Milonga De Uma Noite Anunciada
(Marcelo D´Ávila, Giovanni Pinheiro)
Quando a tardinha agoniza
Anunciando a noite longa
Os grilos ficam silentes
Ao bordonear da Milonga.
O milongueiro, por rude,
Não entende esta magia
De fazer calar as vozes
Quando a noite se anuncia.
A Milonga tem razões
Que a própria razão ignora
Monta no lombo da noite
E galopa campo afora.
A Milonga tem mistérios
Que nem o pinho desvenda,
Que se escondem pela noite
Entre suspiros de prendas.
A Milonga se eterniza
Enquanto a noite se alonga
Não há Milonga sem noite,
Não há noite sem Milonga.