TÍTULO |
ÚLTIMA COLHEITA |
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COMPOSITORES |
LETRA |
MARCELO D’ÁVILA |
MÚSICA |
MATHEUS LEAL |
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INTÉRPRETE |
MATHEUS LEAL |
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RITMO |
VALSEADO |
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CD/LP |
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FESTIVAL |
1º ESTEIO DO CANTO FRONTEIRO |
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MÚSICOS |
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PREMIAÇÃO |
1º LUGAR MELHOR LETRA |
ÚLTIMA
COLHEITA
(Marcelo D’ávila, Matheus Leal)
Ficou no tempo o pelo mouro das melenas
Restam apenas estes fios com a cor da prata
Como a geada que branqueia a açucena
Quando o inverno se anuncia em serenata.
Lancei sementes pelo campo empobrecido
E cada sulco que tracei por este chão
Se espalha agora no meu rosto envelhecido
Curtido a suor, a sal, a sol - a solidão.
Gastei meus dias no cuidado do plantio
Botei pedaços de mim mesmo em cada grão
Matando a sede da seara me fiz rio
E a semente germinou, a vida não.
Ficou no tempo a força bruta dos meus braços
Puxando arado na inclemência de outras tardes
Resta uma sombra do que fui - e este cansaço
De candeeiro que se apaga sem alarde.
Talvez a hora da colheita derradeira
Venha chegando a trote largo, pela estrada,
E a mesma terra que deu vida - parideira -
Há de abraçar-me em minha última morada.