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PAMPA, PEÃO E QUERÊNCIA

 


TÍTULO


PAMPA, PEÃO E QUERÊNCIA


COMPOSITORES

LETRA

LAURO ANTÔNIO CORREA SIMÕES

MÚSICA

LUIZ CARDOSO

JOSÉ CARDOSO


INTÉRPRETE


ADRIANO GOMES


RITMO

CD/LP

2ª TROPEADA DA CANÇÃO NATIVA

(SANTANA DO LIVRAMENTO)

FESTIVAL

2ª TROPEADA DA CANÇÃO NATIVA

(SANTANA DO LIVRAMENTO)

MÚSICOS

LUIZ CARDOSO

LEONEL GOMEZ

AURÉLIO LEAL

ADALBERTO SIMÕES

PREMIAÇÃO

 

 
PAMPA PEÃO E QUERÊNCIA
(Lauro Correa Simões, Luiz Cardoso, José Cardoso)
 
O campo verde que avista
Com tropilhas de mil pelo
E o rodeio de tambeira
Com estas mãos amansei
 
Para embretar silêncios
Amanheci com as estrelas
E o bois que ararão a terra
Fui eu mesmo que os domei
 
Na vastidão de horizontes
Campeando rumos me fiz
Como em pampa a procedência
De quem foi ramo e raiz
 
Junto ao braseiro dos astros
A voz se acende parceira
E a gaita acorda à distância
Varando o céu da fronteira
 
A mansidão dos caminhos
Traz essa gana de andar
Mas a alma velha bruxa
Fica um pé pra gauderiar
 
E o fitar claro a lua
Que a amoitou-se em meus pelegos
Vem pra mandar os cantares
De quem perder seus apegos
 
Pois esta força teatina
De quem sabe de onde veio
Tem dimensão do Rio Grande
E a querência é seu rodeio
 
Junto ao braseiro dos astros
A voz se acende parceira
E a gaita acorda à distância
Varando o céu da fronteira 

PENÚLTIMA MILONGA

 

TÍTULO

PENÚLTIMA MILONGA

COMPOSITORES

LETRA

JOSÉ RUFINO DE AGUIAR FILHO

MÚSICA

LUIZ CARDOSO

INTÉRPRETE

CÉSAR PASSARINHO

RITMO

MILONGA

CD/LP

27ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

27ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 


PENÚLTIMA MILONGA
(José Rufino de Aguiar Filho, Luiz Cardoso)

É a penúltima milonga que te faço,
Neste laço que trancei pra te agradar,
Refugando o arremate do fracasso,
Vai meu canto te pedindo pra voltar!

Na garupa do minuano vai meu verso,
Implorando o teu regresso, prenda minha,
Na saudade que me invade, te confesso,
Que minh'alma se cansou de andar sozinha.

Vestirei no jardim desta tapera
Flores belas pra enfeitar nossa morada,
Vai chegar prematura a primavera
E o gaudério vai deixar de andar na estrada!

Se faltar pra esta milonga, no entretanto,
O encanto pra domar teu coração,
Já não mais dedicarei pra ti meu canto
E o meu pranto vai calar o violão!

E só quando se arrimar a viagem longa
Pra que eu deixe este pago em que nasci,
Cantarei minha última milonga,
Testemunha de que nunca te esqueci.

Vestirei no jardim desta tapera
Flores belas pra enfeitar nossa morada,
Vai chegar prematura a primavera
E o gaudério vai deixar de andar na estrada!

É a penúltima milonga que te faço,
É a penúltima milonga que te faço...


GRACIAS AOS PARCEIROS HEINZ E CANAL DO ROOS


SAUDADE, TEMPO E LEMBRANÇA


TÍTULO
SAUDADE, TEMPO E LEMBRANÇA
COMPOSITORES
LETRA
BELMIRO PEREIRA
MÚSICA
LUIZ CARDOSO
INTÉRPRETE
ROBLEDO MARTINS
RITMO
MILONGA
CD/LP
20ª TERTULIA MUSICAL NATIVISTA
FESTIVAL
20ª TERTULIA MUSICAL NATIVISTA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES

SAUDADE, TEMPO E LEMBRANÇA
(Belmiro Pereira, Luiz Cardoso)

Qual um reponte de nuvens, costeando o rumo do vento,
Assim tranqueia o destino pelas mãos duras do tempo.
A vida é tropa que marcha, ruminando os dissabores
De sonhos que desgarraram nas curvas dos corredores.

O tempo é estrada comprida sem ter atalho nem volta,
É feito cusco lebreiro que aperta, boca e não solta.
A vida é estouro de tropa que não sabe aonde vai,
Que pensa em ganhar o mundo e além da cerca não sai

Saudade é alma ferida
Que nem o tempo maneia
Se o tempo é o jugo da vida
Lembrança é o tempo que apeia

O tempo, qual um carancho, traz sua sina nas asas!
Lembrança, um potro sogueiro, rondando a volta das casas.
Na cancha incerta da vida, o tempo ganha de mão.
Saudade é vento, rangendo nas frinchas do coração.

Nada se leva da vida, saudades ficam com alguém,
Mas que o tempo implacável um dia leva também.
Deter o tempo é ilusão, é sonho que não se alcança
E assim a vida se faz...saudade, tempo e lembrança





NO ENCANTO DO CANTO

Título
NO ENCANTO DO CANTO
Compositores
LETRA
JAIME BRUM CARLOS
MÚSICA
LUIZ CARDOSO
Intérprete
JOCA MARTINS
Ritmo
RASGUIDO DOBLE
CD/LP
04º CANTO ALEGRETENSE DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
04º CANTO ALEGRETENSE DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


NO ENCANTO DO CANTO
(Jaime Brum Carlos, Luiz Cardoso)

Entre as plumagens que se mesclam na paisagem
No universo cultural que faz a história
Ouve-se o canto natural de aves nativas
E o contracanto de outras aves migratórias.

É um coral de vozes bugras imigrantes
Com seu cantar de ressonância além fronteiras
Seu canto é livre por ser próprio e ter raízes
O que as difere de outras aves rapineiras.

Aquelas cantam suas árias diferentes
A violentar as melodias naturais
São os caranchos rapinantes da cultura
Domesticados pelos falsos ideais.

Existem homens que aprisionam-se a esses cantos
De encantamento alienígena e traiçoeiro
Falsas calhandras desgarradas das origens
Aculturadas nos costumes estrangeiros.

O sabiá mesmo cantando em vários tons
Mantém a essência da estirpe em toda parte
Também o homem ao forjar seu canto novo
Não necessita deturpar a própria arte.

Virá o dia em que as aves crioulas
Com seus cantares e autênticos valores
Faram ecoar mais alto suas mensagens
Calando as vozes dos malevas predadores.


Rodeio Das Almas


Rodeio Das Almas
(Lauro Antonio Correa Simões, Luiz Cardoso)

Quando tranqueia uma canção desses campeiros
Para as moradas em consolo se destinam
Liberta os sonhos dos terrunhos companheiros
Pois traz na alma partituras campesinas

Enquanto andeja a semear sonoridades
Na comunhão da melodia com as rimas
É como carta esquecida nos peçuelos
Que o tempo e a vida transformaram em obra prima

Quando a tardinha vai vestindo os edifícios
De sombras mansas, e a quietude apressa o passo
Ouve-se vozes povoando apartamentos
Cantos nativos acenando dos terraços

E por ser simples a canção desses campeiros
Para rodeio das essências regionais
É lenitivo aos anseios caborteiros
Quando a saudade ronda rumos desiguais

Essa cantiga, que é de antiga, nos irmana
Vem estradeando com acordes alma adentro
A revolver a lembrança interiorana
Nunca perdida nas senzalas de cimento

Quando tranqueia uma canção desses campeiros
Nem mesmo o mar é capaz de nos impor
O impossível das lonjuras pra os recuerdos
Pois nada é inacessível ao amor

Ritual De Campo E Milonga



Ritual De Campo E Milonga
(Marciano Reis, Luiz Cardoso)

A sombra grande da tarde desceu comprida mais lenta
Sobre o juncal dos açudes com suas águas barrentas
Da pobre rês desgarrada a dor escapa no berro
Sentindo fundo no quarto a marca quente do ferro

Homens arrastam esporas no entra e sai dos galpões
Cansados na desencilha pra um mate ao pé dos fogões
A palha boa pro fumo pros lábios um gole de pura
E uma guitarra en las manos onde há paixão e ternura

Então o verso se arranca na guela vindo pra fora
E a alma doce liberta meu sonho na mesma hora
De andar cantando pros outros com queixos de noite longa
Amores, pago, querência, ritual de campo e milonga

O tosador lá do povo que vem pra sapra dos pila
Envelheceu já faz tempo mas não se cansa da esquila
Um lago de prosa mansa no campo afora em distância
Interte um pouco da indiada montando os potros da estância

Mas quando chega o inverno com o frio vem o temor
E até o coração mais bruto reclama a falta de amor
É quando as coisas da vida já não se ajeitam no tranco
E uma saudade de china desquina vindo do pranto

Então o verso se arranca na guela vindo pra fora
E a alma doce liberta meu sonho na mesma hora
De andar cantando pros outros com queixos de noite longa
Amores, pago, querência, ritual de campo e milonga

Tordilho Vinagre

Tordilho Vinagre
(Lauro Antonio Correa Simões, Luiz Cardoso)

Quando se doma um tordilho
Só existem dois caminhos
Ou se faz dele um amigo
Com paciência e com carinho
De outro modo é cascavel
Batendo o guizo no ninho

Quando encilho o meu tordilho
A cincha no osso do peito
Enfrenado em lua certa
E arrocina do apreceito
Qualquer rancho é um postal
Com ele no parapeito

Nas festas da gauchada
Emprestado da fazenda
Seu trote é um vôo de garça
Ao selim que faz legenda
Tosado de cogodilho
Para o andar de uma prenda

Dizem que o mar é um tordilho
Se não é quem dera fosse
Quando um raio se despenca
É um baio que desgarrou-se
Pois meu tordilho vinagre
Nasceu do vinho mais doce

Sendo de pelo tordilho
Não existe outro regalo
Melhor ponteiro de tropa
Um peão dá de à cavalo
Engolindo os horizontes
Assim me gusta de um pealo

Enquanto o verso gaucho
Cantar pingos nos lombilhos
Esses parceiros de lida
Legado de pai pra filho
Segue o Rio Grande à cavalo
Sobre o lombo de um tordilho