avisar que já vai anoitecer
E ao chegar a primavera com as flores,
Cantar um hino de paz e beleza
Longe da prisão dos homens, e da fome
Prá nunca cantar tristeza
No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar
Quem canta refresca a alma
Cantar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer
Mais uma do Luis
(Cenair Maicá)
Se meu destino é cantar, eu canto
Meu mundo é mais que chorar, não choro
A vida é mais do que pranto, é um sonho
Com matizes sonoros
Hay os que cantam desditas de amores
Por conveniência agradando os senhores
Mas os que vivem a cantar sem patrão
Tocam nas cordas do seu coração
Quem canta refresca a alma
Canntar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer
Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade
Quisera um dia cantar com o povo
Um canto simples de amor e verdade
Que não falasse em misérias nem guerras
Nem precisasse clamar liberdade
No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar
Quisera ter a alegria dos pássaros
Na sinfonia do alvorecer
De cantar para anunciar quando vem chuva
E avisar que já vai anoitecer
E ao chegar a primavera com as flores,
Cantar um hino de paz e beleza
Longe da prisão dos homens, e da fome
Prá nunca cantar tristeza
No cantar de quem é livre
Hay melodias de paz
Horizontes de ternura
Nesta poesia de andar
Quem canta refresca a alma
Cantar adoça o viver
Assim eu vivo cantando
Prá aliviar meu padecer
Mais uma do Luis
Bochinchando
Bochinchando
(Amaury Beltrão de Castro, Cenair Maicá, Talo Pereyra)
Falado: (Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro bem as melenas
Encharco no trago as penas e na guaiaca dou um desfalque
E depois, e depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
Rosilho bem encilhado, badana e pelego novo
E um bis na casca de ovo, ajoujado na guaiaca
Pra emparceirar uma faca, de fibra marca coqueiro
De peleguear bochincheiro e fazer touro virar vaca
Pro bochincho me boleio, estufado de confiança
Que esse xirú hoje dança com a mais linda do salão
E se a filha do patrão, se arreganhar pro meu lado
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão
(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e me englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
Mal se chega e é um abraço de tanta china bonita
Dessas que as ancas agita maliciando o pensamento
E eu me achico num momento, fico embevecido a vê-las
Diviso tropas de estrelas ponteando no firmamento
Vou preparar o meu laço e apartar uma pra mim
Sento a marca e digo sim e volto às lides de campeiro
No meu rancho de posteiro, um chimarrão e carinho
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro
(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
(Amaury Beltrão de Castro, Cenair Maicá, Talo Pereyra)
Falado: (Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro bem as melenas
Encharco no trago as penas e na guaiaca dou um desfalque
E depois, e depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
Rosilho bem encilhado, badana e pelego novo
E um bis na casca de ovo, ajoujado na guaiaca
Pra emparceirar uma faca, de fibra marca coqueiro
De peleguear bochincheiro e fazer touro virar vaca
Pro bochincho me boleio, estufado de confiança
Que esse xirú hoje dança com a mais linda do salão
E se a filha do patrão, se arreganhar pro meu lado
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão
(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e me englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
Mal se chega e é um abraço de tanta china bonita
Dessas que as ancas agita maliciando o pensamento
E eu me achico num momento, fico embevecido a vê-las
Diviso tropas de estrelas ponteando no firmamento
Vou preparar o meu laço e apartar uma pra mim
Sento a marca e digo sim e volto às lides de campeiro
No meu rancho de posteiro, um chimarrão e carinho
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro
(Hoje estou disposto a tudo, envergo a melhor bombacha,
Nas botas eu taco graxa e englostoro as melenas
Encharco no trago as penas, na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
Baile do Sapucay
Baile do Sapucay
(Cenair Maicá)
Neste compasso da gaita do sapucay
Se bailava a noite inteira lá na costa do Uruguai
Luz de candieiro e o cheiro da polvadeira
Hermanava castelhanos e brasileiros na fronteira.
Choram as primas no compasso do bordão
O guitarreiro canta toda a inspiração
E a cordeona num soluço retrechando
Marca o compasso do posteiro sapateando
Neste compasso da gaita do sapucay
Se arrastava alpargatas lá na costa do Uruguai
Chinas faceiras de um jeito provocador
Vão sarandeando, é um convite para o amor
levanta a poeira do sarandeio da china
Rescendendo a querosene com cheiro de brilhantina
Neste compasso da gaita do sapucay
Mandico se alegrava lá na costa do Uruguai
Até a guarda costeira se esqueceu do contrabando
E o sapucay chegava a tocar se babando
E a gaita velha da baba do sapucay
Chegou a apodrecer o fole neste faz que vai não vai
São duas pátrias festejando nesta dança
Repartindo a mesma herança, comungando a mesma rima
Disse o Sindinho que o Uruguai beija os nubentes
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina
E disse o poeta que o lendário rio corrente
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina.
Colaboração do amigo Luis
(Cenair Maicá)
Neste compasso da gaita do sapucay
Se bailava a noite inteira lá na costa do Uruguai
Luz de candieiro e o cheiro da polvadeira
Hermanava castelhanos e brasileiros na fronteira.
Choram as primas no compasso do bordão
O guitarreiro canta toda a inspiração
E a cordeona num soluço retrechando
Marca o compasso do posteiro sapateando
Neste compasso da gaita do sapucay
Se arrastava alpargatas lá na costa do Uruguai
Chinas faceiras de um jeito provocador
Vão sarandeando, é um convite para o amor
levanta a poeira do sarandeio da china
Rescendendo a querosene com cheiro de brilhantina
Neste compasso da gaita do sapucay
Mandico se alegrava lá na costa do Uruguai
Até a guarda costeira se esqueceu do contrabando
E o sapucay chegava a tocar se babando
E a gaita velha da baba do sapucay
Chegou a apodrecer o fole neste faz que vai não vai
São duas pátrias festejando nesta dança
Repartindo a mesma herança, comungando a mesma rima
Disse o Sindinho que o Uruguai beija os nubentes
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina
E disse o poeta que o lendário rio corrente
Une o casal continente, pai Brasil mãe Argentina.
Colaboração do amigo Luis
Vozes Rurais
Vozes Rurais
(João de Almeida Neto)
Cada vez que um campeiro abre o peito
Num galpão interior que ele traz
Quem não quer o Rio Grande cantando
Com razões sem sentidos desfaz
Mas no meio de tantos estranhos
Momentistas e circunstanciais
Surge o forte refrão das campanhas
Entoado por vozes rurais
Dê-lhe boca essas bocas cantoras
Redentora da voz dos galpões
Dê-lhe pata e desata esse brado
Dos sagrados rituais dos fogões
E entre cantos que negam e fogem
Aos atávicos tons musicais
Estão eles de bota e bombacha
Sustentando os padrões culturais
Que não falte coragem a esses homens
Contra o tempo agüentando o repuxo
E que a estranhas tendências imponham
O autêntico canto gaúcho
Colaboração de Liane, Gracias.
(João de Almeida Neto)
Cada vez que um campeiro abre o peito
Num galpão interior que ele traz
Quem não quer o Rio Grande cantando
Com razões sem sentidos desfaz
Mas no meio de tantos estranhos
Momentistas e circunstanciais
Surge o forte refrão das campanhas
Entoado por vozes rurais
Dê-lhe boca essas bocas cantoras
Redentora da voz dos galpões
Dê-lhe pata e desata esse brado
Dos sagrados rituais dos fogões
E entre cantos que negam e fogem
Aos atávicos tons musicais
Estão eles de bota e bombacha
Sustentando os padrões culturais
Que não falte coragem a esses homens
Contra o tempo agüentando o repuxo
E que a estranhas tendências imponham
O autêntico canto gaúcho
Colaboração de Liane, Gracias.
Trem de Lata
Trem de Lata
(Wilson Paim)
Uma velha ferradura pendurada
Feito o sino dá licença na estação
Pra que o velho trem de lata em disparada
Chegue a tempo no outro lado do galpão
Orelhano não tem marca registrada
E o seu trilho é o próprio rastro pelo chão
Lá no cocho das galinhas tem parada
Pra o foguista abastecer o seu vagão
Lata aberta toda a volta vai a carga
Encontrada pelo meio do terreiro
E as fechadas onde a ponta não se larga
Eram só para vagões de passageiros
Toda vez que o pai chegava com sortido
O piazito ia correndo ver se vinha
Pra tornar seu trem de lata mais comprido
Entre a compras uma lata de sardinha
Mas o tempo foi e o que era lindo
Disse adeus ao sentimento conquistado
E o expresso fantasia foi sumindo
Do cenário pelo túnel do passado
Lata aberta toda a volta vai a carga
Encontrada pelo meio do terreiro
E as fechadas onde a ponta não se larga
Eram só para vagões de passageiros
(Wilson Paim)
Uma velha ferradura pendurada
Feito o sino dá licença na estação
Pra que o velho trem de lata em disparada
Chegue a tempo no outro lado do galpão
Orelhano não tem marca registrada
E o seu trilho é o próprio rastro pelo chão
Lá no cocho das galinhas tem parada
Pra o foguista abastecer o seu vagão
Lata aberta toda a volta vai a carga
Encontrada pelo meio do terreiro
E as fechadas onde a ponta não se larga
Eram só para vagões de passageiros
Toda vez que o pai chegava com sortido
O piazito ia correndo ver se vinha
Pra tornar seu trem de lata mais comprido
Entre a compras uma lata de sardinha
Mas o tempo foi e o que era lindo
Disse adeus ao sentimento conquistado
E o expresso fantasia foi sumindo
Do cenário pelo túnel do passado
Lata aberta toda a volta vai a carga
Encontrada pelo meio do terreiro
E as fechadas onde a ponta não se larga
Eram só para vagões de passageiros
Milonga de Tres Banderas
Milonga de Tres Banderas
(Jayme Caetano Braum, Noel Guarany)
Vieja milonga pampeana
Hija de llanos y vientos,
Chiruza de cuatro alientos
De la tierra Americana;
Vieja milonga paisana
De los montes y praderas,
Tus mensajes galponeras
Trenzaran en la oración
Al pié del mismo fogón
Los gauchos de tres banderas.
Brasileño y Oriental,
Rio-Grandense y Argentino,
Piedras del mismo camino,
Aguas del mismo caudal,
Hicieran, de tu señal,
Himnos de patria y clarin,
Hasta el mas hondo confin,
Bajo el cielo americano,
De Osório-Artigas-Belgramo,
Madariaga y San Martín!
A tu conjuro peliaran,
Vieja milonga machaza
Los centauros de mi raza
Que al más allá se marcharan
Y las hembras te besaran
Con cariño y con amor
Cuando en la guitarra flor,
Enriedada en el coraje,
Fuiste un llamado salvaje
Al corazón del cantor!
Milonga - poncho y facón,
Calandria pampa y lucero,
Grito machazo del tero,
Calor de hogar y fogón,
Milonga del redomón,
Llevando pátria en las ancas,
Milonga de las potrancas
Milonga de las congojas
Milonga divizas rojas,
Milonga divizas blancas.
Blanco y azules pañuelos,
Celeste verde amarillos,
Milonga de los caudillos
Que hilvanaran nuestros suelos,
Milonga de los abuelos
De las cepas cimarronas,
Milonga de las lloronas
Repiquetiando de lejos,
Milonga de los reflejos
En las trenzas de las peonas.
Martín Fierro - El Viejo Pancho,
Blau Nunes y Santo Vega,
Tu sonido gaucho llega
Parido del mismo rancho
a lo largo y a lo ancho
Dibuja el suelo patrício
Cuando el payador de ofício
Repunta en vuelo bizarro,
Lanceros de Canabarro,
Rastreadores de Aparício.
Con tu sonido encadenas
Nel mismo pampa dialecto,
Antonio de Souza Neto,
Poncho - lanza y nazarenas,
Milonga sangre en las venas
De la história que se aleja,
Legenda de pátria vieja
Que hizo del cielo diviza
Con Justo José de Urquiza,
Juan Antonio Lavalleja.
Milonga de tres colores
Punteada en cuerdas de acero,
Cuando el último jilguero
Ensaya sus estertores,
Nosotros los payadores,
De la tradoción campera,
Saldremos a campo fuera,
Por los ranchos y fogones,
Tartamudeando oraciones
Para que el gaucho no morrera.
Pero el jamás murirá,
Gaucho no puede morir,
Es ajes y el porvenir,
Lo que fué y lo vendrá,
La lanza y el chiripá
Podran quedar nel repecho,
Pero - libertad e derecho,
Dignidad y gaucheria,
El patriotismo y la hombria
Los guardamos en el pecho.
Milonga de tres banderas,
Templada por manos rudas,
Mensaje de Dios, sin dudas
Sin cadenas ni fronteras,
Mañana por las praderas
Quando el sol gaucho se ponga
El viento pampa resonga
Con su guitarra de estrellas
Haciendo pátria con ella
Pues donde hay pátria, hay milonga.
Colaboração de LUTIANI ESPELOCIN, gracias pela Milonga!!!
(Jayme Caetano Braum, Noel Guarany)
Vieja milonga pampeana
Hija de llanos y vientos,
Chiruza de cuatro alientos
De la tierra Americana;
Vieja milonga paisana
De los montes y praderas,
Tus mensajes galponeras
Trenzaran en la oración
Al pié del mismo fogón
Los gauchos de tres banderas.
Brasileño y Oriental,
Rio-Grandense y Argentino,
Piedras del mismo camino,
Aguas del mismo caudal,
Hicieran, de tu señal,
Himnos de patria y clarin,
Hasta el mas hondo confin,
Bajo el cielo americano,
De Osório-Artigas-Belgramo,
Madariaga y San Martín!
A tu conjuro peliaran,
Vieja milonga machaza
Los centauros de mi raza
Que al más allá se marcharan
Y las hembras te besaran
Con cariño y con amor
Cuando en la guitarra flor,
Enriedada en el coraje,
Fuiste un llamado salvaje
Al corazón del cantor!
Milonga - poncho y facón,
Calandria pampa y lucero,
Grito machazo del tero,
Calor de hogar y fogón,
Milonga del redomón,
Llevando pátria en las ancas,
Milonga de las potrancas
Milonga de las congojas
Milonga divizas rojas,
Milonga divizas blancas.
Blanco y azules pañuelos,
Celeste verde amarillos,
Milonga de los caudillos
Que hilvanaran nuestros suelos,
Milonga de los abuelos
De las cepas cimarronas,
Milonga de las lloronas
Repiquetiando de lejos,
Milonga de los reflejos
En las trenzas de las peonas.
Martín Fierro - El Viejo Pancho,
Blau Nunes y Santo Vega,
Tu sonido gaucho llega
Parido del mismo rancho
a lo largo y a lo ancho
Dibuja el suelo patrício
Cuando el payador de ofício
Repunta en vuelo bizarro,
Lanceros de Canabarro,
Rastreadores de Aparício.
Con tu sonido encadenas
Nel mismo pampa dialecto,
Antonio de Souza Neto,
Poncho - lanza y nazarenas,
Milonga sangre en las venas
De la história que se aleja,
Legenda de pátria vieja
Que hizo del cielo diviza
Con Justo José de Urquiza,
Juan Antonio Lavalleja.
Milonga de tres colores
Punteada en cuerdas de acero,
Cuando el último jilguero
Ensaya sus estertores,
Nosotros los payadores,
De la tradoción campera,
Saldremos a campo fuera,
Por los ranchos y fogones,
Tartamudeando oraciones
Para que el gaucho no morrera.
Pero el jamás murirá,
Gaucho no puede morir,
Es ajes y el porvenir,
Lo que fué y lo vendrá,
La lanza y el chiripá
Podran quedar nel repecho,
Pero - libertad e derecho,
Dignidad y gaucheria,
El patriotismo y la hombria
Los guardamos en el pecho.
Milonga de tres banderas,
Templada por manos rudas,
Mensaje de Dios, sin dudas
Sin cadenas ni fronteras,
Mañana por las praderas
Quando el sol gaucho se ponga
El viento pampa resonga
Con su guitarra de estrellas
Haciendo pátria con ella
Pues donde hay pátria, hay milonga.
Colaboração de LUTIANI ESPELOCIN, gracias pela Milonga!!!
Pra Quem Solta Um Cavalo
Pra Quem Solta Um Cavalo
(Fabiano Bacchieri)
Me fui rumo a tarde campeando horizonte
Um passo de tropa pela sesmaria
Buscando o verde mais verde da várzea
No fundo do campo mais fundo que havia
De um lado de um zaino seguia a cadência
Um vento abanando as rédeas torcidas
Do outro o tempo fazendo a culatra
Tocando por diante as coisas da vida
E eu na forquilha tristeza inquietude
Bombeava pra o tozo cuidando o embalo
Levava na alma uma dor estropeando
E as penas de um taura que solta um cavalo
E o pingo sereno rumando pra o fim
Da pátria de bastos das lidas buenaças
Até pressentia inquietando o coscoz
Num garbo sulino de cruzar em praça
Um bater de argola cinchão barrigueira
Carona e xergão boleados no pasto
Fumaça no lombo, suor escorrido
E um tempo findando do peso dos bastos
Na troca das garras no meio do campo
Havia um nada fazendo a escolta
E o tordilho parcero olhando parado
O aperto da cincha no zaino da volta
E dizem que fletes não sabem nem sentem
Que vivem por pouco por conta dos anos
Mas o meu cavalo por certo entendeu
Que foram se os dias de fibra e tutano
Que soltei um amigo entenda quem queira
Cumpria o mandante que na autoridade
De uns pilas herdados sentiu o direito
De soltar pro mundo minha outra metade
Quando levei a mão por detrás da orelha
Ladeou o pescoço, roçou no meu braço
Sonando impaciente pedindo retorno
Qual filho que parte querendo um abraço
Virou a cabeça direito ao lagoão
Num adeus de campanha que a franja abanou
E viu refletido nos seus próprios olhos
O sal da saudade que um homem chorou
Por isso que hoje me ajustei de peão
Caseiro de estância, o tordilho sou eu
Por conta dos anos pulpando solito
As penas de um taura que espera por Deus
E sempre me aquieto mateando constante
Bandiando minha´lma que vem ajojada
Num sonho antigo de ouvir pataleios
Daquele tordilho nalguma canhada.
Colaboração de LUTIANI ESPELOCIN, gracias pelo costado
(Fabiano Bacchieri)
Me fui rumo a tarde campeando horizonte
Um passo de tropa pela sesmaria
Buscando o verde mais verde da várzea
No fundo do campo mais fundo que havia
De um lado de um zaino seguia a cadência
Um vento abanando as rédeas torcidas
Do outro o tempo fazendo a culatra
Tocando por diante as coisas da vida
E eu na forquilha tristeza inquietude
Bombeava pra o tozo cuidando o embalo
Levava na alma uma dor estropeando
E as penas de um taura que solta um cavalo
E o pingo sereno rumando pra o fim
Da pátria de bastos das lidas buenaças
Até pressentia inquietando o coscoz
Num garbo sulino de cruzar em praça
Um bater de argola cinchão barrigueira
Carona e xergão boleados no pasto
Fumaça no lombo, suor escorrido
E um tempo findando do peso dos bastos
Na troca das garras no meio do campo
Havia um nada fazendo a escolta
E o tordilho parcero olhando parado
O aperto da cincha no zaino da volta
E dizem que fletes não sabem nem sentem
Que vivem por pouco por conta dos anos
Mas o meu cavalo por certo entendeu
Que foram se os dias de fibra e tutano
Que soltei um amigo entenda quem queira
Cumpria o mandante que na autoridade
De uns pilas herdados sentiu o direito
De soltar pro mundo minha outra metade
Quando levei a mão por detrás da orelha
Ladeou o pescoço, roçou no meu braço
Sonando impaciente pedindo retorno
Qual filho que parte querendo um abraço
Virou a cabeça direito ao lagoão
Num adeus de campanha que a franja abanou
E viu refletido nos seus próprios olhos
O sal da saudade que um homem chorou
Por isso que hoje me ajustei de peão
Caseiro de estância, o tordilho sou eu
Por conta dos anos pulpando solito
As penas de um taura que espera por Deus
E sempre me aquieto mateando constante
Bandiando minha´lma que vem ajojada
Num sonho antigo de ouvir pataleios
Daquele tordilho nalguma canhada.
Colaboração de LUTIANI ESPELOCIN, gracias pelo costado
Previsão
Previsão
(Adair de Freitas)
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
E é por isso
Que o campeiro se agasalha
Porque sabe que não falha
Previsão de vaqueano
Mesmo aragano
Sabe que é dura a peleia
Quando o tempito se enfeia
Pro lado dos castelhanos.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
Isto é costume
Da gente lá da fronteira
Gente boa sem fronteira
Que observa a Natureza
É sutileza do peão, e está provado
Se armando pra aquele lado
Chove chuva com certeza.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
A vida é um tempo
Temporal, vento maleva
E a vida que a gente leva
Leva o tempo pela mão
Meu bom patrão,
Que alegria se eu previsse
Que a chuva do amor caísse
Nos ranchos do meu rincão.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
(Adair de Freitas)
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
E é por isso
Que o campeiro se agasalha
Porque sabe que não falha
Previsão de vaqueano
Mesmo aragano
Sabe que é dura a peleia
Quando o tempito se enfeia
Pro lado dos castelhanos.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
Isto é costume
Da gente lá da fronteira
Gente boa sem fronteira
Que observa a Natureza
É sutileza do peão, e está provado
Se armando pra aquele lado
Chove chuva com certeza.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
A vida é um tempo
Temporal, vento maleva
E a vida que a gente leva
Leva o tempo pela mão
Meu bom patrão,
Que alegria se eu previsse
Que a chuva do amor caísse
Nos ranchos do meu rincão.
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai).
- Gracias parceiro, grande contribuição para o blog
Pampeano
Pampeano
(Adair de Freitas)
Pampeano monta o flete da esperança
Pra recorrer os campos do porvir
Esquece das espadas e das lanças
Que a luz de um novo mundo vai surgir.
Os marcos e alambrados não dividem
O amor por essa terra nos hermana
Serão um grande exemplo para o mundo
Os filhos da mãe pátria americana.
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nessa vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América do Sul onde nasci.
Nos olhos do pampeano a mesma luz
Nas mãos a mesma lida, a mesma fé
Os sonhos são iguais, igual o campo
Na terra o mesmo rumo pra seus pés
Nos campos e cidades a mesma luta
Buscando um amanhã com igualdade
Ainda viveremos para ver
Desabrochar a flor fraternidade.
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nessa vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América do Sul onde nasci
Na América do Sul onde nasci.
(Adair de Freitas)
Pampeano monta o flete da esperança
Pra recorrer os campos do porvir
Esquece das espadas e das lanças
Que a luz de um novo mundo vai surgir.
Os marcos e alambrados não dividem
O amor por essa terra nos hermana
Serão um grande exemplo para o mundo
Os filhos da mãe pátria americana.
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nessa vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América do Sul onde nasci.
Nos olhos do pampeano a mesma luz
Nas mãos a mesma lida, a mesma fé
Os sonhos são iguais, igual o campo
Na terra o mesmo rumo pra seus pés
Nos campos e cidades a mesma luta
Buscando um amanhã com igualdade
Ainda viveremos para ver
Desabrochar a flor fraternidade.
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nessa vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América do Sul onde nasci
Na América do Sul onde nasci.
- Gracias Luis
Meu Canto
Meu Canto
(Adair de Freitas)
Meu canto não conhece desencanto
Vem peleando a tanto tempo
Mas não cansa de pelear
Hoje já se ouve a ressonância
Dessa voz de peão de estância
Conquistando seu lugar
Meu canto, se quiser eu te ofereço
Pois ninguém me bota preço
Quando não quero cantar
Meu canto, companheiro, não se iluda
É como um cavalo de muda
Que cansou de cabrestear
Meu canto, companheiro, não se iluda
É como um cavalo de muda
Que cansou de cabrestear.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão.
Meu canto, não é mágoa, não é pranto
Nem passado, nem futuro,
Que o presente é mais verdade
Hoje o amanhã não me fascina
Tenho o ontem que me ensina
Mas não vivo de saudade
Canto nesta terra onde me planto
Mas não pise no meu poncho
Que eu empaco e me boleio
Canto pra pedir mais igualdade
Quem não gosta da verdade
Que se aparte do rodeio
Canto pra pedir mais igualdade
Quem não gosta da verdade
Que se aparte do rodeio.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão.
Canto, e minha voz quando levanto
Não traz ódio nem maldade
Coisas que não sei sentir
Não que seja mais que qualquer outro
Nem mais taura, nem mais potro,
Se disser eu vou mentir
Peço pra quem julga e dá conceito
Que esqueça o preconceito
E me aceite como sou
Manso como água de cacimba,
Mas palanque que não cimbra
Porque o tempo enraizou
Manso como água de cacimba,
Mas palanque que não cimbra
Porque o tempo enraizou.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando neste chão.
(Adair de Freitas)
Meu canto não conhece desencanto
Vem peleando a tanto tempo
Mas não cansa de pelear
Hoje já se ouve a ressonância
Dessa voz de peão de estância
Conquistando seu lugar
Meu canto, se quiser eu te ofereço
Pois ninguém me bota preço
Quando não quero cantar
Meu canto, companheiro, não se iluda
É como um cavalo de muda
Que cansou de cabrestear
Meu canto, companheiro, não se iluda
É como um cavalo de muda
Que cansou de cabrestear.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão.
Meu canto, não é mágoa, não é pranto
Nem passado, nem futuro,
Que o presente é mais verdade
Hoje o amanhã não me fascina
Tenho o ontem que me ensina
Mas não vivo de saudade
Canto nesta terra onde me planto
Mas não pise no meu poncho
Que eu empaco e me boleio
Canto pra pedir mais igualdade
Quem não gosta da verdade
Que se aparte do rodeio
Canto pra pedir mais igualdade
Quem não gosta da verdade
Que se aparte do rodeio.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão.
Canto, e minha voz quando levanto
Não traz ódio nem maldade
Coisas que não sei sentir
Não que seja mais que qualquer outro
Nem mais taura, nem mais potro,
Se disser eu vou mentir
Peço pra quem julga e dá conceito
Que esqueça o preconceito
E me aceite como sou
Manso como água de cacimba,
Mas palanque que não cimbra
Porque o tempo enraizou
Manso como água de cacimba,
Mas palanque que não cimbra
Porque o tempo enraizou.
Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando neste chão.
- Mais uma do amigo Luis
De Já Hoje
De Já Hoje
(Adair de Freitas)
De já hoje quando estava no meu rancho
Me chamaram, me pediram que voltasse
E dos rumos donde vim eu fiz retorno
Na esperança de que a vida melhorasse
Juntei pilchas pelos cantos, e fiz canto
Pois cantando quando vim cruzei caminhos
Nesta volta os meus sonhos de distância
Trazem ânsias de rever o velho ninho.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim).
De já hoje quando vinha pela estrada
Regressando pro rincão onde nasci
Dentro d'alma galopeava uma saudade
E a vontade de encontrar o que perdi
Labaredas de algum fogo galponeiro
Vozes rudes de campeiros como eu
Mãos amigas me alcançando mais um mate
Realidades que a cidade não me deu.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim).
De já hoje quando ao tranco fui chegando
Na porteira que eu abria quando piá
Vi gaúchos que me olharam de soslaio
Nem ao menos "buenos dia" hoje se dá
Não vi pasto no potreiro rebolcado
Nem caseiro pra gritar "passe pra diante"
Não vi erva pro gaúcho tomar mate
Nem um resto de churrasco pro andante.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo sofrenei o meu picaço
E esta bruta realidade mata anseios
Que eu sentia nos lugares donde vim).
De já hoje, quando vinha pela estrada
Retornando do rincão onde nasci
Esporeei o meu picaço, e num laçaço
Fui deixando para trás tudo que vi
Quero andar, andar e andar pelas estradas
E avisar quem vem de longe a regressar
Que a mentira vem tropeando mil promessas
Que a verdade já cansou de cabrestear.
Que a mentira vem tropeando mil promessas
Que a verdade já cansou de cabrestear.
Colaboração do amigo Luis, gracias parceiro!!!
(Adair de Freitas)
De já hoje quando estava no meu rancho
Me chamaram, me pediram que voltasse
E dos rumos donde vim eu fiz retorno
Na esperança de que a vida melhorasse
Juntei pilchas pelos cantos, e fiz canto
Pois cantando quando vim cruzei caminhos
Nesta volta os meus sonhos de distância
Trazem ânsias de rever o velho ninho.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim).
De já hoje quando vinha pela estrada
Regressando pro rincão onde nasci
Dentro d'alma galopeava uma saudade
E a vontade de encontrar o que perdi
Labaredas de algum fogo galponeiro
Vozes rudes de campeiros como eu
Mãos amigas me alcançando mais um mate
Realidades que a cidade não me deu.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim).
De já hoje quando ao tranco fui chegando
Na porteira que eu abria quando piá
Vi gaúchos que me olharam de soslaio
Nem ao menos "buenos dia" hoje se dá
Não vi pasto no potreiro rebolcado
Nem caseiro pra gritar "passe pra diante"
Não vi erva pro gaúcho tomar mate
Nem um resto de churrasco pro andante.
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo sofrenei o meu picaço
E esta bruta realidade mata anseios
Que eu sentia nos lugares donde vim).
De já hoje, quando vinha pela estrada
Retornando do rincão onde nasci
Esporeei o meu picaço, e num laçaço
Fui deixando para trás tudo que vi
Quero andar, andar e andar pelas estradas
E avisar quem vem de longe a regressar
Que a mentira vem tropeando mil promessas
Que a verdade já cansou de cabrestear.
Que a mentira vem tropeando mil promessas
Que a verdade já cansou de cabrestear.
Colaboração do amigo Luis, gracias parceiro!!!
Polca Do Cerro Chato
Polca Do Cerro Chato
(Adair de Freitas)
Nos fandangos da fronteira,
De Rivera e Livramento
Conheci um mulato sério
Índio bom cento por cento
Com a cordeona nos braços
Era um artista de fato
Ficou famoso tocando
A Polca Do Cerro Chato.
Dava gosto de se ver
Quando a cordeona se abria
E as mãos rudes do moreno
Esparramando alegria
Adão Dias companheiro
Aonde estiver morando
A Polca Do Cerro Chato
Por certo estará tocando.
O pago todo sorria
Com o sorriso deste taita
E a gauchada bailando
Ao som crioulo da gaita
Pra que o pago não te esqueça
Hoje faço este relato
E Adão Dias se eternize
Na Polca Do Cerro Chato
Falado: (Aí companheirada da fronteira vamos tirar par e com certeza o Adão Dias estará tocando esta polca para todos nós. Vai simbora.)
Colaboração do amigo Luis, gracias parceiro!!!
(Adair de Freitas)
Nos fandangos da fronteira,
De Rivera e Livramento
Conheci um mulato sério
Índio bom cento por cento
Com a cordeona nos braços
Era um artista de fato
Ficou famoso tocando
A Polca Do Cerro Chato.
Dava gosto de se ver
Quando a cordeona se abria
E as mãos rudes do moreno
Esparramando alegria
Adão Dias companheiro
Aonde estiver morando
A Polca Do Cerro Chato
Por certo estará tocando.
O pago todo sorria
Com o sorriso deste taita
E a gauchada bailando
Ao som crioulo da gaita
Pra que o pago não te esqueça
Hoje faço este relato
E Adão Dias se eternize
Na Polca Do Cerro Chato
Falado: (Aí companheirada da fronteira vamos tirar par e com certeza o Adão Dias estará tocando esta polca para todos nós. Vai simbora.)
Colaboração do amigo Luis, gracias parceiro!!!
Enchendo Os Olhos De Campo
Enchendo Os Olhos De Campo
(Luiz Marenco, Gujo Teixeira, Valério Teixeira)
Manhãzita de maio e notícias do céu desabam nas casa
Um angico nas brasas, consome sem pressa seu cerno de lei
O meu cusco ovelheiro fareja o suor da xerga estendida
Que descansa da lida e do lombo do baio, meu trono de rei
Outro ronco de mate quebrava o murmúrio das chuvas nas telhas
E o baeta vermelha, aberto em suas asas pingava no chão
Imitando um sol posto, largava de pouco luz a da janela
E empurrando a cancela um ventito minuano assobiava no oitão
Pelo olhar da janela a vista perdia-se pelo campo vasto
Verdejando o pasto, coxilha e canhada até a beira do rio
Um mangueirão grande, guardando um silêncio dormido de pedras
E uma estrada de léguas são parte da estória de alguém que partiu
Partiram pra longe, feito tantos do campo, feito tantos dos meus
Que por conta de Deus e a procura de mais encilharam cavalos
E rumaram pra sempre, deixando o galpão, saudade e um mate
Pra depois n'outro embate, pelear por sonho e talvez encontrá-lo
Hoje abro a janela e pergunto pro tempo: por onde andarão?
Os que aqui no galpão, cevaram amargos por conta da lida
Que estenderam seus ponchos, baetas vermelhas de almas lavadas
Onde em léguas de estradas, na calma das tropas prosearam a vida
Só o silêncio das pedras e água da chuva que encharca a mangueira
E uma dor costumeira, saudosa do tempo, me fazem costado
Vejo o angico nas cinzas e o cusco ovelheiro, deitado num canto
E encho os olhos de campo de água e saudade, lembrando o passado
Manhãzita de maio, manhãzita de maio.
(Luiz Marenco, Gujo Teixeira, Valério Teixeira)
Manhãzita de maio e notícias do céu desabam nas casa
Um angico nas brasas, consome sem pressa seu cerno de lei
O meu cusco ovelheiro fareja o suor da xerga estendida
Que descansa da lida e do lombo do baio, meu trono de rei
Outro ronco de mate quebrava o murmúrio das chuvas nas telhas
E o baeta vermelha, aberto em suas asas pingava no chão
Imitando um sol posto, largava de pouco luz a da janela
E empurrando a cancela um ventito minuano assobiava no oitão
Pelo olhar da janela a vista perdia-se pelo campo vasto
Verdejando o pasto, coxilha e canhada até a beira do rio
Um mangueirão grande, guardando um silêncio dormido de pedras
E uma estrada de léguas são parte da estória de alguém que partiu
Partiram pra longe, feito tantos do campo, feito tantos dos meus
Que por conta de Deus e a procura de mais encilharam cavalos
E rumaram pra sempre, deixando o galpão, saudade e um mate
Pra depois n'outro embate, pelear por sonho e talvez encontrá-lo
Hoje abro a janela e pergunto pro tempo: por onde andarão?
Os que aqui no galpão, cevaram amargos por conta da lida
Que estenderam seus ponchos, baetas vermelhas de almas lavadas
Onde em léguas de estradas, na calma das tropas prosearam a vida
Só o silêncio das pedras e água da chuva que encharca a mangueira
E uma dor costumeira, saudosa do tempo, me fazem costado
Vejo o angico nas cinzas e o cusco ovelheiro, deitado num canto
E encho os olhos de campo de água e saudade, lembrando o passado
Manhãzita de maio, manhãzita de maio.
Mãezinha
Mãezinha
(Jayme Caetano Braun)Estrela d'alva que ilumina a vida
Pelo fulgor que tem doçura e brilho
Nada é mais santo do que a mãe querida
Quando abre os lábios pra dizer: meu filho
Eu peço a Deus que possa sempre tê-la
Pois ela é vida que também é minha
O céu da noite tem por deusa a estrela
Mas no meu céu a estrela és tu mãezinha!
Na Moldura da Janela
Esta linda canção posto em homenagem a minha noiva Tamiris, minha eterna namorada...
(Luciano)
Na Moldura da Janela
(Salvador Lamberty, João Chagas Leite)
Quando a manhã pousa seus raios na janela
Sombras tão lindas beijam hastes coloridas
Vem um perfume com ares de primavera
E o sol espera pra trazer a luz da vida
As pitangueiras choram lágrimas de orvalho
E entre os galhos o revoar dos passarinhos
Em alaridos e gorgeios de alegria
Saudando o dia que chegou nesses caminhos
Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada
As verdes matas tem as cores mais escuras
Como esculturas nas pedras de paredão
Águas deslizam formando um imenso véu
Partes do céu fugindo da cerração
A cor cinzenta das geadas das invernias
As manhãs frias me maltratam sem piedade
Jamais afasto meu olhar daquela estrada
Vem minha amada vem matar esta saudade
Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada.
(Gracias, João Chagas Leite, por tão belos versos para a cidade de Santa Maria)
(Luciano)
Na Moldura da Janela
(Salvador Lamberty, João Chagas Leite)
Quando a manhã pousa seus raios na janela
Sombras tão lindas beijam hastes coloridas
Vem um perfume com ares de primavera
E o sol espera pra trazer a luz da vida
As pitangueiras choram lágrimas de orvalho
E entre os galhos o revoar dos passarinhos
Em alaridos e gorgeios de alegria
Saudando o dia que chegou nesses caminhos
Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada
As verdes matas tem as cores mais escuras
Como esculturas nas pedras de paredão
Águas deslizam formando um imenso véu
Partes do céu fugindo da cerração
A cor cinzenta das geadas das invernias
As manhãs frias me maltratam sem piedade
Jamais afasto meu olhar daquela estrada
Vem minha amada vem matar esta saudade
Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada.
(Gracias, João Chagas Leite, por tão belos versos para a cidade de Santa Maria)
Velório do Juca Torto
Velório do Juca Torto
(Anomar Danúbio Vieira)
Fui no velório do querido Juca Torto
Eu era íntimo do morto
Pero mucho mas da viúva
Babava água pesos de terra e trovão
Entrei de chapéu na mão
E poncho encharcado da chuva
Tomei um trago de canha meio sem jeito
É que tenho esse defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um vélório com cachaça,
com rapadura, bolacha e umas véia pra dizer um xiste
Varei a sala arrastando as nazarenas
Corri os olhos da morena
Chorando embaixo de um véu
Tinha um gaitero vaqueano das horas brabas
Que floreava uma pianada pedindo as bençãos pra o céu
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Eu tinha um lenço bordado com as inicial
E ofereci mui cordial tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigos são pra isso
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento
Vendo a quietude que negaciava ambiente
Fui pra o lado de um parente falando que era preciso
Me deem licença que eu conheci o finado
Sei que ia querer o coitado
Que eu cantasse de improviso
Sentido eu faço este verso
Em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo
Desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui
Pra te dizer por inteiro
Pode ir te embora parceiro
Que a viúva eu cuido pra ti
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
(Anomar Danúbio Vieira)
Fui no velório do querido Juca Torto
Eu era íntimo do morto
Pero mucho mas da viúva
Babava água pesos de terra e trovão
Entrei de chapéu na mão
E poncho encharcado da chuva
Tomei um trago de canha meio sem jeito
É que tenho esse defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um vélório com cachaça,
com rapadura, bolacha e umas véia pra dizer um xiste
Varei a sala arrastando as nazarenas
Corri os olhos da morena
Chorando embaixo de um véu
Tinha um gaitero vaqueano das horas brabas
Que floreava uma pianada pedindo as bençãos pra o céu
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Eu tinha um lenço bordado com as inicial
E ofereci mui cordial tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigos são pra isso
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento
Vendo a quietude que negaciava ambiente
Fui pra o lado de um parente falando que era preciso
Me deem licença que eu conheci o finado
Sei que ia querer o coitado
Que eu cantasse de improviso
Sentido eu faço este verso
Em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo
Desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui
Pra te dizer por inteiro
Pode ir te embora parceiro
Que a viúva eu cuido pra ti
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura
Do Rumo dos Teus Olhos
Do Rumo dos Teus Olhos
(Guilherme Collares, Jari Terres)
Venho estradeando há muitos dias esta solidão
Mascando o pó das ânsias de ficar longe de ti
Com dois pingos de tiro pelo corredor,
Do rumo dos teus olhos me perdi
Perdoa linda se esta sina que me obriga a andar,
Do rumo dos teus olhos me afastou
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois sei que errei e humilde aqui estou
Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu
E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar
O bagual baio da distância que peguei por ti
Soltei por aporriado, pois nem consegui enfrenar
E a tropa dos desgostos que estrada me deu
Reponta esta vontade de voltar
Perdoa linda, se esta sina bugra me enganou
Pois sei o que procuro está em ti
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois nunca dos teus olhos me esqueci
Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu
E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar
(Guilherme Collares, Jari Terres)
Venho estradeando há muitos dias esta solidão
Mascando o pó das ânsias de ficar longe de ti
Com dois pingos de tiro pelo corredor,
Do rumo dos teus olhos me perdi
Perdoa linda se esta sina que me obriga a andar,
Do rumo dos teus olhos me afastou
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois sei que errei e humilde aqui estou
Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu
E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar
O bagual baio da distância que peguei por ti
Soltei por aporriado, pois nem consegui enfrenar
E a tropa dos desgostos que estrada me deu
Reponta esta vontade de voltar
Perdoa linda, se esta sina bugra me enganou
Pois sei o que procuro está em ti
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois nunca dos teus olhos me esqueci
Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu
E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar
América Latina
América Latina
(Francisco Alves, Humberto Zanatta)
Talvez um dia, não existam aramados
E nem cancelas, nos limites da fronteira
Talvez um dia milhões de vozes se erguerão
Numa só voz, desde o mar as cordilheiras
A mão do índio, explorado, aniquilado
Do Camponês, mãos calejadas, e sem terra
Do peão rude que humilde anda changueando
E dos jovens, que sem saber morrem nas guerras
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
Talvez um dia o gemido das masmorras
E o suor dos operários e mineiros
Vão se unir à voz dos fracos e oprimidos
E as cicatrizes de tantos guerrilheiros
Talvez um dia o silêncio dos covardes
Nos desperte da inconsciência deste sono
E o grito do Sepé na voz do povo
Vai nos lembrar, que esta terra ainda tem dono
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
E as sesmarias, de campos e riquezas
Que se concentram nas mãos de pouca gente
Serão lavradas pelo arado da justiça
De norte a sul, no Latino Continente
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
(Francisco Alves, Humberto Zanatta)
Talvez um dia, não existam aramados
E nem cancelas, nos limites da fronteira
Talvez um dia milhões de vozes se erguerão
Numa só voz, desde o mar as cordilheiras
A mão do índio, explorado, aniquilado
Do Camponês, mãos calejadas, e sem terra
Do peão rude que humilde anda changueando
E dos jovens, que sem saber morrem nas guerras
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
Talvez um dia o gemido das masmorras
E o suor dos operários e mineiros
Vão se unir à voz dos fracos e oprimidos
E as cicatrizes de tantos guerrilheiros
Talvez um dia o silêncio dos covardes
Nos desperte da inconsciência deste sono
E o grito do Sepé na voz do povo
Vai nos lembrar, que esta terra ainda tem dono
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
E as sesmarias, de campos e riquezas
Que se concentram nas mãos de pouca gente
Serão lavradas pelo arado da justiça
De norte a sul, no Latino Continente
América Latina, Latina América
Amada América, de sangue e suor
Razões De Ser
Razões De Ser
(Lisandro Amaral)
Meu sonho toreou na estrada muito aguaceiro.
Por ter alma de poncho, se fez tropeiro!
Aos olhos brancos da lua rondou ausências de ti
Sabendo que o fim da estrada é longe daqui.
Bocal sovado no queixo de um mouro pampa,
Empurra um resto de vida que é tropa larga...
As duas cruzes de espinhos, na espora falam por si
E sabem que o rancho dela é longe daqui.
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
E agora changueiam vida nos corredores...
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Meu sonho plantou nos olhos muito aguaceiro,
Por ter alma tropeira, acendeu luzeiros!
Aos olhos baios do sol, clareou ausências de ti
Buscando razões de ser e estar aqui...
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
Que agora changueiam vida nos corredores
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca paeiou na estrada e pediu por Deus?
(Lisandro Amaral)
Meu sonho toreou na estrada muito aguaceiro.
Por ter alma de poncho, se fez tropeiro!
Aos olhos brancos da lua rondou ausências de ti
Sabendo que o fim da estrada é longe daqui.
Bocal sovado no queixo de um mouro pampa,
Empurra um resto de vida que é tropa larga...
As duas cruzes de espinhos, na espora falam por si
E sabem que o rancho dela é longe daqui.
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
E agora changueiam vida nos corredores...
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Meu sonho plantou nos olhos muito aguaceiro,
Por ter alma tropeira, acendeu luzeiros!
Aos olhos baios do sol, clareou ausências de ti
Buscando razões de ser e estar aqui...
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
Que agora changueiam vida nos corredores
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca paeiou na estrada e pediu por Deus?
Batendo Água
Batendo Água
(Gujo Teixeira)
Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
E as águas que eu trago nele eram pra mim
Asas de noite em meus ombros sobrando casa
Longe "das casa" ombreada a barro e capim
Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
Nem abro as asas de noite pra um sol de abril
Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
Das quatro patas do zaino pechando o frio
Troca um compasso de orelhas a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou
Troca um compasso de orelhas a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou
Meu zaino garrou da noite o céu escuro
E tudo o que a noite escuta é seu clarim
De patas batendo n'água depois da várzea
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim
Falta distância de pago e sobra cavalo
Na mesma ronda de campo que o céu deságua
Quem tem um rumo de rancho pras quatro patas
Bota seu mundo na estrada batendo água
Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro
Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro
(Gujo Teixeira)
Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
E as águas que eu trago nele eram pra mim
Asas de noite em meus ombros sobrando casa
Longe "das casa" ombreada a barro e capim
Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
Nem abro as asas de noite pra um sol de abril
Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
Das quatro patas do zaino pechando o frio
Troca um compasso de orelhas a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou
Troca um compasso de orelhas a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou
Meu zaino garrou da noite o céu escuro
E tudo o que a noite escuta é seu clarim
De patas batendo n'água depois da várzea
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim
Falta distância de pago e sobra cavalo
Na mesma ronda de campo que o céu deságua
Quem tem um rumo de rancho pras quatro patas
Bota seu mundo na estrada batendo água
Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro
Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro
Os Da Última Tropa
Os Da Última Tropa
A poeira dos cascos,
Baixava de manso,
Ganhando a canhada,
E o eco morrente da tropa pesada,
Termava no léu,
Como envolto em um véu,
Um par de aspas claras,
A Deus levantava,
Um franqueiro ponteava
Mugindo tristonho,
Olhando pra o céu.
O capataz pensa em seis dias de marcha,
E mais cinco rondas,
E bombeia o horizonte,
Pra ler pela barra
Que a chuva não vem.
Com os anos que tem,
Encordoa a tropa
Que estende e se alonga,
Pra rede do areal o passo do rio,
Até embarcar no trem.
Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.
Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.
Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.
Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.
Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão que baixou dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
Eeeera boi!
(Sérgio Carvalho Pereira, Luiz Marenco)
Baixava de manso,
Ganhando a canhada,
E o eco morrente da tropa pesada,
Termava no léu,
Como envolto em um véu,
Um par de aspas claras,
A Deus levantava,
Um franqueiro ponteava
Mugindo tristonho,
Olhando pra o céu.
O capataz pensa em seis dias de marcha,
E mais cinco rondas,
E bombeia o horizonte,
Pra ler pela barra
Que a chuva não vem.
Com os anos que tem,
Encordoa a tropa
Que estende e se alonga,
Pra rede do areal o passo do rio,
Até embarcar no trem.
Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.
Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.
Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.
Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.
Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão que baixou dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.
Eeeera boi!
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