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ESTÂNCIA, FLETE E PEÃO

 

TÍTULO

ESTÂNCIA, FLETE E PEÃO

COMPOSITORES

LETRA

JOSÉ FELICIANO

MÚSICA

SABANI FELIPE DE SOUZA

INTÉRPRETE

ADAMS CEZAR

RITMO

CD/LP

1ª COLINA DA MÚSICA GAÚCHA

FESTIVAL

1ª COLINA DA MÚSICA GAÚCHA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

 

ESTÂNCIA, FLETE E PEÃO
(José Feliciano, Sabani Felipe de Souza)
 
Todo campeiro na infância teve um flete, ou foi de vara, de taquara ou alecrim
Me fui crescendo, vendo o pai sempre lidando, sonhando um dia ter um flete só pra mim
Quem traz na alma esperança, sonho em mente, tem pela frente muitos fletes no capim
E quem semeia um viver acampeirado, empunha o prato pras estâncias não ter fim.
 
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha
 
É sobre o flete que o campeiro faz a lida, e ganha a vida no ofício de ser peão
Se de parceiro levar sempre um cusco amigo, nem ao perigo lhe deve satisfação
Quando envolvido num floreio que tem dona, ouve a cordiona, fica de rédeas no chão
O que seria do peão sem o seu flete, e do seu flete sem estância e sem peão.
 
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha
 
Até nos dias que o campeiro enfim se abala, e põe na mala canha, mate e violão
Leva o parceiro pra tropear noutra jornada, pra ver a amada na estância do coração
Flete é cavalo, bom de rede e aparência, bem encilhado esbanja luxo e elegância
Fiel amigo do peão no entreveiro, e companheiro nas duras lidas da estância
 
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha
Flete esperança da vida amarga, não foi de carga nem de rendilha
Foi sonho guacho do piazito na infância, de ter estância e hoje tem uma tropilha





 
 

GAÚCHOS

TÍTULO
GAÚCHOS
COMPOSITORES
LETRA
MARCO SOARES
LUIZ SEGA
MÚSICA
CÍCERO FONTOURA
INTÉRPRETE
ADAMS CEZAR
RITMO
MILONGA
CD/LP
22ª GUYANUBA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
22ª GUYANUBA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES



GAÚCHOS
(Marco Soares, Luiz Sega, Cícero Fontoura)

Eram terras sem divisas nem fronteiras
Índios reinavam soberanos neste chão
Laças na mão e vinchas nas cabeleiras
Almas guerreiras, libertas por devoção

Bandeiras Lusas e Espanholas no horizonte
Desbravadores chegam ao sul do continente
Navegam sonhos, singram mares de incertezas
Paz e riqueza eram a esperança dessa gente

São serranos, fronteiriços e costeiros
Do planalto ou missioneiros, dos quatro cantos deste chão
Hoje o sangue de raças tão diferentes
Corre nas veias desta gente, “gaúchos” por formação

Vieram negros na penumbra dos porões
E a mão escrava que era livre no além-mar
Foi força bruta nas estâncias e charqueadas
Vidas marcadas, liberdade a conquistar

O imigrante desbravou o alto da serra
Semeou a terra e prosperou, gerou fartura
Melena loira, olhos de céu e um jeito amigo
O pão de trigo, os parreirais, paz e ternura


As Razões Das Argolas

As Razões Das Argolas
(Gilberto Trindade, Xuxu Nunes)

Cruzam a história gaúcha
Servindo peões e povoeiros
De aço prendem nos laços
O entono dos caborteiros
De ouro enlaçam os amores
E enfeitam dedos solteiros

O bronze que forja sinos
Templa argolas de valor
Nos aperos “de patrão”
Da prata emprestam a cor
E vendem brilho na estampa
Presas na mão do doutor

Mal comparando as argolas
São como os homens também
Na força de seus abraços
Seguram tudo o que tem
Mas nem cobertas de ouro
Prendem o coração de alguém

Amarram sonhos nos outros
E amores mundo afora
Prendem as rédeas no freio
E o tento a alma da espora
E encantam os olhos da gente
Ornando brincos de argolas

Parceiras de vida e lidas
Guardando nossos valores
Cruzam a história gaúcha
Servindo a peões e senhores
Mas jamais botaram garras
Nos sonhos dos sonhadores

Timbres Da Natureza

Timbres Da Natureza
(Rômulo Chaves, Flávio Campos Sartori)

A canção ganha timbres da natureza
Pela beleza que destes olhos não sai,
Esplendor que Deus criou para a gente
Nas corredeiras do belo rio Uruguai.

As águas doces trazem vida consigo
São abrigo para bichos e prá o verde,
Ainda guardam na magia de seu leito
O dom divino de saciar a nossa sede.

Que sempre viva o rio destes versos
No universo que depende destas águas,
Prá que o homem não lamente no futuro
A dor sentida de quem chora suas mágoas.

O rio canta pela voz da passarada
Na madrugada que o sol vem acordar,
Traz para alma a pureza do que é belo
Que um costeiro jamais cansa de cantar.

Onde o Campeiro se Ajoelha

Onde o Campeiro se Ajoelha
(Hilo Paim, Flávio Campos Sartori, Adams César)

Essas aguadas no campo,
Refletindo o azul do céu,
Onde o campeiro se ajoelha,
Retirando o seu chapéu.

Juntando as mãos agradece,
Cumprindo com o seu ritual,
Frente a um espelho de vida,
Saciando homem e animal.

Pra quem conhece os caminhos,
Que vão do campo ao galpão,
Não se perde nos atalhos,
Por ter sentido e razão.
Sabe que o mundo é maior,
Do que nos mostra a visão,
E os invernos ficam mansos,
Ao pé de um fogo de chão.

Essas aguadas são vida,
No aconchego do galpão,
Juntando campo, água e sonhos,
Num mate à concha da mão.

É Nessas horas que o tempo,
Aos poucos muda de cor,
Pois quem gosta do que vive,
Vive tudo por amor.

Antigas Imagens

Antigas Imagens
(Sérgio Seitenfus, Flávio Campos Sartori)

De um rubro vai tisnando todo o campo.
Novas silhuetas desmentem a escuridão
E o brilho no rebrilho vibra a luz
Pintando a água, as barrancas e o coração.

Muitas imagens voltam a vida nesta hora.
Lindas índias nas águas se banhando.
Miram o espelho que cintila em muitas cores.
Esguios corpos de morena, espreguiçando.

Tantos quereres se passaram neste rio.                         
Em suas margens quantos sonhos segredados.
Quantas dores de amores sentiram tantos.
Quantos cantos em silêncio murmurados.

Levou o vento. O silêncio e o perfume.
Levou a vida. Como nuvens dissipando.
De que valeram os amores. Se só dores.
Que ficaram para lembrança no seu canto.

A realeza dessas índias se perdeu.
Já são outros os que se banham no lugar
E da história que é a glória do seu povo
Restam traços da memória do seu lar.

Quando os Verões Trazem Secas


Quando os Verões Trazem Secas
(Xuxu Nunes, Dilamar Costenaro)

O sol estridente tremendo o horizonte,
E longe bem longe uma nuvem solita,
Só traz a certeza que a chuva demora,
E na angústia da seca a alma se agita.
A terra sedenta secou as cacimbas,
O berro do gado campeia uma aguada,
No pasto minguado, do campo já raso,
E a sede se agranda na tarde abafada.
O campo cinzento perdendo seu pelo,
A vertente cansada dos olhos da gente,
Aumentaram as ânsias na falta da chuva,
E acendeu-se uma vela na prece indigente.

Nesses verões em que o cinza se deslumbra,
E a sequidão traz prenúncios de tristeza,
Somente a chuva pra curar as cicatrizes,
E trazer vida às cores da natureza.

O dia se achega no lombo da aurora,
E o norte aflora ponteando aguaceiro,
Quem sabe no céu ouviu-se uma prece,
Trançada nos tentos da fé dum campeiro,
Trovejo e “relâmpo” riscando o horizonte,
E o negro do poncho cobriu a invernada,
As águas saciam a sede dos campos,
Verdejando o pasto, coxilha e canhada.
A alma se acalma ao cheiro da terra,
E um ar de tapera rodeia o galpão,
A paz se estende aquietando à tarde,
E a seca se acaba em mais um verão.


Povoeiro Por Circunstâncias


Povoeiro Por Circunstâncias
(Francisco Brasil, Rodrigo Tavares, Marcelo D’Ávila)

Eu fui guri de campanha
Tropeando gado de osso
Mas a sede de horizontes
Cambiou meus rumos de moço;
O campo virou lembrança
No caminho da cidade
Quando encilhei a esperança
Nos bancos da faculdade.

No meio de tantos outros,
Com diferente ideal
-Tropilhas de outra marca
Rebanhos d’outro sinal-
Eu fui pagando o preço
De ser homem na cidade
Sofrendo mais que um menino
Pra conviver com a saudade.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Deixei pedaços de mim
Palanqueados na estância.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Que têm os olhos no mundo
E o coração lá na estância.

Mas se a lida afrouxa o laço
E as maneias do batente
Retomo o rumo do pago
Pra beber em suas vertentes:
Matear na sombra do umbu,
Pelo ovelheiro costeado,
Sentir que não é ausente
No presente o meu passado.

Então, no meio duns poucos
Que falquejaram meu jeito,
Eu bem entendo quem sou,
Como este homem foi feito.
De novo a esperança encilho
Renovado, vou daqui
Tendo a certeza, rincão,
Que um dia volto pra ti!

Brinquedos


Brinquedos
(Dilamar Costenaro, Sidenei Almeida)

Quando parei de brincar de faz de conta,
Que me dei conta, já não era mais guri,
Não escuto os brinquedos me chamarem,
Mas em que mundo afinal eu me perdi?

Pra onde foi o meu trabuco de madeira?
O gado de osso se perdeu pelo capim,
As “bulitas” não trago mais na gibeira,
O trem de lata a ferrugem deu um fim.

Minha arapuca esqueci lá no capão,
No potreiro perdi meu laço de embira,
Meu cavalo puro sangue de taquara,
Foi embora levando as rédeas de tira.

Os brinquedos que eu brincava se extraviaram,
Pela vida que passou e eu nem vi,
Quando tento em vão achar, vejo que o tempo,
Levou embora os brinquedos e o guri.

Onde estão os meus brinquedos? -Me pergunto.
Viraram pó, feito a bola de carpim?
Se esconderam afinal, por trás dos cerros?
Ou quem sabe num lugar dentro de mim!

Minha carreta puxada a bois de sabugo,
Pela estrada foi sumindo de mansinho,
O meu cusco companheiro das caçadas,
Morreu junto com o mundo do piazinho.

E assim na ilusão dos meus brinquedos,
Eu brincava de ser homem na infância,
E na pressa de crescer eu perdi tempo,
Me fiz homem pra brincar de ser criança.