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Pra Libertar A Milonga

Pra Libertar A Milonga
(Marcelo D´Ávila, Geovani Silveira)

Trancei as crinas do flete
Pra acordoar a guitarra
Que a milonga tinha pressa
De romper suas amarras.

Campeei nos fundos de campo
Os segredos das taperas
Que a milonga se assoleava
Com a solidão das esperas.

Busquei nos rumos do pampa
O motivo das demoras
Pra libertar a milonga
Da rigidez das esporas.

Reculutei meus silêncios
E repensei os meus planos
E a milonga voou livre
No sopro do Minuano.

Montei no lombo do tempo
Tendo o vento por sinuelo
E galopei campo afora
Com a milonga nos peçuelos.


Intérprete: Mauricio Oliveira

Proseando

Proseando
(Marcelo D'Ávila, Telmo Vasconcelos, Clóvis de Souza)

Pulpeiro, me serve um liso
Que ando sovado da lida
Um bom cavalo é preciso
Quando a estrada é comprida

Venho apanhando faz tempo
E a vida descolorida
Não cuida, nem faz de conta
De amadrinhar as feridas

Solito, vou refletindo
Que o mundo roda ligeiro
Que falta faz um cavalo
Bueno de rédea e parceiro

Pulpeiro, me serve um liso
Que ando sovado da lida
Um bom cavalo é preciso
Quando a estrada é comprida

Pulpeiro, venho cansado
Levando o mundo nos ombros
Não tenho folga e ninguém
Que amacie os meus tombos

Trago o lombo calejado
Das rodadas repetidas
Que falta faz um cavalo
Quando a estrada é comprida


Intérprete: Maurício Oliveira, Clóvis Souza e Marciano Reis Filho

Molduras

Molduras
(Rafael Souza, André Ventimiglia)

Molduras que o tempo reservou como lembranças
Para serem marco sobre os alicerces da vida..
Para simbolizarem todas as batalhas vencidas
Sem conterem valores são estimadas como relíquias

Molduras antigas guardadas com sabedoria
Como fonte de visagem pra quem busca guaria
Nas simples imagens que retratam toda uma vida
Seja para trazer o pranto, saudade ou alegria...

Pois estas molduras que falo podem até mesmo revelar
Certas coisas escondidas que não podemos enxergar
Falsos sorrisos que servem somente para agradar
Em certos momentos de conveniência para nos enganar

Pois não é fácil retratar o que não podemos tocar
Como a inveja e a ganancia que vivem a nos rondar
Somente as molduras pode tentar adivinhar
Quando a verdadeira amizade esta á florar

Estas molduras que falo são obras divinas
Em formas de espelho da alma pura e cristalina
Que servem de atalhos para a trilha vasta da vida
Olhos que nos guiam sempre até a nossa partida...

Tranqueador


Tranqueador
(Marcelo Holmos, Mauricio Oliveira)

Por sina changueira, conheço a volteada...
E muito carancho, que ao sair do rancho
Bombeia a ramada... A pobre secando,
E o taura contando uma linda aflorada.

De rédeas na mão, tranqueio manso...
Mantendo o compasso e prestando atenção.
Tudo pra perder a experiência,
Que há na decorrência... por sobre o lombo da estrada.

Dá varias rodadas
Um bom aprendiz...
Por isso, hoje atesto!
Quem guarda o protesto
Bem sabe o que diz.

Andei por ai, refugando freio...
Se agora o meu gesto, mero manifesto,
Demonstra receio... É porque titubeando
Andei galopeando e o tombo foi feio.

De rédeas na mão, tranqueio manso...
Se às vezes me passo e saio de mim!
Desculpe-me “hermano”, mas sou ser humano
(E a vida é assim)...