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Mostrando postagens com marcador Marcelo D´Ávila. Mostrar todas as postagens
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No Garrão Do Continente

No Garrão Do Continente
(Juliano Moreno, Marcelo D'Ávila)

Clareou o dia, ao farol da divindade
Noutra jornada para tantos como eu:
É mais um 20 de Setembro na fronteira
E o gaúcho com clarins, amanheceu...

A tradição que nos “hermana” tem história
De Canabarro, Netto, bento e tantos mais...
Encho meu peito pra dizer que: “Eu sou do Sul”
E desfilar honrando os nossos ideais!

Eu sou do Sul, isto me basta, eu sou do Sul
Tenho orgulho desta terra e desta gente
Sou mais gaúcho e vale muito ser do Sul
Fazendo pátria no garrão do continente!

Tiro o chapéu bem em frente ao palanque
No meu saludo, respeito e fraternidade!
Vou desfilando os ideais da minha bandeira
De liberdade, igualdade e humanidade!

Cada Setembro pelas ruas e avenidas,
Revivo os feitos dos heróis republicanos
Eu sou do Sul e o meu cantar não tem amarras
Se cruzo a linha pra o lado dos castelhanos!


Intérprete: Juliano Moreno


A Cor Do Verde

A Cor Do Verde
(Marcelo D´Ávila, Clóvis de Souza)

Que sombra é essa que desbota a pampa
Semeando cinzas sob o céu aberto,
Vertendo o verde numa cor mais triste
E dando ao campo ares de deserto?

Outros matizes brotam nas coxilhas
Em tons de bronze, apagando rastros
E as sesmarias já não tem mais viço,
Somente poeira, onde crescia o pasto.

Acorda, campo! Pois te vais aos poucos
Em outras cores que não são teu verde
Nesta aridez, que é mais sertão que pampa,
Ou a querência vai morrer de sede.

E restarão cravadas nas areias -
Neste amarelo vasto que se some -
As ossamentas brancas, ressequidas,
Da gadaria quem mermou de fome.

Desperta, pampa, que ainda é tempo
De renascer das tuas próprias brasas:
Pintar de verde o verde, novamente,
Rever o pasto ao redor das casas.

Do Meu Feitio

Do Meu Feitio
(Clovis de Souza, Marcelo D´Ávila)

É bem do meu feitio cantar milongas
Com a justa melodia e a rima exata
Na voz que vem do campo – e vem de dentro –
Pilchado de bombacha e alpargata.

É bem do meu feitio cevar um mate
Nas horas mais silentes da manhã,
Deixar que lave a erva lentamente
Largando na estrada as coisas vãs.

Se sou assim, assim me fez o Sul,
De um jeito simples, e sei que por isso
Essa mania de cantar o pago
É bem do meu feitio de fronteiriço.

É bem do meu feitio compor uns versos
Ao frágil candeeiro da boeira
E oferecer, na janela do rancho
Pra prenda que escolhi por companheira.

É bem do feitio bolear a perna
Prum trago e uma prosa com os amigos:
Riquezas que esta vida me regala
Num relicário que guardo comigo


Zamba De Viento Y Arena

Zamba De Viento Y Arena
(Marcelo D’Ávila, Clóvis Soares de Souza)

Soy como el viento en el monte
Cantando por las cornizas
Y mi voz será silencio
Cuando yo sea cenizas.

Y si acaso fuera río
Desde mi cuna de arena
Cantaría mis canciones
Para mecer las sirenas.

Cuando se vayan mis ojos
A mirar pagos lejanos
Dejaré esta zambita
En la voz de mis hermanos.

Hermana luna, alumbra
Mi cita con las estrellas!
Hermano tiempo, no borres
El recuerdo de mis huellas!

Tal vez quede mi guitarra
Sonando en manos ajenas
Zamba de monte y de río
De campo, viento y arena.


Pra Cantar O Que A Alma Tem

Pra Cantar O Que A Alma Tem
(Marcelo D’Ávila, Robson Garcia)

Não vou cansar minha guitarra
Com milongas extraviadas
De acordes duros de boca
E versos que dizem nada.

Porque é preciso tenência
Pra cantar o que alma tem:
O verso é palavra morta
Se não disser a quê vem.

Quem canta aquilo que sente
Tem razões pra ser feliz;
Se deixo alguma semente
É porque tive raiz.

Avesso a cantos estranhos
De rimas tão diminutas
Meu verso tem a crueza
Do campo em matéria bruta.

O verso é munício da alma
Contra a prisão das encerras
Por isso faço meus versos
Com forte cheiro de terra.

Além Do Mate


Além Do Mate
(Marcelo D´Ávila, Clóvis Souza)

Que coisa linda
Se abraçar no pinho
E bordonear rasguidos
Com a luz da lua
A fazer as vezes
De candieiro antigo

Uma coruja pia
Em contraponto
Um sol em sustenido
Buscando um ninho
Embaixo das estrelas
Que lhe dê abrigo

Que coisa linda
Se abancar à sombra
De alguma figueira
Trançando rimas
Num sovéu de versos
Em ritual terrunho

É o catecismo
Dos poetas xucros
De alma galponeira
Que nos altares
De tantas tertúlias
Dão seu testemunho

Mas verso e pinho
Só terão sentido
Se semearem ânsias
De um novo tempo
Onde não falte erva
Pelos ranchos pobres

E além do mate
As bocas desnutritas
Sorvam a esperança
De que a palavra
Vale mais que o brilho
Enganador dos cobres

Pra Quem Já Conhece


Pra Quem Já Conhece
(Marçal Furian, Marcelo D´Ávila, Raineri Spohr)

Que estranho silêncio na volta do rancho –
Não vejo sorrisos nem ouço um saludo –
Os causos do tempo quedaram-se mudos,
Só resta a tapera no olhar dos caranchos.

O sol testavilha, na hora do ocaso,
Com nuvens lobunas fazendo fiador
Mostrando pra gente que mesmo a dor
Não surge no mais, por obra do acaso.

O mundo por si tem sempre dois lados:
A sombra só existe por causa da luz,
O brilho da lua é o sol que conduz,
Aprende com tombo o bagual bem domado

A lágrima triste no couro do rosto
Às vezes precede a alegria de um riso;
As flores rebrotam no tempo preciso
Depois das geadas das noites de agosto.

Pra cada rodada que a vida reserva
Há um pingo estradeiro bem manso de boca;
O amargo do mate será coisa pouca
Pra quem já conhece a doçura da erva.



Um Cantar Pra Cenair


Um Cantar Pra Cenair
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Calou tua voz missioneira
Que tantas vezes cantou,
Que tanta vez encantou
Pelas rondas galponeiras
E a guitarra companheira
Sentindo a dor do abandono
Chora a ausência de seu dono
Sabendo que já partiste
E entoa milongas tristes
Para velar o teu sono.

As águas do teu batismo -
O rio da tua mocidade -
Se revestem de saudade
Transbordando o gauchismo
E um cântico de lirismo
Com cheiro de Cabriúva
Respinga em gotas de chuva
A regar tuas sementes:
É um lamento de Corrientes
Às terras de Tucunduva.

Os campos de M´Bororé
Se agrandaram na distância
Te vejo na Grande Estância
Num galpão de Santa Fé
A matear junto a Sepé
O amargo da eternidade
Mostrando pra humanidade
Com a guitarra e a lança
O braseiro da esperança
E a chama da Liberdade!

Fronteiriça

Fronteiriça
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Esta milonga pampeana
Eu canto ao sabor do vento:
Brasileira e castelhana
Sob a luz do firmamento,
Dos pagos lá da fronteira
De Rivera e Livramento.

Por entre as cordas do pinho
Eu nasci e me criei;
Eu que escolho meu caminho,
Eu que sempre escolherei;
Eu que faço minha estrada
E nada me prende à lei.

Meu violão é meu arado
Com que planto meus sentidos;
Mesmo que eu seja calado
Meu canto será ouvido
E ficará como esteio
Em meio aos oprimidos.

Noite De Pinho E Luar


Noite De Pinho E Luar
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Nas noites que guitarreio
Por capricho, junto às águas,
Dou rédeas aos meus anseios
E o pinho chora suas mágoas.

A cadência melodiosa
Convida a lua que voa
A vir se mirar, vaidosa,
No espelho da lagoa.

Ao percebê-la tão perto
Estremece o violão
Sentindo haver descoberto
Os mistérios da paixão.

Querendo agradar a amada
O pinho galanteador
Numa copla improvisada
Soluça versos de amor.

A lua suspira e cora
Diante de tanta poesia
Mas sabe que irá embora
Quando chegar novo dia.

Quando, enfim, o sol desperta
Junto ao dia adormecido
O pinho se desconcerta
Chorando o amor perdido.

Herdeiros De Sepé


Herdeiros De Sepé
(Marcelo D’Ávila, Robson Garcia)

Os pés descalços ainda são os mesmos
Andando a esmo nos beirais da estrada
Os trapos gastos é que são diversos
Da velha força guarani: mais nada.

Mesmos os olhos, mesma a tez da pele,
Igual a luta pelo pão diário;
A mão aberta, estendida a palma,
Espera em vão, o gesto solitário.

É o mesmo sangue do ancestral guerreiro
Que ousou gritar que a pampa tinha dono;
E em vez de ter a terra prometida
Herdou apenas fome e abandono.

Ficou, da velha raça guarani,
Somente a pele, o olhar, os pés descalços
Pois seus herdeiros trazem a incerteza
De haver sonhado tantos sonhos falsos.

Hoje vagueiam pelos vãos das pontes,
Vendem balaios, pedem caridade;
Pra quem, um dia, foi dono da terra
Restou o frio concreto da cidade.

Milonga em Mi


Milonga em Mi
(Marcelo D’Ávila, Danilo Kuhn)

Milonga em Mi
Que me assombra,
Me tira o sono
E desponta
Nos foles
Da minha cordeona.

Milonga em Mi
Que me ronda,
Me rouba o entono
E destoa
De acordes
De outras milongas.

Milonga em Mi –
Mil milongas
Que fogem
E correm soltas
Em tantas noites
Sem conta.

Milonga em Mi
Que me tomba,
Me ergue de novo
E me doma
Com jeito
De redomona.

Milonga em Mi,
Minha sombra,
Meu contraponto
Que aponta
Meu norte
Nestas milongas.

Povoeiro Por Circunstâncias


Povoeiro Por Circunstâncias
(Francisco Brasil, Rodrigo Tavares, Marcelo D’Ávila)

Eu fui guri de campanha
Tropeando gado de osso
Mas a sede de horizontes
Cambiou meus rumos de moço;
O campo virou lembrança
No caminho da cidade
Quando encilhei a esperança
Nos bancos da faculdade.

No meio de tantos outros,
Com diferente ideal
-Tropilhas de outra marca
Rebanhos d’outro sinal-
Eu fui pagando o preço
De ser homem na cidade
Sofrendo mais que um menino
Pra conviver com a saudade.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Deixei pedaços de mim
Palanqueados na estância.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Que têm os olhos no mundo
E o coração lá na estância.

Mas se a lida afrouxa o laço
E as maneias do batente
Retomo o rumo do pago
Pra beber em suas vertentes:
Matear na sombra do umbu,
Pelo ovelheiro costeado,
Sentir que não é ausente
No presente o meu passado.

Então, no meio duns poucos
Que falquejaram meu jeito,
Eu bem entendo quem sou,
Como este homem foi feito.
De novo a esperança encilho
Renovado, vou daqui
Tendo a certeza, rincão,
Que um dia volto pra ti!

Diálogo De Luz E Sombras


Diálogo De Luz E Sombras
(Marcelo D´Ávila, Juliano Moreno)

(Honório):
- Quem chega em meu rancho sem dar “Ó de casa!” –
Com passos pesados, embora em silêncio?
Envolto num poncho de noite sem lua,
Pilchado de sombras – será quem eu penso?

(“O Outro”):
- Se enxergas meu vulto de bota e bombacha,
É só uma forma, das muitas que tenho:
Meu nome não digo, nem mostro meu rosto
Mas sei que imaginas quem sou e a quê venho.

Em cada refrega estive a teu lado
No Passo do Guedes, no teu Caverá –
Agora é o momento da paz derradeira:
Meu zaino te espera do lado de lá.

(Honório):
- Meu nome é Honório, me chamam Leão!
Tracei meus caminhos a ponta de adaga!
(“O Outro”):
- Descansa tuas armas, vem junto comigo,
Que a vida é candeeiro que um dia se apaga!

(Honório):
- Nas minhas batalhas venci tantas vezes
Em outras sofri o amargo revés.
Mas este combate já sei que é perdido
Porque finalmente percebo quem és.

- Gastei meus outonos em bárbaras lutas,
Tingindo de sangue o Ibirapuitã
E bem quando chegas, buscando por mim,
Vislumbro o horizonte de um novo amanhã.

(“O Outro”):
- O corpo cansado já pede repouso,
O braço fraqueja empunhando a garrucha.
Te levo comigo mas deixo gravado        
Teu sonho imortal na alma gaúcha.

(“O Outro”)
- Teu nome é Honório, te chamam Leão!
Teus feitos ficaram na tarca da história!
(Honório):
- Estende tua mão: vou junto contigo,
Meu tempo é passado! O resto é memória.

A Lição de Martim Fierro


A Lição de Martim Fierro
(Marcelo D'Ávila, Juliano Moreno)

Sou dos que opinam cantando
Porque creio na palavra;
Semente de boa lavra
Floresce até no deserto.
O bom ginete, por certo,
Não roda nem se escalavra.

Sou de cantar opinando,
Não canto por diversão.
Na mesa onde falte o pão,
No rancho onde falte a sorte:
Aí cantarei mais forte
Meu canto com opinião.

Meu canto tem a crueza
Do verso em matéria bruta
Que se estende em reculuta
Pra destravar as tramelas
E abrir portas e janelas
Na ideia de quem me escuta.

A lição de Martim Fierro
É clara como uma luz
E se algum Sargento Cruz
Quiser seguir a meu lado
Basta fazer um costado
Pra estes versos que compus.

Quem canta por conveniência
Pensando só em agradar
Com medo de contrariar
Tantas vaidades alheias
Deixa que que botem maneias
E buçal no seu cantar.

Admirável Mundo Novo


Admirável Mundo Novo
(Marcelo D´Ávila, Clóvis Souza)

Quando um largo caminho se bifurca
Na circunstância de uma encruzilhada
A travessia torna-se mais lenta,
Tanto mais estreita fica a estrada.

Também assim é o resultado do trabalho,
Obedecendo esta simples equação:
Pra construir um mundo novo e melhor
A soma sempre é maior que a divisão.

Admirável mundo novo que se ergue
No horizonte desta nossa era
Enraizado em firmes alicerces
Pelas zelosas mãos de quem coopera.

Pois é preciso entender que o vento
Sopra a favor de quem sabe onde vai
E que o futuro se constrói com todos
Que juntam forças pra poderem mais.

Quando o trabalho é compartilhado
Surgem os frutos, grandes e fecundos;
No braço forte da cooperativa
Está a base deste novo mundo.

Milonga De Uma Noite Anunciada


Milonga De Uma Noite Anunciada
(Marcelo D´Ávila, Giovanni Pinheiro)

Quando a tardinha agoniza
Anunciando a noite longa
Os grilos ficam silentes
Ao bordonear da Milonga.

O milongueiro, por rude,
Não entende esta magia
De fazer calar as vozes
Quando a noite se anuncia.

A Milonga tem razões
Que a própria razão ignora
Monta no lombo da noite
E galopa campo afora.

A Milonga tem mistérios
Que nem o pinho desvenda,
Que se escondem pela noite
Entre suspiros de prendas.

A Milonga se eterniza
Enquanto a noite se alonga
Não há Milonga sem noite,
Não há noite sem Milonga.

Cada Milonga É Um Caminho

Cada Milonga É Um Caminho
(Marcelo D’Avila, Penna Flores)

Cada milonga que eu faço
Tem um pedaço de campo:
Uma nesga de querência
Na essência do que canto.

Cada milonga que eu canto
Tem um tanto do meu pago:
A imensidão dos açudes
Nas inquietudes que trago.

Cada milonga que eu trago
Tem rastro antigo de tropa
E ecos de algum rodeio
Com bordoneios de coplas.

Cada milonga é uma copla
Que o vento sopra baixinho
Deixando acordes e versos
Dispersos pelos caminhos.

Cada milonga é um caminho
Que o pinho parte em pedaços
E reparte em tantas rondas
Cada milonga que eu faço.

Essas Meninas


Essas Meninas
(Marcelo D’Ávila, Tuny Brum)

No brete escuro
De cada rua
A luz da lua
É um clarão que se insinua
Iluminando a silhueta pequenina
Dessas meninas
Que se vendem nas esquinas.

Não são mulheres
Nem são crianças:
A esperança se perdeu
Num quarto escuro;
Foram-se os sonhos
E quebraram-se os brinquedos
Ficou o medo
E a incerteza no futuro.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.

Nas avenidas,
Pelas esquinas,
Essas meninas
Vão cumprindo
Suas sinas:
Tropa perdida
Entre refregas
E disputas
Que a vida bruta
Abandonou na reculuta.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.

Quando O Rio Grande Corre Pelas Veias


Quando O Rio Grande Corre Pelas Veias
(Marcelo D´Ávila, Robson Garcia)

Nalgum fundo de campo da fronteira
Um índio bem montado mira ao longe
E a pampa inteira cabe nos seus olhos
Repletos de coxilhas e horizontes.

Há muito de querência neste homem,
Há séculos de história escrita em versos
E a herança da Campanha se reflete
Na simples amplitude de seus gestos.

A singeleza de cevar um mate
E alçar a perna pra espiar estrelas
É a liturgia do ritual campeiro
Quando o Rio Grande corre pelas veias.

Nalgum fundo de campo da fronteira
Com a proteção sagrada do chapéu
Um índio afina as cordas da guitarra
Olhando a pampa comungar com o céu.

Sou eu o homem que bombeia ao longe
Repleto de coxilhas e distâncias;
O campo é minha razão, é minha essência,
Porque eu sou eu e minhas circunstâncias.