Vidalera de Cismas

Vidalera de Cismas
(Xirú Antunes, Robledo Martins)

Se perguntarem de onde venho
Venho rastreando a historia
Repisando trajetórias
Com geografias e ventos
E a mim me agradam os argumentos
Que os pajonais oferecem
Missais que fulguram preces
Desfiadas no entardecer
Então eu começo a entender
As cismas que me aparecem

Vidala das minhas cismas
Aroma dos meus recuerdos
Consciência que carrego
Redescobrindo argumentos

Eu tenho um coração
Que já vem de casta antiga
Um coração fogoneiro
Arabesco e cantor

Da terra branca dos mouros
Aos verdes continentinos
Meu coração vidalero
Meu coração payador

Meu coração é de barro
De luas madeiras e sonhos
Mesmo céu destas fronteiras
Pó das varridas dos ranchos

Coração americano
De Guevara a Martin Fierro
De Neruda ao Caetano
O profeta missioneiro

Coração que bate forte
Pulsando as ânsias da terra
No peito de um teatino
Meu coração é um poeta

Por mais que ande buscando
Um lugar onde parar
Alguém de olhos cativos
Um cativeiro no olhar

Meu coração guarany
Não se cansa de cismar
Já sabe que seu destino
É andar cantar e sonhar

Vidala das minhas cismas
Aroma dos meus recuerdos


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