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RIO DAS FALAS

 

 

TÍTULO

RIO DAS FALAS

COMPOSITORES

LETRA

JAYME CAETANO BRAUN

MÚSICA

LUIZ MARENCO

INTÉRPRETE

LUIZ MARENCO

RITMO

CD/LP

1º ASSIM CANTA AFRONTEIRA – MISSAL/PR

LUIZ MARENCO CANTA JAYME CAETANO BRAUN

FESTIVAL

1º ASSIM CANTA AFRONTEIRA – MISSAL/PR

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

 
RIO DAS FALAS
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)
 
Nasceu pra contador da velha história
Que o tempo dividiu em mais de duas
De andar vagando os céus, tropeando luas
E bebedor nativo das memórias
 
Remanso em cada canto onde se ajoelha
Desde o sem fim à imensidão de sóis
Que vem beber na sanga dos heróis
Que a flor da terra tinge de vermelha
 
Há um repicar de sinos missioneiros
Num sonho triste transformado em ausência
E a mágoa antiga que já foi querência
No repicar dos bombos bagualeiros
 
Xirú vaqueano de tropeada e domas
Sem passaporte pra bandear fronteiras
E o rio da história que hermanou bandeiras
Na sina eterna de trançar idiomas
 
Índios e tigres por matança e balas
Ecos de um grito, sapucay que sai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai
 
Caminho dos chibeiros, contrabando
Nascidos dos dois lados que têm flores
Leva nas águas a mágoa dos sem nome
Na espoliação até não sabe quando
 
Há um repicar de sinos missioneiros
Num sonho triste transformado em ausência
E a mágoa antiga que já foi querência
No retumbar dos bombos bagualeiros
 
Índios e tigres por matança e balas
Ecos de um grito, sapucay que sai
Da flor das águas transportando falas
Do canto xucro do Tupã Uruguai





 

QUANDO A ALMA VOLTA PRA TERRA


TÍTULO

QUANDO A ALMA VOLTA PRA TERRA

COMPOSITORES

LETRA

JOÃO FONTOURA

MÚSICA

LUIZ MARENCO

INTÉRPRETE

LUIZ MARENCO

RITMO

MILONGA

CD/LP

14ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA

LUIZ MARENCO – NOS FESTIVAIS

MOTIVOS DE CAMPO

FESTIVAL

14ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA

 QUANDO A ALMA VOLTA PRA TERRA

(João Fontoura, Luiz Marenco)

Sentei os recaus no lombo de um mouro,
Destapereando silêncios pelas taperas,
Com cantigas de espera, sem nada encontrar,
Para algum dia voltar, ruminando quimeras.

Com os anos passando, o sol foi bronzeando
Minha alma morena e a pampa torena
Dentro de mim, foi lambendo o capim
Com línguas de agosto, moldando em meu rosto
Os rastros que apontam os rumos pra o fim...

Sofreno o passado que vem estafado,
Com sede e com fome;
Pois a terra consome quem anda sem rumo,
Sem erva e sem fumo.

Pra algum dia, depois dessa vida proscrita,
Voltar a terra bendita com todo o vigor que a sina embuçala,
Na estrada do tempo com a esperança na mala pra tapear amarguras,
Jujando ternuras pra quem já perdeu o pago e o nome.

UM CANTO AO TIARAYU

TÍTULO
UM CANTO AO TIARAYU
COMPOSITORES
LETRA
FLORI WEGHER
MÚSICA
INTÉRPRETE
LUIZ MARENCO
JARI TERRES
RITMO
POLCA
CD/LP
COMPARSA MUSIQUEIRA
FESTIVAL
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


UM CANTO AO TIARAYU
(Flori Weguer)

De a cavalo era um centauro
Na vastidão desta pampa,
Aquela bronzeada estampa
Com ares de caborteiro
Tinha alma de guerreiro
Noite negra nas melenas;
No olhar – manhãs serenas
De alvorecer missioneiro

Plantou consciências libertas,
Edificou catedrais,
Boleou e domou baguais;
Construiu uma nação
Foi monarca – capitão
E magistrado xirú,
São Sepé Tiarayu
Morubixaba cristão.

Deu pedigree pra uma raça
De autênticos campeiros,
De indômitos guerreiros
Ajoujados pela fé;
Deu seu sangue a Caiboaté,
Quando a Pampa estremeceu
E o luar resplandeceu
Na fronte de São Sepé.

Os algozes de seu povo
Nem sequer os conhecia;
Foi julgado a revelia
Por tribunal de exceção;
Lhe sonegaram o quinhão
Do inventario divino
E o direito cristalino
De ter um palmo de chão.

Esta terra já tem dono,
Murmurou agonizando.
Preferiu morrer peleando
Do que viver humilhado.
Porque um povo escravizado
Não tem querer nem poder.
É melhor então morrer
A viver de lombo arcado.

RETRATO DO JOÃO CUIUDO

Título
RETRATO DO JOÃO CUIUDO
Compositores
LETRA
JAYME CAETANO BRAUN
MÚSICA
LUIZ MARENCO
RODRIGO MACHADO
Intérprete
LUIZ MARENCO
Ritmo
VANEIRA
CD/LP
10ª COXILHA NATIVISTA
Festival
10ª COXILHA NATIVISTA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
MÚSICA MAIS POPULAR

RETRATO DO JOÃO CUIUDO
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco, Rodrigo Machado)

Nasci feio como um susto
Parido com pelo e tudo
Filho da Dona Nicacia, neto do veio trançudo
O chinaredo do rancho me chama de João cuiudo

No bagual de mais corincho
Meto as garra e quebro o galho
E saio mais entonado do que conde de baralho
Cansei de acabar bochincho cortando a gaita num talho

Encilho até lixiguana
Depois que peço a bolada
Me grudo se me dá gana, me solto quando me agrada
Lembro até uma castelhana que trochei duma dentada

Que me importa o macheril
Quando a volta se desmancha
Nos mais taura, dou de fio, nos mais fraco, dou de prancha
E parte do meu feitio ficar de dono da cancha

Se me falta água de cheiro
Me tapo de criolin
Não é culpa de ninguém, foi Deus que me fez assim
E há sempre um lote de china correndo atrás de mm

A cordeona que floreio
Numa vaneira jesuíta
Se encordoa num roreio que nem teto de mulita
Como é que um índio tão feio toca marca tão bonita

A guitarra que eu ponteio
Com esses dedos de veludo
Se acomoda sem receio no meu peito cabeludo
E o verso sai como veio da alma do João cuiudo

Tanta coisa nasce linda
Depois não tem serventia
Se a feiura fosse crime o feio não existia
Se eu não prestasse pra nada, ficava pra tirar cria.


NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO

Título
NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO
Compositores
LETRA
GUILHERME COLLARES
MÚSICA
LISANDRO AMARAL
CRISTIAN CAMARGO
Intérpretes
LUIZ MARENCO
CÉSAR OLIVEIRA
Ritmo

CD/LP
19ª GAUDERIADA DA CANÇÃO NATIVA
Festival
19ª GAUDERIADA DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
MELHOR TEMA CAMPEIRO

NA ESTÂNCIA DO SOSSEGO
(Guilherme Collares, Lisandro Amaral, Cristian Camargo)

"Diz o Lalinho pro Olavo na cozinha:
- Toca a tropilha do potreiro do açude
E grita o Lúcio pro Beto, lá na mangueira:
Levamo os poncho, facilita o tempo mude"

Um galo corta o silêncio da madrugada
A lua nova vem mangueando a escuridão
A cavalhada chega quieta, e na mangueira
Vapor de lombo se mistura à cerração

Levo a cabresto este meu baio cabos negros
Um companheiro de trabalho e de anarquia
Groseio os cascos, amolecidos de sereno
Enquanto a D'alva reponta a barras do dia

O negro Olavo sai falando nas mimosa
Tapeando a cara de um mouro bruto de freio
E grita o Beto pra baia marca virada:
- Afrouxa o lombo, que o mango te parte ao meio

É no rodeio do Sinuelo que eu sou gente
Abro meu baio pro lado oposto da trança
Um touro berra laçado da meia cara
Garreia o bruto, tio Lalo, que ele se amansa

No fim do dia, de volta a hora do mate
De causo e risos que um campeiro não se entrega
Sem nos dar conta resgatamos nossa essência
Enquanto a lua vai nascendo atrás das pedras

Estância velha, Sossego, Rincão das Palmas
És rumo e norte, aonde encontro guarita
Herança bruta timbrada a casco de potro
Lida gaúcha que da força à nossas vidas.


MILONGA MADRE

Título
MILONGA MADRE
Compositores
Alfredo Zitarrosa
Intérpretes
Jorge Nasser,Luiz Marenco
Alfredo Zitarrosa
Ritmo
Milonga
CD/LP
CD – Nasser Duos (Jorge Nasser, Luiz Marenco)
LP - Milonga Madre (Alfredo Zitarrosa)
Festival

Declamador

Amadrinhador



MILONGA MADRE
(Alfredo Zitarrosa)

Milonga madre cantando te conocí yo no supe ni cuando
Sé que una tarde en un tango te pude oír tarareándolo

Madre milonga en tus brazos
Sentimentales se fueron al mazo
Taitas y yiros de paso cuando tu amor les tanteo el corazón

Milonga madre en las pencas tu clavelina de alcurnia flamenca
Debio volverse violenta flor chamuchina color malvón
Y por tus anchas caderas milonga madre de andar campesino
La yuma se abrió camino y nació troyera en el milongon

Milonga madre vos eras para el cartón sin amor ni taquera
Mina mistronga y diquera que chamuyaba de un metejón
Capaz que el coso soñaba milonga madre y vos lo acariciabas
Si era goruta y pasaba por ser compadre y castigador

Milonga madre cantando te conocí yo no supe ni cuando
Sé que una tarde en un tango te pude oír tarareándolo

Milonga madre en tus brazos sentimentales se fueron al mazo
Taitas y yiros de paso cuando tu amor les tanteo el corazón