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JOÃO CÂNDIDO, ALMIRANTE NEGRO


TÍTULO
JOÃO CÂNDIDO, ALMIRANTE NEGRO
COMPOSITORES
LETRA
MARCELO D’ÁVILA
MÚSICA
TELMO VASCONCELOS
ROBLEDO MARTINS
INTÉRPRETE
KAKO XAVIER
TRIBO MAÇAMBIQUEIRA
RITMO
IJEXÁ/MAÇAMBIQUE
CD/LP
29ª MOENDA DA CANÇÃO
FESTIVAL
29ª MOENDA DA CANÇÃO
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


JOÃO CÂNDIDO, ALMIRANTE NEGRO
(Marcelo D’Ávila, Telmo Vasconcelos, Robledo Martins)

O sangue jorrava das peles escuras
Tingindo de rubro o convés das fragatas
E o sal do suor queimava a amargura
Das chagas abertas por fome e chibata

E o João que lutava pela liberdade
Foi João, foi Miguel, foi Silva, foi tantos...
Guerreiros da raça, sem rumo ou guarida
Perdidos na proa, nos seus desencantos

Armados nas barras dos encouraçados
Os negros, suas guias e seus orixás;
E o João castigado de açoite e vergonha
Lutou por justiça e direitos iguais.

Nas cândidas águas da azul Guanabara
O João foi buscar respeito e desforra
E o sonho vencido pela tirania
Nasceu novamente no frio das masmorras

O sangue do sul corria nas veias
E o ardor libertário do pago distante
Em vez de coxilhas, no mar das sereias,
O filho de escravos se fez Almirante


Proseando

Proseando
(Marcelo D'Ávila, Telmo Vasconcelos, Clóvis de Souza)

Pulpeiro, me serve um liso
Que ando sovado da lida
Um bom cavalo é preciso
Quando a estrada é comprida

Venho apanhando faz tempo
E a vida descolorida
Não cuida, nem faz de conta
De amadrinhar as feridas

Solito, vou refletindo
Que o mundo roda ligeiro
Que falta faz um cavalo
Bueno de rédea e parceiro

Pulpeiro, me serve um liso
Que ando sovado da lida
Um bom cavalo é preciso
Quando a estrada é comprida

Pulpeiro, venho cansado
Levando o mundo nos ombros
Não tenho folga e ninguém
Que amacie os meus tombos

Trago o lombo calejado
Das rodadas repetidas
Que falta faz um cavalo
Quando a estrada é comprida


Intérprete: Maurício Oliveira, Clóvis Souza e Marciano Reis Filho