Razões De Ser
(Lisandro Amaral)
Meu sonho toreou na estrada muito aguaceiro.
Por ter alma de poncho, se fez tropeiro!
Aos olhos brancos da lua rondou ausências de ti
Sabendo que o fim da estrada é longe daqui.
Bocal sovado no queixo de um mouro pampa,
Empurra um resto de vida que é tropa larga...
As duas cruzes de espinhos, na espora falam por si
E sabem que o rancho dela é longe daqui.
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
E agora changueiam vida nos corredores...
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Meu sonho plantou nos olhos muito aguaceiro,
Por ter alma tropeira, acendeu luzeiros!
Aos olhos baios do sol, clareou ausências de ti
Buscando razões de ser e estar aqui...
Tenho as mãos do tempo,
Sou irmão de tantos, que andaram sem norte
Seguindo tropas de tantos senhores
Que agora changueiam vida nos corredores
E agora changueiam vida nos corredores...
Será a saudade o terço dos deserdados?
Será um corredor o céu de quem se perdeu?
Terá, no altar do campo, uma cruz cravada
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca apeiou na estrada e pediu por Deus?
Quem nunca paeiou na estrada e pediu por Deus?