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Você Outra Vez

Você Outra Vez
(Léo Ribeiro de Souza, Angelo Marques, Ricardo Marques)

Quando pensei que tinha esquecido
Aqueles tempos que passei contigo
Eu te revejo deste jeito, linda
Sorriso largo, olhar de paixão
Então percebo que meu coração
Se descompassa por você ainda

A gente pensa que viver sozinho
Soltito ao vento, trocando de ninho
É o que norteia nossa liberdade
Mas lá no fundo esta alma andeja
Fica na volta, pois tá sempre presa
Ao tranco firme, chamado saudade

Mulher gaúcha, flor desse meu pago
Que cabresteia todos meus afagos
Desde o momento que te conheci
Quero que diga se tenho esperança
Porque meu corpo pouco a pouco cansa
De andar sem rumo só pensando em ti

O bom gaúcho tem que ter um pingo
Um gospe-fogo e as tardes de domingo
Para esquecer de suas mazelas
Mas chega um ponto que o xirú carancho
Depois da lida precisa de um rancho
E dentro dele uma china bela

E é por isso que ao te ver bailando
Vestido rubro, de campo queimando
Meus olhos seguem os teus movimentos
E dá vontade de largar da gaita
E não olhar pr'estas sirigaitas
Ficar contigo pro resto do tempo


Intérprete: Os Tiranos

Gaúchos Do Litoral

Gaúchos Do Litoral
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)

Erguendo a gola do poncho quando bate um nordestão
Porque vem areia fina de Joinville ao quintão
Mas quem lida na fazenda não pode esperar o verão
E eu ando de atravessado c'um plantel de redomão

Aprendi a ginetear no balanço da canoa
E dar meu tiro de laço tarrafeando na lagoa
Cada onda que se vem e uma lembrança que vôa
Então eu sorvo um amargo com aquela caninha boa

Trago a cultura açoriana no meu jeito de cantar
Mas quando ronca a cordeona já saio tirando par
Asso no mesmo braseiro a tainha e o costilhar
Toldo o pingo e puxo a ponta nas cavalgadas do mar

E quando alguém me pergunta donde vem este bagual
Com pegadas de marujo couro curtido de sal
Respondo meio cantado por favor não leve a mal
Mas reponto o gauchismo pras bandas do litoral

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Gracias pela colaboração Leandro!!!

O Brasil De Bombacha

O Brasil De Bombacha
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)

Após muito tempo guardando
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil

Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira

Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão

Ao chegar no torrão de seu gosto
Vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê

Quando bate a saudade daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa

No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece