Rosal

Rosal
(Guilherme Collares, Edilberto Bérgamo)

Nasce a flor branca de outubro
No rosal de uma tapera
Hóstia adornando de insenso
O templo do que já era

Flor benfazeja de ausência
Triste flor da primavera
Florindo a dor dos silêncios
Como em ressábios de espera

Contando em branca ternura
Da flor que por lá viveu
Que vicejou pura e bela
E de tristeza, morreu

Perdida de amor e angústia
Por quem não soube o seu mal
E renasce em primavera
Na branca flor de um rosal

E abre ao sol de um poente
Aromando toda a dor
Que, ao redor, se faz presente
Por quem sente seu amor

Como estrela mensageira
Que alumbra e que desfaz
Deixa pétalas de vida
Por cada gota de sal

E perece em primavera
Na branca flor de um rosal


Intérprete: Joca Martins

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