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CANTO, ORVALHO E LUAR

 

TÍTULO

CANTO, ORVALHO E LUAR

COMPOSITORES

LETRA

JONESSY NUNES

MÚSICA

JONESSY NUNES

INTÉRPRETE

CÉSAR PASSARINHO

RITMO

CD/LP

16ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

FESTIVAL

16ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

MÚSICOS

JONESSY NUNES – VIOLÃO BASE
NERI FREITAS – VIOLÃO SOLO
LEANDRO MACHADO – TECLADO
HUMBERTO – GAITA PONTO

PREMIAÇÃO

 



CANTO, ORVALHO E LUAR
(Jonessy Nunes)
 
Saio à tardinha rumo ao rio estrada afora
Vou sem demora, to ansioso de chegar
Levo no ombro meus caniços de esperança
E algumas linhas pacientes pra cuidar
 
O sol se aninha no horizonte ao fim do dia
Em sua água vêm estrelas cintilar
Se achega a lua entrecortando a mata esguia
Pingando gotas prateadas pra enfeitar
 
Neste pesqueiro, neste pesqueiro
Navego em sonhos na escuridão
Isco lembranças neste pesqueiro
Que me beliscam o coração
 
Atiço fogo que clareia o pensamento
Neste momento uma fisgada dói bem fundo
Deixo a saudade bater remos noite a dentro
Na espera incerta, como incerto é o mundo
 
E quando a aurora vem trazer a luz do dia
Repuxo linhas orvalhadas de luar
Retorno à lida que a vida impõe pra gente
Mas se puder, frequentemente eu vou voltar
 
Neste pesqueiro, neste pesqueiro
Navego em sonhos na escuridão
Isco lembranças neste pesqueiro
Que me beliscam o coração
 
Neste pesqueiro, neste pesqueiro




PENÚLTIMA MILONGA

 

TÍTULO

PENÚLTIMA MILONGA

COMPOSITORES

LETRA

JOSÉ RUFINO DE AGUIAR FILHO

MÚSICA

LUIZ CARDOSO

INTÉRPRETE

CÉSAR PASSARINHO

RITMO

MILONGA

CD/LP

27ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

27ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 


PENÚLTIMA MILONGA
(José Rufino de Aguiar Filho, Luiz Cardoso)

É a penúltima milonga que te faço,
Neste laço que trancei pra te agradar,
Refugando o arremate do fracasso,
Vai meu canto te pedindo pra voltar!

Na garupa do minuano vai meu verso,
Implorando o teu regresso, prenda minha,
Na saudade que me invade, te confesso,
Que minh'alma se cansou de andar sozinha.

Vestirei no jardim desta tapera
Flores belas pra enfeitar nossa morada,
Vai chegar prematura a primavera
E o gaudério vai deixar de andar na estrada!

Se faltar pra esta milonga, no entretanto,
O encanto pra domar teu coração,
Já não mais dedicarei pra ti meu canto
E o meu pranto vai calar o violão!

E só quando se arrimar a viagem longa
Pra que eu deixe este pago em que nasci,
Cantarei minha última milonga,
Testemunha de que nunca te esqueci.

Vestirei no jardim desta tapera
Flores belas pra enfeitar nossa morada,
Vai chegar prematura a primavera
E o gaudério vai deixar de andar na estrada!

É a penúltima milonga que te faço,
É a penúltima milonga que te faço...


GRACIAS AOS PARCEIROS HEINZ E CANAL DO ROOS


NOITES DE MILONGAS

 

 

TÍTULO

NOITES DE MILONGAS

COMPOSITORES

LETRA

SILVIO GENRO

MÚSICA

LUIZ FELIPE DELGADO

INTÉRPRETE

CÉSAR PASSARINHO

RITMO

 

CD/LP

ARREMATE DE VIDA

FESTIVAL

 

MÚSICOS

 

 

NOITES DE MILONGAS

(Silvio Genro, Felipe Delgado)

 

Ah, essas noites de milongas

Cheias de estrelas e esperas

Onde canto minhas quimeras

Sentindo sede de amores

Afugentando-me dores

Pra solidão das taperas

 

Ah essas noites de milongas

De geadas tão serenas

Tão grandes e tão pequenas

Pra imensidão dos meus ais

Onde amansam-se as baguais

Acolheradas de penas

 

Noite de pampa e milongas

Repontam reflexões

Dando vida aos violões

E ilusões pra nossas vidas

Cicatrizando feridas

De almas e corações

 

Nisso ao som de milongas

Sinto que a noite me fala

Embala esconde a calma

Minhas penas pra ninguém vê las

Emprestando suas estrelas

Pras noites que eu tenho n'alma

A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO


Título
A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO
Compositores
LETRA
JOEL DE FREITAS PAULO
MÚSICA
NIRION BERNARDES MACHADO
Intérprete
CÉSAR PASSARINHO
Ritmo
MILONGA
CD/LP
11º CARIJO DA CANÇAO GAÚCHA
Festival
11º CARIJO DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR

A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO
(Joel de Freitas Paulo, Nirion Bernardes Machado)

Aquele campeiro de estampa judiada
Que, mescla moradas por muitos galpões,
Cedo se enforquilha no basto e se vai
Dando rédeas ao flete e às ilusões...

No peito, a gana de achar um atalho
Entre os dias da lida e o fim de semana,
Pois a vida do taura, não é só trabalho
Também hay cambichos por uma querendona...

Quem doma potros, conserta alambrados
E vive enfurnado por estes fundões,
Almeja um ranchito quinchado de sonhos
Pra junto da amada repartir paixões!

Nos quartos de lua que iluminam as noites
O pensamento vaga cortando as lonjuras,
Tentando fugir do rigor dos açoites
Pra curar de vez a dor da amargura...

As horas, consome ao pé do fogão
A ruminar recuerdos de lida e romance
E o coração potro de um rude peão
Transborda em desejos de viver nuances...


Ave Maria Pampeana

Ave Maria Pampeana
(Ubirajara Raffo Constant, Francisco Alves)

Na mansidão das campinas,
Co’a tarde que já se desfaz,
Solfejam as aves do campo
A melodia de um hino de paz.

Ave, Maria!...murmura
A brisa que ondula os trigais...
E as graças brancas, tão puras
Rezam a prece dos banhadais.

Ave Maria pampeana,
Escuta o fervor destas orações
E no adeus deste entardecer
Devolve paz pra os corações.

Ave-Maria-pampeana,
Dá-nos a luz de teu santo véu...
Que em suas roupagens brancas
Qual prece os lírios do campo
Erguem perfume pra o céu.


Intérprete : César Passarinho
Ritmo: Toada Canção


Noites De Inverno, Sonhos De Primavera

Noites De Inverno, Sonhos De Primavera
(Paulo Cardoso, Márcio Michelon)

A noite está com frio
O vento chora alguma dor
Campo molhado e vazio
Inverno no peito sem amor

Lindos sonhos concebidos
Em longas noites hibernais
Serão eles acolhidos
Só Deus sabe, ninguém mais

Ansiedade de quem espera
Um amanhã bem melhor
Enquanto dorme a primavera
Tudo é triste ao seu redor

Acorda primavera
Abre teus olhos cheios de cores
Enfeita a serra com tuas flores
Transborda a vida neste lugar

Acorda primavera
Prepara a mesa de tanta gente
Frutos da terra, vinhos sementes
O amor eu mesmo vou cantar

Lindos sonhos concebidos
Em longas noites hibernais
Serão eles acolhidos
Só deus sabe, ninguém mais

Ansiedade de quem espera
A realidade vir a ser
O meu canto é só quimera
Sem o encanto do sol nascer 

Acorda primavera
Abre teus olhos cheios de cores
Enfeita a serra com tuas flores
Transborda a vida neste lugar

Acorda primavera
Abre teus olhos cheios de cores
Frutos da terra, vinhos sementes
O amor eu mesmo vou cantar 



Intérprete: César Passarinho

Canto de Ausência

Canto de Ausência
(Armando Vasquez, Carlos Madruga)

Se eu me for
O que será de nós?
Quem vai domar os potros?
Recorrer a invernada?
Quem vai servir meu mate?
Me amar na madrugada
Se eu me for
O que será de mim?
O que será de ti?
Se eu me fizer estrada

Sei que os rumos
Serão para mim resumos
De um derivar sem prumos
E léguas de ilusão
Se eu partir
Vou navegar sem porto
Pois a saudade é um cais no mar da solidão
Pois a saudade é um cais ... no mar da solidão

Quando ao longe gritar um quero-quero
Por certo lembrarás que ainda te quero bem
E da varanda tu olharás pra o campo
E me verás chegando mesmo sem ver ninguém

Se eu partir
Em despedida o vento
Na vós do cata-vento
Virá chora por nós
Se eu partir
O que será de ti?
O que será de mim?
Quando estivermos sós
O que será de mim?
Quando estivermos sós?

Quando ao longe gritar um quero-quero
Por certo lembrarás que ainda te quero bem
E da varanda tu olharás pra o campo
E me verás chegando mesmo sem ver ninguém

...se eu partir

Intérprete: César Passarinho

Um Canto Para O Dia

Um Canto Para O Dia
(Ernani Amaro Oliveira)

Um naco de um sol de ouro
Dourando a copa do angico
Pé por pé se levantando
Pra acordar o tico-tico

É o frescor da madrugada
E a passarada já se assanha
E o sereno em gotas de prata
Enfeita teia de aranha

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia começou

Metade de um sol vermelho
Listrando o céu na planura
Agachando-se matreiro
Que nem sorro em noite escura

É a tarde, é o caminheiro
Que vai chegando à pousada
Tem mate e churrasco quente
Pra seguir na madrugada

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia continuou

Um quarto de lua fria
Iluminando a coxilha
Que filtrada mais se enfeita
Nos cabelos da flechilha

E a noite, pra ser encolhida
Um causo, uma gauchada
E o fogo comendo a lenha
No sorriso da peonada

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia terminou

Romance Para Um Novo Amanhã

Romance Para Um Novo Amanhã
(Rudinei Massaia, Osvaldo Medeiros)

Tinha a chimanga, olhos de céu
Pele de sanga, lábios de mel
Ventre miçanga, pelos de trigo,
Ares sem zanga, mãos de abrigo

E o maragato, olhos de alento
Pele de mato, lábios de vento
De gens pacatos, pelos de chão
Ares sensatos, mãos de peão

Tinha a chimanga, léguas de terra
Cheiro de flor, sabor pitanga
E o maragato, mágoas encerra
Léguas de dor, marcas de guerra

E o maragato quis a chimanga
Foi desacato, chasque na manga
Findou recato na luz da lua
Mulher chimanga é sombra nua

Lalalarararara

E o maragato quis a chimanga
Foi desacato, chasque na manga
Findou recato na luz da lua
Mulher chimanga é sombra nua

Corpos na relva, vento na sanga
Mel no mato, trigos no chão
O gen no ventre, novo amanhã
No embrião, a pampa irmã

E o maragato quis a chimanga
Foi desacato, chasque na manga
Findou recato na luz da lua
Mulher chimanga é sombra nua 



Romance para um Novo Amanhã - César Passarinho, Luciane Nascimento e Grupo Terra Santa by Guascaletras

Mocito

Mocito
(Ubirajara Raffo Constant)

Antes tempos, quando moço,
Encilhava o melhor pingo
E saía nos domingos
Com as pilchas que era uma gala;
Conhecedor da escala,
Um ventito que soprava
Coisas lindas bordoneava
Nas brancas franjas do pala.

Meu flete tordilho negro,
No pelo tão bem cuidado,
Do meu preparo chapeado
Da prata copiava o brilho;
E p’ra florear o estilo,
Só de faceiro e daninho,
Ia ao trote puladinho
Que nem o canto do grilo.

Era meu gosto de moço
Nas tardes de carreiradas
No intervalo das largadas
Juntar a aba na fita;
E com alma tanqueadita
E as nazarenas cantando
Em passeio ir gavionando
Por entre as moças bonitas.

De volta, bem a noitinha,
Hora em que a pampa adormece
E a natureza parece
Cochichar na voz dos rios,
Eu trazia sem fastio,
Saudando a estrela boieira,
Uma coplita campeira
Bem floreada no assobio.

Negro Bonifácio


Negro Bonifácio
(Luiz Bastos, Antônio Augusto Ferreira, Mauro Ferreira)

Mataram o Bonifácio num comércio de carreira
Caiu o negro peleando para que a morte sotreta
Se espoje na carne preta, sem perguntar: até quando?
Caiu o negro peleando.

Era tão linda Tudinha,
De enfeitiçar qualquer um.
E aquele negro muçum,
Que encanto será que tinha?

Como entender seu achego?
Tinha nas mãos o Nadico!
Tanto moço branco e rico,
E aquele caso com um negro!

Em casos de valentia,
Há sempre um negro no flanco.
Bonifácio fosse branco
Nem história se teria.

Caiu o negro peleando para que a morte sotreta
Se espoje na carne preta, sem perguntar: até quando?

Bonifácio teus direitos permanecem obscuros
Enredados nos impuros caminhos dos preconceitos.