Rodeio Dos Ventos
(Marcelo D’Ávila, Aline Ribas)
Quando a cruz dobrou a lança
À sombra da catedral,
Vergada ao peso das preces
Morreu a crença ancestral.
O europeu cravou bandeira
No coração guarani
Profanando o ventre fértil
Da Grande Mãe Nhandecy.
Tupã conjurou seus ventos
Nesta luta desparelha
Cobrindo o céu das Missões
Com o pó da terra vermelha.
Tal qual inúbia de guerra
Num sonoro chamamento
Ergueu-se o sopro bravio
Deste Rodeio dos Ventos.
O tempo seguiu seu rumo
Nas patas ágeis de um flete:
O inimigo agora é outro
Mas a história se repete.
Quem sabe dobrem os sinos
Nos altos dos campanários
Pra evocar, noutro rodeio,
Novos ventos libertários.
Intérprete:
Grupo Mas Bah
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