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ONDE O GUITARREIRO COMEÇA

 

TÍTULO

ONDE O GUITARREIRO COMEÇA

COMPOSITORES

LETRA

FERNANDO SOARES

CRHISTIAN DAVESAC

MÚSICA

BETO BORGES

INTÉRPRETE

JOCA MARTINS

XIRÚ ANTUNES (DECLAMAÇÃO)

RITMO


CD/LP

3ª NEVADA DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

3ª NEVADA DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

 
Onde o guitarreiro começa
(Fernando Soares, Christian Davesac, Beto Borges)
 
Parece que minha ânsia bordada com teu sorriso
Força a pontear improvisos, murmúrios já relembrados
E num silêncio calado neste meu peito profeta
A noite busca poetas mostrando acordes passados
 
O pássaro não morrerá se o seu cantar me permite
A alma quieta transmite pedidos livres de engano
Pede bênção ao Caetano nas madrugadas povoeiras
Nesta milonga campeira sacando um pala pra abano
 
São coisas dos imortais Cantar o livre caminho
É um corredor sem espinhos e um palanque falquejado
Que não importa qual o lado que um guerreiro começa
É um Guarani que regressa pra nunca ficar calado
 
São assim estes senhores: Canto, guitarra e ponteio
São luzeiros de si mesmo, trazendo paz às calhandras
É água pura nascente que serve de bebedouro
Pra quem quiser ver um pouco do que extraviou-se na sanga
 
A madrugada troteia rebatizando canções
No horizonte lampiões clareando rostos molhados
São baguais amaranciados por um mestrado monteiro
Que acende um outro candeeiro de contraponto com um gado
 
Depois à noite se acanha vai ver que reverenciando
Ao dia que vem bajando com a salta de pialada
Pedindo a Deus que a estrada que timbra a nossa existência
Tenha um sabor de querência e beijos doces da amada

TORMENTA

TÍTULO

TORMENTA

COMPOSITORES

LETRA

SEVERINO RUDES MOREIRA

MÚSICA

ZULMAR BENITEZ

INTÉRPRETE

JOCA MARTINS

RITMO

CHAMARRITA

CD/LP

5ª RAMADA DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

5ª RAMADA DA CANÇÃO NATIVA

DECLAMADOR

AMADRINHADOR

PREMIAÇÕES

 

Tormenta

(Severino Rudes Moreira, Zulmar Benitez)


Se tisnam tons de fumaça

De contra o fio do horizonte

E o vento traz num reponte

Gavionas de cola alçada

Lobunas entropilhadas

Redemoneadas na poeira

Rompendo pelas porteiras

Que nem tropa estourada.

 

A pampa se empardece,

Prenúncio de temporal

E uma tropilha bagual

Alinha a cola pra chuva.

O céu, manto de viúva,

Se desbota no aguaceiro

Quando um raio matreiro,

Afocinha na timbaúva.

 

Trovoadas que se repetem

Como touro em desafio

E o vento faz corrupio

Na crista dos arvoredos

A lua talvez com medo

Nem dá sinal de vida

E a tarde estremecida

Já se recolhe mais cedo.

 

Um raio na cola do outro

Se reflete no açude

Rasgando a negritude

Dessa tarde azarenta

Lembro o taura que aguenta

N´alguma ronda de tropa

Onde até a alma se ensopa

Na fúria de uma tormenta.

 



NO ENCANTO DO CANTO

Título
NO ENCANTO DO CANTO
Compositores
LETRA
JAIME BRUM CARLOS
MÚSICA
LUIZ CARDOSO
Intérprete
JOCA MARTINS
Ritmo
RASGUIDO DOBLE
CD/LP
04º CANTO ALEGRETENSE DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
04º CANTO ALEGRETENSE DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


NO ENCANTO DO CANTO
(Jaime Brum Carlos, Luiz Cardoso)

Entre as plumagens que se mesclam na paisagem
No universo cultural que faz a história
Ouve-se o canto natural de aves nativas
E o contracanto de outras aves migratórias.

É um coral de vozes bugras imigrantes
Com seu cantar de ressonância além fronteiras
Seu canto é livre por ser próprio e ter raízes
O que as difere de outras aves rapineiras.

Aquelas cantam suas árias diferentes
A violentar as melodias naturais
São os caranchos rapinantes da cultura
Domesticados pelos falsos ideais.

Existem homens que aprisionam-se a esses cantos
De encantamento alienígena e traiçoeiro
Falsas calhandras desgarradas das origens
Aculturadas nos costumes estrangeiros.

O sabiá mesmo cantando em vários tons
Mantém a essência da estirpe em toda parte
Também o homem ao forjar seu canto novo
Não necessita deturpar a própria arte.

Virá o dia em que as aves crioulas
Com seus cantares e autênticos valores
Faram ecoar mais alto suas mensagens
Calando as vozes dos malevas predadores.


DO MEU MATE HOJE CEDO

Título
DO MEU MATE HOJE CEDO
Compositores
LETRA
MAURÍCIO RAUPP MARTINS
MÚSICA
JOCA MARTINS
Intérpretes
JOCA MARTINS
Ritmo
MILONGA
CD/LP
15ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA – CD
Festival
15ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
3º LUGAR
MELHOR ARRANJO
MELHOR INTÉRPRETE – JOCA MARTINS

DO MEU MATE HOJE CEDO
(Maurício Raupp Martins, Joca Martins)

Não pelo silêncio
Que o silêncio já havia
Mas pela ternura que trazia
Nos olhos claros de amigo

Não pelo silêncio
Que silêncios eu já tinha
É que de seu silêncio vinha
Conforto pra minhas quietudes

Não por solver solito
Que solito eu já mateava
Mas a solidão não se agrandava
Em respeito a sua vigília

Não sei se pela amargura do mate
Ou pelo fél do recuerdo
O meu mate hoje cedo
Foi mais de solidão e silêncio

Cevei um mate a capricho
Aticei bem o brasedo
Mas o perro hoje cedo
Não se achegou aos meus pés

Ontem o bom Deus o levou
Creio que por ser bom na lida
E por que na estância na outra vida
A precisão era maior que a minha

Não sei se pela fumaça
Que povoa o rancho e o olhar
Sinto os meus olhos de simples
Chorando o que é de chorar

Entendo, se não entenderei
Esse meu lamento de peão
Afinal não entendo tanta solidão
Entre os homens e seus semelhantes.

Não Calarão Nossa Voz

Não Calarão Nossa Voz
(Rodrigo Bauer, Joca Martins)

Meu canto vem do galpão mais tosco e mais primitivo...
É um cantochão instintivo, templado a fogo de chão!
Jamais será redomão, no campo aberto escarceia...
Sem maneador ou maneia que lhe reprima o entono,
Não bajula, não tem dono, não cala nem cabresteia!

Meu verso fez as estradas, os atalhos e os caminhos...
Sempre soube andar sozinho, abrindo mato em picadas...
No ermo ou na encruzilhada só tenho Deus por patrão!
Escuto o meu coração, nenhum modismo daninho
Me leva pelo caminho dos que não tem opinião!

Protesto contra a disputa entre irmãos do mesmo canto;
Contra isso eu me levanto e entendam minha conduta:
A continuar nessa luta que põe irmão contra irmão,
Disse Hernández, de antemão, que os de fora, inatingidos,
Chegarão despercebidos e, assim, nos devorarão!

Sou parte desta querência, não sesteio em sombra alheia...
Conheço a parada feia sem tironear a existência!
Campo e rio trago na essência do barro que me gerou;
Seiva agreste que plasmou minha raça nas planuras,
Com vento que, nas lonjuras, Deus que era oleiro soprou!

Bem mais que simples cantores, somos a voz de uma raça,
Mesclando história e fumaça, estâncias e corredores...
Carreteiros, domadores, que vieram antes de nós
Seguem conosco e, após, vão prosseguir sendo eternos.
Pois mesmo os tempos modernos não calarão nossa voz!

Intérprete: Joca Martins e Fabiano Bacchieri

Liga Esse Rádio

Liga Esse Rádio
(Rodrigo Bauer, Joca Martins)

Nasci pra fora e me conservo na campanha,
Mas o silêncio não “me gusta” nem um pouco…
Por isso mesmo é que esse rádio me acompanha,
E eu, sem ele, já estaria quase louco!

Eu sou bagual, mas “tô” por dentro das “notícia”…
Levo o meu rádio nos “arreio” aonde eu for!
Eu sei do tempo, dos “rodeio” e da polícia;
E, quando posso, ligo para o locutor!

Liga esse rádio! Liga esse rádio!
Liga esse rádio e dá volume, meu irmão!
Liga esse rádio! Liga esse rádio!
Rádio ligado é a alma viva do galpão!

Meu rádio velho é companheiro legendário,
Nele eu escuto esse pessoal que eu admiro…
Alegra as horas dos meus mates solitários!
Liga esse rádio! É aí que eu me refiro!

Escuto tudo o que ele diz, de orelha cheia:
Se eu “tô” sem pilha e falta luz, a ”cosa empaca”
Que eu só desligo quando ele se fresqueia
E “às vez” inventa de tocar um “bate – estaca”!


Intérprete: Joca Martins


Rosal

Rosal
(Guilherme Collares, Edilberto Bérgamo)

Nasce a flor branca de outubro
No rosal de uma tapera
Hóstia adornando de insenso
O templo do que já era

Flor benfazeja de ausência
Triste flor da primavera
Florindo a dor dos silêncios
Como em ressábios de espera

Contando em branca ternura
Da flor que por lá viveu
Que vicejou pura e bela
E de tristeza, morreu

Perdida de amor e angústia
Por quem não soube o seu mal
E renasce em primavera
Na branca flor de um rosal

E abre ao sol de um poente
Aromando toda a dor
Que, ao redor, se faz presente
Por quem sente seu amor

Como estrela mensageira
Que alumbra e que desfaz
Deixa pétalas de vida
Por cada gota de sal

E perece em primavera
Na branca flor de um rosal


Intérprete: Joca Martins

Laçador

Laçador
(Márcio Nunes Corrêa, Joca Martins)

Quem me vê dentro da pista já sabe a cor da bandeira,
Pois depois que peço porta eu nunca faço porqueira.
Levanto a armada de oito que é o meu mapa do Rio Grande
E meto o sovéu nas aspa em qualquer lugar que eu ande!


Nas campereadas que fui...no Alegrete ou Livramento
Gastei o braço em disputa lustrando em guampa o seis tento.
Foi lá na Santa Maria... Que eu me vi quase loco,
E botei um corta rastro num zebu que era só uns toco!

No rodeio de Osório depois de trinta cerradas,
Carquei de volta perdida numa baita pataquada.
Mas foi lá em Gravataí que eu fui parar no jornal,
Quando ofereci uma armada pras linda da capital...

Se largo num sobre-lombo o laço sabe o parador,
Que sou o campo a cavalo...por vocação, laçador.

No Marau e em Passo Fundo botando a corda em charola,
E na Lagoa Vermelha só ouvindo o tilim da argola.
Na gaúcha Soledade que eu ganhei um laço pago
Pra lá no Marciano Brum bailar e tomar uns trago.

O azar anda me costeando igual varejera em touro...
E tô sempre beliscando o troféu braço de ouro.
Quando não salta uma armada, igual foi na Vacaria,
A argola vira ou emperna e estraga a fotografia!...

Ainda compro um marcado e vou lá no crioulaço
Depois medir noutro estado, brasil afora meu braço....
Por Lages e Araranguá...nas duplas lá no Praianos,
Laço equipe em Rio Negrinho...e no Fecastchê noutro ano!



Intérprete: Joca Martins


Geadas

Geadas
(Jayme Caetano Braun, Leonel Gomez, Márcio Rosado)

A geada é o preço que jamais desconta
Nem mesmo um real no gauderiar que entangue
Branqueia tauras e regela o sangue
Mas se derrete quando o sol desponta.

Se faz espelho no lagoão da sanga
Adoça as frutas e madura o trigo
Cinza do tempo que nos encaranga
Paguei o preço de brincar contigo.

Vai-se um ano, mais outro, não me iludo
Foram tantas lichiguanas pelegueadas
Eu sinto frio, mas apesar de tudo
O meu destino é andar quebrando geadas.

Iguais as que quebrei na juventude
Pisando vidros nas manhãs de gelo
As mesmas geadas da gamela do açude
Trago comigo esfarinhadas no cabelo.

Manta gelada que não tem fragrância
E se faz água pra morrer neblina
As geadas pretas que esmaguei na infância
Viraram cinzas pra branquear minha crina.



Intérpretes: Shana Muller, Joca Martins, Luiz Marenco


A Guerra Que Não Perdemos

A Guerra Que Não Perdemos
(Rodrigo Bauer, Joca Martins, Negrinho Martins)

Que povo canta com garra o hino do seu estado?
E que rebrota mais forte em cada guri pilchado?
Se alguém venceu uma guerra, se vê naquilo que traz,
Nem mesmo ganhar a guerra nos vale mais do que a paz!

A Semana Farroupilha, de novo, acende essa chama...
Nossa Cultura está viva, pois essa gente lhe ama!
A vitória, dia-a-dia, é nossa e nós merecemos;
Por isso comemoramos a guerra que não perdemos!

Quem diz que nós festejamos
Uma guerra que perdemos,
Não vê que, nela, ganhamos
A identidade que temos!

Dez anos peleando juntos de uma história vitoriosa;
Impondo o próprio respeito que garantiu paz honrosa!
O gaúcho ergueu a espada porque o Império o feriu,
A mesma espada que há tempos já defendia o Brasil!

A juventude gaúcha renova a nossa paixão,
Vai se afastando do vício quem gosta da tradição...
Criamos os nossos filhos do jeito que nós crescemos,
Alicerçando os valores da guerra que não perdemos!


Intérprete: Joca Martins


Cruzada

Cruzada
(Fabiano Bacchieri, Everson Maré)

Mas quem será nesse picaço frente aberta,
Que bom que seja do Rincão do Araçá
Faz tanto tempo que me fui perdi a conta
Talvez me conte como tudo anda por lá

Mas quem será naquele baio pêlo grosso,
Que pelo tranco tá com pressa de chegar
Vem pela estrada grande que vai pra cidade
Mas pelas garras e o chapéu não é de lá

Mas quem será nessa picaço frente aberta
Sou eu compadre, quanto tempo que saudade
Pra onde tu vais com a mala cheia e sem cachorro tchê?
Juntei uns pila vou me embora pra cidade

E o caro amigo?
Diga?
Pra onde vai?

Volto pro pago que há muito tempo deixei
Ver se o patrão ainda me aceita lá na estância
To com saudade da potrada que domei

Pois eu to indo
Pra onde?
Lá pra cidade

Cansei os pulso de puxar queixo de potro
Aqui no campo não vivo mais
Trabalho muito só pra enche o bolso dos outros

Que mal pergunte
O que amigo?
Porque que é que voltas?

Porque a cidade é coisa braba meu irmão
La pra um campeiro não tem lugar
A bóia é pouca e sobra muita solidão

Mas quando fostes partistes com rumo certo
Tudo acertado para a vida melhorar
Vendesse o zaino e as duas juntas de boi
E agora voltas sem mais nada ao “Deu dará”

Pois eu troquei meu rancho lindo pela vila
Troquei meu charque por um pedaço de pão
Judiei do baio que era flor nas camperiadas
Pra fazer frete juntar lata e papelão

Tu que estás indo pensa bem e troca o rumo
Banca na rédea o teu picaço e vem comigo
Não deixe o campo que é teu mundo e tua alma
Bota tenência nesse conselho de amigo

Se é tão difícil a vida assim lá na cidade
Se a realidade é tão cruel e tão mesquinha
Vou afrouxar a boca de volta pro pago
Se andar ligeiro chegamos de tardezinha

Pra toma um mate com cheiro de madrugada
Aliviana um tostado estrela pra carreras
Treina uma senha pra surra num truco cego
Pechá boi gordo na saída da mangueira

Acertá o pulso num tiro de volta e meia
Frouxar o corpo na bailanta do Bastião
Abrir o peito numa milonga campeira
Na humildade e na grandeza de um galpão

Bueno, vamo embora se não a chuva nos agarra
Só um pouquinho que eu vou aperta as garra
Tu deve andar com uma certa saudade do teu rancho
Ah, não imagina meu amigo...

Pra toma um mate com cheiro de madrugada
Aliviana um tostado estrela pra carreras
Treina uma senha pra surra num truco cego
Pechá boi gordo na saída da mangueira

Acertá o pulso num tiro de volta e meia
Frouxar o corpo na bailanta do baciao
Abrir o peito numa milonga campeira
Na humildade e na grandeza de um galpão


Vidalera de Cismas

Vidalera de Cismas
(Xirú Antunes, Robledo Martins)

Se perguntarem de onde venho
Venho rastreando a historia
Repisando trajetórias
Com geografias e ventos
E a mim me agradam os argumentos
Que os pajonais oferecem
Missais que fulguram preces
Desfiadas no entardecer
Então eu começo a entender
As cismas que me aparecem

Vidala das minhas cismas
Aroma dos meus recuerdos
Consciência que carrego
Redescobrindo argumentos

Eu tenho um coração
Que já vem de casta antiga
Um coração fogoneiro
Arabesco e cantor

Da terra branca dos mouros
Aos verdes continentinos
Meu coração vidalero
Meu coração payador

Meu coração é de barro
De luas madeiras e sonhos
Mesmo céu destas fronteiras
Pó das varridas dos ranchos

Coração americano
De Guevara a Martin Fierro
De Neruda ao Caetano
O profeta missioneiro

Coração que bate forte
Pulsando as ânsias da terra
No peito de um teatino
Meu coração é um poeta

Por mais que ande buscando
Um lugar onde parar
Alguém de olhos cativos
Um cativeiro no olhar

Meu coração guarany
Não se cansa de cismar
Já sabe que seu destino
É andar cantar e sonhar

Vidala das minhas cismas
Aroma dos meus recuerdos


Eu Sou Bagual


Eu Sou Bagual
(Fernando Soares, Juliano Gomes)

Santana minha Santana
Do potro de cacho atado
Quando cruzo no Barreto
Pra golpeá um vinho gelado

Santana minha Santana
Santana do Batuvão
Do artesanato gaúcho que povoa o calçadão

Eu sou bagual, eu sou bagual, eu sou bagual
Nasci no meio do campo dentro de um cocho de sal
Eu sou bagual, eu sou bagual, eu sou bagual
Nasci no meio do campo dentro de um cocho de sal

Santana minha Santana
Do cerro lá de Palomas
Dos barbado que se assanham
Quando as moças perde a doma

Santana minha Santana
Do Pinga e do Momoso
Da pensão "Duas Fronteiras"
Que ali já busquei pouso

Santana minha Santana
Da cordeona abagualada
Do Leonel e do Cardoso
Que são baguais pela estrada

Eu sou bagual, eu sou bagual, eu sou bagual
Nasci no meio do campo dentro de um cocho de sal
Eu sou bagual, eu sou bagual, eu sou bagual
Nasci no meio do campo dentro de um cocho de sal