Cada
Milonga É Um Caminho
(Marcelo D’Avila, Penna Flores)
Cada milonga que eu faço
Tem um pedaço de campo:
Uma nesga de querência
Na essência do que canto.
Cada milonga que eu canto
Tem um tanto do meu pago:
A imensidão dos açudes
Nas inquietudes que trago.
Cada milonga que eu trago
Tem rastro antigo de tropa
E ecos de algum rodeio
Com bordoneios de coplas.
Cada milonga é uma copla
Que o vento sopra baixinho
Deixando acordes e versos
Dispersos pelos caminhos.
Cada milonga é um caminho
Que o pinho parte em pedaços
E reparte em tantas rondas
Cada milonga que eu faço.