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Velório do Juca Torto

Velório do Juca Torto
(Anomar Danúbio Vieira)

Fui no velório do querido Juca Torto
Eu era íntimo do morto
Pero mucho mas da viúva
Babava água pesos de terra e trovão
Entrei de chapéu na mão
E poncho encharcado da chuva

Tomei um trago de canha meio sem jeito
É que tenho esse defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um vélório com cachaça,
com rapadura, bolacha e umas véia pra dizer um xiste

Varei a sala arrastando as nazarenas
Corri os olhos da morena
Chorando embaixo de um véu
Tinha um gaitero vaqueano das horas brabas
Que floreava uma pianada pedindo as bençãos pra o céu

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Eu tinha um lenço bordado com as inicial
E ofereci mui cordial tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigos são pra isso
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento

Vendo a quietude que negaciava ambiente
Fui pra o lado de um parente falando que era preciso
Me deem licença que eu conheci o finado
Sei que ia querer o coitado
Que eu cantasse de improviso

Sentido eu faço este verso
Em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo
Desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui
Pra te dizer por inteiro
Pode ir te embora parceiro
Que a viúva eu cuido pra ti
 
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mal que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura

Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura