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SETE TROUXAS

 

TÍTULO

SETE TROUXAS

COMPOSITORES

LETRA

SILVIO AYMONE GENRO

MÚSICA

NECIR DORNELLES

CEZAR PEDROSO

INTÉRPRETE

JOÃO CHAGAS LEITE

RITMO

CD/LP

IMBAHÁ NATIVA

FESTIVAL

 

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

 

SETE TROUXAS
(Silvio Aymone Genro, Necir Dornelles, Cezar Pedroso)
 
Velho Damião
Sete Trouxas
Popular deste lugar
Tinha medo de aviões
Por misteriosas razões
Que ninguém soube explicar
 
Bruxas dos meus medos
Sete Trouxa dos segredos
De uma história sem contar
 
Sete Trouxas das lembranças
De um tempo em que as crianças
Tinham tempo pra brincar
 
Um dia levou consigo seus mistérios de mendigo
Para nunca mais voltar
E seu medo de aviões
Por misteriosas razões que ninguém soube explicar
 
Um dia levou consigo seus mistérios de mendigo
Para nunca mais voltar
E seu medo de aviões
Por misteriosas razões
Que ninguém soube explicar
 
Sete Trouxa dos meus medos
Sete Trouxa dos segredos
De uma história sem contar
 
Sete Trouxa das lembranças
De um tempo em que as crianças
Tinham tempo pra brincar
 
Um dia levou consigo seus mistérios de mendigo
Para nunca mais voltar
E seu medo de aviões
Por misteriosas razões
Que ninguém soube explicar
 
Um dia levou consigo seus mistérios de mendigo
Para nunca mais voltar
E seu medo de aviões
Por misteriosas razões
Que ninguém soube explicar
 
Sete Trouxas das lembranças
De um tempo em que as crianças
Tinham tempo pra brincar

Flor do Sul

Flor do Sul
(Salvador Lamberty, Élvio Carlosso, João Chagas Leite)

Senti o teu cheiro nas flores do campo
Quando a primavera se fez como tu
Eu vi nas coxilhas teu corpo estampado
E versos cantados no canto do anu

Na brisa do vento teus longos cabelos
Num doce bailado de fios de capim
Até o sol da tarde se fez mais ameno
Nos passos serenos que viestes pra mim

Eu vi teu encanto de flor camponesa
De musa e princesa dos dias do sul
Guria bonita, menina formosa
Com jeito de rosa, vestida de azul

Eu vi teu murmúrio na água da sanga
E lábios sorrindo pra quem esperou
O vento passou e levou nossos medos
Deixando o carinho que a alma plantou

Eu vi teu afeto no jeito que olhaste
E sei que notaste que trago no olhar
Um homem do campo que atrás da rudeza
Esconde a grandeza de tanto te amar



Intérprete: João Chagas Leite, Júlio Saldanha

Novos Tempos

Novos Tempos
(Kenelmo Amado Alves, Francisco Scherer)

Levanta, caudilho, do sono da campa
Defende teus filhos, ameaçam a pampa

Na garupa da moto de seu companheiro
Que fuma fuminhos, mas não de palheiro
Uma gata mui louca, chicletes de bola estoura na boca
Dizendo palavras da gíria mais tola

Chapéus de vaqueiro ou caubóis do Tio Sam
No mais puro estilo de heróis bang-bang
Aos roncos da moto qual um terremoto
Cruzando a querência eu juro que vi
É a morte rondando aqui

Levanta, caudilho, das brumas do tempo
Reúne teus filhos num fogo de chão
Dá-lhes a cuia, estende tua mão
Que sorvam a seiva de um bom chimarrão

Um traguito de canha, aquela da boa
Que tinhas na guampa durante as batalhas
Que piquem o fumo, que escolham a palha 
Que pitem crioulo, se o caso é fumar

Levanta, guerreiro, que o novo inimigo
Traz o mesmo perigo das lutas primeiras
Desperta teu povo, ensina tua gente a não se entregar
Levanta, caudilho, com tua bandeira
Que a onda estrangeira nos quer afogar



Joao Chagas Leite E Os Uruches - Novos Tempos by Guascaletras

Cria Enjeitada

Cria Enjeitada
(Humberto Gabbi Zanatta, João Chagas Leite)

Não tenho pressa e nem penso em ter mais pressa
Vou no meu tranco como boi na verga vai
Este meu jeito meio rude falquejado
Herdei da vida e um pouco de meu pai

Trago lembranças das grandes matarias
Das águas puras e das sangas sossegadas
Dos vales férteis, das serras e dos campos
Da natureza que era ainda respeitada

E sinto cheiro de terra após a chuva
De tantas flores perfumando sem cobrar
Do pão de forno, do apojo e da canjica
Da pitanga, da tuna e do araçá

E há em mim uma saudade latejando
Vozes de pássaros pedindo pra cantar
Gritos de bichos, sementes pequeninas
À espera de que possam germinar

Hoje a ambição fez pousada à minha volta
Plantou desertos em sementes traiçoeiras
Cria enjeitada do progresso que importamos
Batendo palmas à ganâncias estrangeiras

Só temos pressa e mais pressa pra ter pressa
Receita louca que inventamos pra morrer
De neuroses, de calmantes, pesticidas
Matando a vida que está doida pra viver

E sinto cheiro de terra após a chuva
De tantas flores perfumando sem cobrar
Do pão de forno, do apojo e da canjica
Da pitanga, da tuna e do araçá

E há em mim uma saudade latejando
Vozes de pássaros pedindo pra cantar
Gritos de bichos, sementes pequeninas
À espera de que possam germinar

Só temos pressa e mais pressa pra ter pressa
Receita louca que inventamos pra morrer
De neuroses, de calmantes, pesticidas
Matando a vida que está doida pra viver
Pra viver ...


João Chagas Leite e Grupo Horizonte - Cria Enjeitada by Guascaletras

Penas


Penas
(Francisco Alves, Kenelmo Alves)

Uma estampa da pampa vai desaparecer
Não tem liberdade e não pode correr
Não pode correr, não pode correr....
A máquina e o homem cortaram distâncias
E léguas de estância não existem mais
Não existem mais, não existem mais.

Inhandu tuas penas, são penas que chegam
Nas tardes amenas as lembranças de um piá
Que apenas queria nas correrias
Roubar-te uma pena pra poder brincar.

Nas grandes cidades vi festa... vi plumas
Enfeitando a vaidade e alegria fugaz
Na loucura da festa luz e esplendor
Na tristeza das penas um grito de dor.

O avestruz do meu pago vai desaparecer
São penas que trago e nada posso fazer
A falta de espaço encurtou o seu passo
E sem liberdade não pode viver.





Amigos do Rio Uruguai


Amigos do Rio Uruguai
(João Caros Loureiro, Odemar Sanckes Gerhardt, Carlos Augusto Losekam)

Se lá no povo entre os blocos de cimento
Sentir no peito uma espécie de vazio
Junte a piazada, tranque seu apartamento
Venha pra costa ouvir o canto do rio

Depois de noite quando a lua vem saindo
E a prosa mansa na varanda tem início
Entre os amigos do Uruguai por parceria
A correnteza chora e canta por capricho

Quem cuida o mato como cuida o passarinho
Quem cuida o rio sem pretensão de pescar mais
Tenha certeza que o sol nasce mais bonito
Brotam mais flores ao redor dos mananciais

Cada pesqueiro tem histórias e lembranças
Cada linhada busca um sonho pescador
Aos amigos do Uruguai fica esses versos
Como lembranças de um costeiro sonhador

Quem cuida o mato como cuida o passarinho
Quem cuida o rio sem pretensão de pescar mais
Tenha certeza que o sol nasce mais bonito
Brotam mais flores ao redor dos mananciais

Desassossegos

Desassossegos
(Vaine Darde, João Chagas Leite)

Meus desassossegos sentam na varanda
Pra matear saudades nesta solidão
Cada por de sol dói feito uma brasa
Queimando lembranças no meu coração.

Vem a noite aos poucos alumiar o rancho
Com estrelas frias que se vão depois
Nada é mais triste neste mundo louco
Que matear com a ausência de quem já se foi.

Que desgosto o mate cevado de mágoas
Pra quem não se basta pra viver tão só
A insônia no catre vara a madrugada
Neste fim de mundo que nem Deus tem dó.

Meus desassossegos sentam na varanda
Pra matear saudades nesta solidão
Cada por de sol dói feito uma brasa
Queimando lembranças no meu coração.
Então me pergunto neste desatino
Se este é meu destino ou Deus se enganou?
Todo desencanto para um só campeiro
Que de tanto amor se desconsolou.

Que desgosto o mate cevado de mágoas
Pra quem não se basta pra viver tão só
A insônia no catre vara a madrugada
Neste fim de mundo que nem Deus tem dó.
Meus desassossegos sentam na varanda
Pra matear saudades nesta solidão
Cada por de sol dói feito uma brasa
Queimando lembranças no meu coração.

Faz de Conta

Faz de Conta
(Colmar Duarte, Armando Vasquez, Valdir Santana, João Chagas Leite )

Calça curta, pés descalços,
E pra defender meu pago,
Uma espada de alecrim,
Fui o leão do Caverá,
Fui feliz quando fui piá,
Tive um mundo só pra mim.

Eu fui herói, fui bandido,
Fui senhor das sesmarias,
Nestas minhas fantasias,
Tive muitos inimigos,
E o cardeal das laranjeiras,
Me avisava dos perigos.

À cavalo Honório Lemes,
Pegue as "arma" e te prepara.
Que aí vem Flores da Cunha
No seu flete de taquara.

Tempos de doces lembranças
Que o faz de conta criou
Mundéus de crinas trançadas
Forcas que o vento balança,
Para os tempos de crianças
Que o próprio tempo ariscou.

Homens de um tempo sem medo,
Para exemplo nos brinquedos,
Que a vida deixou passar.
E o piá de estância de agora,
Já não tem a quem copiar.



Enviada por Liane

Na Moldura da Janela

Esta linda canção posto em homenagem a minha noiva Tamiris, minha eterna namorada...
(Luciano)



Na Moldura da Janela
(Salvador Lamberty, João Chagas Leite)

Quando a manhã pousa seus raios na janela
Sombras tão lindas beijam hastes coloridas
Vem um perfume com ares de primavera
E o sol espera pra trazer a luz da vida

As pitangueiras choram lágrimas de orvalho
E entre os galhos o revoar dos passarinhos
Em alaridos e gorgeios de alegria
Saudando o dia que chegou nesses caminhos

Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada

As verdes matas tem as cores mais escuras
Como esculturas nas pedras de paredão
Águas deslizam formando um imenso véu
Partes do céu fugindo da cerração

A cor cinzenta das geadas das invernias
As manhãs frias me maltratam sem piedade
Jamais afasto meu olhar daquela estrada
Vem minha amada vem matar esta saudade
 
Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros
Quando um cincerro soa triste nas canhadas
Nesta moldura que repousa na janela
Eu vejo aquela minha eterna namorada.



(Gracias, João Chagas Leite, por tão belos versos para a cidade de Santa Maria)