Os Da Última Tropa

Os Da Última Tropa
(Sérgio Carvalho Pereira, Luiz Marenco)

A poeira dos cascos,
Baixava de manso,
Ganhando a canhada,
E o eco morrente da tropa pesada,
Termava no léu,
Como envolto em um véu,
Um par de aspas claras,
A Deus levantava,
Um franqueiro ponteava
Mugindo tristonho,
Olhando pra o céu.

O capataz pensa em seis dias de marcha,
E mais cinco rondas,
E bombeia o horizonte,
Pra ler pela barra
Que a chuva não vem.
Com os anos que tem,
Encordoa a tropa
Que estende e se alonga,
Pra rede do areal o passo do rio,
Até embarcar no trem.

Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.

Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.

Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.

E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.

E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.

Se finava o maio,
Que já fora mês de tão grandes tropas,
Campeiros regressam em capas e ponchos,
Depois de dez dias.
Como estátuas de cerne,
Quebrados de aba,
E batidos de copas.
Descortejam a volta,
Coruja na trama,
A estrada vazia.

Se foram sumindo os da última tropa,
Na volta da estrada.
E um ventito sureño.
Assobiava cantigas,
Chamando a invernia.

Vai com mãos macias,
Brincando com areia
De apagar pegadas
Das tropas mais nada,
Que marcas de fogo pelas sesmarias.

E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão debaixo dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.

E vira a primavera e o pasto rebrota
Esquecido do fogo,
Já pro ano nas safras,
Não cruzaram xucros pelo corredor,
Sobram os homens do basto,
E do meio um capão que baixou dos pelegos.
Culatriar seus recuerdos,
Com as cercas da estrada,
Gritando em fiador.

Eeeera boi!


 

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