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Um Cantar Pra Cenair


Um Cantar Pra Cenair
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Calou tua voz missioneira
Que tantas vezes cantou,
Que tanta vez encantou
Pelas rondas galponeiras
E a guitarra companheira
Sentindo a dor do abandono
Chora a ausência de seu dono
Sabendo que já partiste
E entoa milongas tristes
Para velar o teu sono.

As águas do teu batismo -
O rio da tua mocidade -
Se revestem de saudade
Transbordando o gauchismo
E um cântico de lirismo
Com cheiro de Cabriúva
Respinga em gotas de chuva
A regar tuas sementes:
É um lamento de Corrientes
Às terras de Tucunduva.

Os campos de M´Bororé
Se agrandaram na distância
Te vejo na Grande Estância
Num galpão de Santa Fé
A matear junto a Sepé
O amargo da eternidade
Mostrando pra humanidade
Com a guitarra e a lança
O braseiro da esperança
E a chama da Liberdade!

Fronteiriça

Fronteiriça
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Esta milonga pampeana
Eu canto ao sabor do vento:
Brasileira e castelhana
Sob a luz do firmamento,
Dos pagos lá da fronteira
De Rivera e Livramento.

Por entre as cordas do pinho
Eu nasci e me criei;
Eu que escolho meu caminho,
Eu que sempre escolherei;
Eu que faço minha estrada
E nada me prende à lei.

Meu violão é meu arado
Com que planto meus sentidos;
Mesmo que eu seja calado
Meu canto será ouvido
E ficará como esteio
Em meio aos oprimidos.

Noite De Pinho E Luar


Noite De Pinho E Luar
(Marcelo D´Ávila, Miguel Villalba)

Nas noites que guitarreio
Por capricho, junto às águas,
Dou rédeas aos meus anseios
E o pinho chora suas mágoas.

A cadência melodiosa
Convida a lua que voa
A vir se mirar, vaidosa,
No espelho da lagoa.

Ao percebê-la tão perto
Estremece o violão
Sentindo haver descoberto
Os mistérios da paixão.

Querendo agradar a amada
O pinho galanteador
Numa copla improvisada
Soluça versos de amor.

A lua suspira e cora
Diante de tanta poesia
Mas sabe que irá embora
Quando chegar novo dia.

Quando, enfim, o sol desperta
Junto ao dia adormecido
O pinho se desconcerta
Chorando o amor perdido.