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Regresso do Carreteiro

Regresso do Carreteiro
(Leonardo, Sylvio Vianna)

Botei os bois na carreta,
Peguei mulher e as crianças
E sai por este mundo
Carreteando uma esperança
Cortei coxilhas e serras
Deste Brasil frente a fundo
Voltei com a carreta cheia
Das tristezas deste mundo

Andei por muitos lugares
Mas voltei ao meu rincão
Pois não vi em outras plagas
O que existe no meu chão
Senti falta das noitadas,
Das guitarras milongueiras,
Das sesteadas que eu fazia
Sob a sombra das paineiras

Não vi boitatá correndo
Nas campinas de outros pagos
Quantas vezes faltou erva,
Pra tomar meu mate amargo
Faltou-me uma mão amiga
Nas horas de precisão
Por isso é que estou de volta
Ao meu querido rincão

Beijei a terra chorando,
Nos campos de Vacaria
Bebi goles de saudade
Soluçando de alegria
Pra minha china e os piás
Compus a canção que canto
E jamais hei de deixar
Esta terra que amo tanto



Regresso do Carreteiro - Leonardo by guascaletras

Gaúcho Macho


Gaúcho Macho
(Leonardo)

Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo,
Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo.

Tenho um amigo valente que me chama meu ermão,
Achou uma cobra-cruzera, pegou o bicho na mão,
Comprovei que o meu amigo tinha coragem de sobra,
Encontrei ele mateando sentado em cima da cobra.

Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo,
Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo.

Quando eu era gurizote descobri uma novidade,
Que os guri cheiravam cola lá no centro da cidade,
Fui dar uma cheiradinha mais não fiz nada direito,
Peguei na cola da égua e levei um coice nos peito.

Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo,
Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo.

Pra manter minha aparência passei um baita sufoco,
Por causa do meu cabelo às vez me chamam de loco,
Na frente eu tenho o topete e atrás eu só tenho uns toco,
É que tenho muito cabelo mais penteio muito pouco.

Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo,
Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo.

Um dia você me amou eu também amei você,
Na vida de dois amantes tudo pode acontecer,
No tempo que tu me tinha eu não queria te te
Agora que eu te tenho e tu que não que me te.

Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo,
Eu sou gaúcho, gaúcho macho
Comigo é bala no bucho e o buraco é mais embaixo.

Morocha Não


Morocha Não
(Leonardo)

Bugiu que grita no mato,
Quer chumbo diz o ditado,
Ouvi um quera largado,
Gritando em uma canção.

Que as regras pra um ser humano,
É a mesma dos animais,
Que trata quem nem baguais,
Maneando patas e mãos.

Decerto é um desses queras,
Criado pelas barrancas,
Manunciador de potrancas,
Sem freio no linguajar.

Não aprendeu que um gaúcho,
Não faz da prenda um capacho,
E que os deveres de um macho,
É proteger e amar.

Morocha não, respeito sim,
Mulher é tudo, vida e amor,
Quem não gostar que fique assim,
Grosso, machista e barranqueador.

Invés de usar um pelego,
Use o arreio ternura
Enlace pela cintura
Jogue fora o maneador

Só mesmo um bicho do mato
Criado pelas macegas
Pode tratar como égua
Quem nos dá vida e amor.

Decerto é um desses queras,
Criado pelas barrancas,
Manunciador de potrancas,
Sem freio no linguajar.

Não aprendeu que um gaúcho,
Não faz da prenda um capacho,
E que os deveres de um macho,
É proteger e amar.

Morocha não, respeito sim,
Mulher é tudo, vida e amor,
Quem não gostar que fique assim,
Grosso, machista e barranqueador.

Céu, Sol, Sul, Terra e Cor

Céu, Sol, Sul, Terra e Cor
(Leonardo)

Eu quero andar nas coxilhas sentido as flechilhas das ervas no chão,
Ter os pés roseteados de campo, ficar mais trigueiro com o sol de verão,
Fazer versos cantando as belezas desta natureza sem par,
E mostrar para quem quiser ver, um lugar prá viver sem chorar,

É o meu Rio Grande do Sul,
Céu, Sol, Sul, Terra e Cor,
Onde tudo que se planta e cresce,
E o que mais floresce é o amor

Eu quero me banhar nas fontes e olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas continuam vivas para os filhos meus,
Ver os campos florindo e crianças sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver, um lugar prá viver sem chorar,

É o meu Rio Grande do Sul,
Céu, Sol, Sul, Terra e Cor,
Onde tudo que se planta e cresce,
E o que mais floresce é o amor

Imagens da Minha Terra

Imagens da Minha Terra
(Leonardo)

Venha, venha, venha ver
O sul deste meu país
Você vai virar criança
Vai ser muito feliz
Venha ver o meu Rio Grande
Pegar a terra com a mão
E há de cantar como eu canto
Com amor no coração.

Eu venho de longe montando, nas asas do vento
Trazendo cantigas, mensagens de paz e de amor
E o pito, que eu pito, envolto na palha de milho que é ouro
Espalha nos céus a fumaça com cheiro da terra que eu vim

Na minha terra tem terras que não pertencem a ninguém
Estradas muito mais velhas que o tempo que a terra tem
Se um dia o mundo se olhasse, no espelho do meu chão
Todos os brados de guerra se tornariam canção.

Canto Alegretense

Canto Alegretense
(Antonio Fagundes, Bagre Fagundes)

Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão

Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã

Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy

E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer

E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão

Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy