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Costumes Missioneiros


Costumes Missioneiros
(Noel Guarany, Jayme Caetano Braun)   
     
Vou dizer como é a vida
Dos índios lá do meu pago
Levantam de madrugada
Prá prosear e tomar um amargo
Nem bem clareia o dia
E cada qual nos seus encargos

Domingo encilho o pingo
Bem cedo, de madrugada
E saio a galopito
Visitar minha namorada
Esse e um costume que eu tenho
Quando não ando em tropeada

Em maio nas marcações
Eu sempre dou mostra do braço
Pealando de sobre-lombo
E laçando de todo o laço
"Inté" eu mesmo me admiro
Das gauchadas que eu faço

Por isso faz recordar
Dos pagos da Bossoroca
Onde a galinha não canta
E o tatu não sai da toca
E o campo santo tá aberto
Prá aquele que me provoca

E também faz recordar
Dos pagos de Itaroquém
Daqueles campos tão finos
Que nem macegas não tem
Que as velhas de mim tem raiva
E as moças me querem bem

De todas estas coisas lindas
Que existem no meu rincão
Várzeas, coxilhas infindas
Algo de admiração
Tomara que eu sempre viva
Prá bem dizer o meu chão.

Meus Dois Amigos

Meus Dois Amigos
(Jayme Caetano Braun, Noel Guarany)
     
Um zaino negro de pechar num touro
Bem na paleta e de cruzar por cima
E cabresteando no costado o mouro
Mais agarrado do que amor de prima

O zaino é manso do andar das chinas
O mouro é quebra e só respeita o dono
Mas são dois cuscos sacudindo as crinas
Que até nem dormem prá cuidar meu sono

O mouro é um tigre de escorar num upa
Até um turuno num aperto bravo
De levantar um rancho na garupa
De manotear se for preciso o diabo

Não tenho pressa porque sei que chego
Ao fim da estrada de gaúcho touro
De dia ao trote do meu zaino negro
De noite ao tranco no meu pingo mouro.

Meu Pingo

Meu Pingo
(Luiz Marenco, Jayme Caetano Braun)

O pingo do meu arreio fui eu mesmo que domei
Arrocinei, enfrenei, no estilo do pastoreio
Mestre de cancha e rodeio, gateado de toda crina
Fogo aceso na retina, que jamais apaga o brilho
É o cavalo que eu encilho, nos dias de ver a china

Me espicho ao trote chasqueiro, numa toadita de ronda
Bombeando a lua redonda daquelas de corpo inteiro
Talareando o parelheiro, que não precisa de pua
Nesta comunhão charrua, entre o gaúcho e o pingo
Que adivinha que é domingo, e vou rever a chirua

Ele conhece o caminho, das outras vezes que veio
E vai atirando o freio, no rumo certo do ninho
E eu me tapo de carinho, o coração corcoveando
Meio tonto imaginando, um beijo de amor sincero
E não falta um quero-quero, pra avisar que vou chegando

Bailes do Boqueirão

Bailes do Boqueirão
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Nos bailes do boqueirão não tem de mamãe não gosta
Depois que a chirua encosta só que aparte com facão

Nos bailes do boqueirão sem espora ninguém dança
E toda e qualquer lambança se decide no facão

Nos bailes do boqueirão candeeiro de querosena
Gateada, ruiva e morena a gente amansa a tirão

Nos bailes do boqueirão com cordeona de oito baixo
A fêmea que agarra o macho e é proibido carão

Nos bailes do boqueirão não tem de mamãe não gosta
Depois que a chirua encosta só que aparte com facão

Nos bailes do boqueirão nunca se muda de rima
O mais fraco vai por cima e o mais forte anda no chão

Nos bailes do boqueirão ninguém é dono de china
E o causo sempre termina num sururu de facão

Nos bailes do boqueirão com cordeona de oito baixo
A fêmea que agarra o macho e é proibido carão

Nos bailes do boqueirão não tem de mamãe não gosta
Depois que a chirua encosta só que aparte com facão

Nos bailes do boqueirão quando o candeeiro termina
Apenas o olhar da china serve de iluminação

Nos bailes do boqueirão sempre que dá um tempo feio
O taio de palmo e meio é menor que um beliscão

Nos bailes do boqueirão com cordeona de oito baixo
A fêmea que agarra o macho e é proibido carão

Nos bailes do boqueirão não tem de mamãe não gosta
Depois que a chirua encosta só que aparte com facão


Payada Do Ano Novo

Payada Do Ano Novo
(Jayme Caetano Braun)

Feliz Ano Novo - indiada,
Feliz Ano Novo - gente,
É a maneira reverente
De iniciar esta payada,
Nesta hora iluminada
De pátria e de melodia
E o payador se arrepia
De tradição campesina
Na primeira sabatina
Do ano que principia!

Cerimônia não preciso
Para cantar - quando falo,
Porque nasci de a cavalo
No lombo de um improviso,
Canto até o dia do juízo
No estilo missioneiro
E o meu verso galponeiro
Dispensa qualquer prefácio,
Tanto entra num palácio
Como num rancho posteiro!

O Ano Novo - parido,
Anda aí - fazendo as suas,
Pelos campos - pelas ruas,
Potrilho recém lambido,
Inda não tem apelido
Porque é meio bagualão,
Difícil de dar a mão
E bombeando desconfiado
Como china de soldado
Em tempo de "prontidão"!

Os homens do mundo inteiro
Fizeram ajuntamento
Pra assistir o nascimento
Desse piazito janeiro
E aqui no pago campeiro
Toda a indiada se reuniu
E reverente - assistiu,
Com ternura - com afinco,
Pra ver o "noventa e cinco"
Que a noite grande pariu!

Aqui no povo - as famílias,
Fazem o tal "reveillon",
Mas lá no campo - onde o som
É o do vento nas flexilhas,
Nós só fazemos vigílias
Quando se reúne a pionada,
Na volta da madrugada
Ouviu-se um berro de touro,
O ano macho - em vez de choro,
Já nasceu dando risada!

Sendo macho - é sempre assim,
Já nasce enrugando a testa,
Porque não vem pra festa
"De circo de borlantim";
- Esse vai ser de cupim,
Gritava um índio de lá,
Vai ser "buerana" esse piá,
Se não der urucubaca,
Umbigo cortado a faca
E enleado num xiripá!

Eu ia bobeando o céu
Na hora do nascimento
E ouvindo o choro do vento
Num barbaresco te-déum,
Depois - tapiei o chapéu,
Meio pra espantar o sono,
Memoriando - com entono,
Do índio da timbaúva
Que Ano Novo é como chuva,
Não tem patrão e nem dono!

Entre um trago e um amargo,
Recostado num esteio,
Bombeava o piazito feio,
Mas taluda - sem embargo,
Sentindo no campo largo
Cheiro de pasto e incenso
Naquele desejo imenso
De que este ano que nasce
Faça que o homem se abrace
No amor da paz e o bom-senso!

Isso é um sonho, talvez seja,
Do payador que improvisa,
Mas um sonho se realiza
Se - com fé - a gente o deseja,
Mas - pra mim - que tenho a igreja
No altar da geografia,
Guardo essa filosofia
De cruzador sem parança,
Se não houvesse esperança
Tudo que é pobre morria!

Mas vou dar uma cruzada
Lá pras bandas de São Luiz,
Onde deixei a raiz
Pra todo o sempre encravada,
Terra santa - colorada,
De sangue guasca tingida,
Terra mil vezes querida
Morada de São Sepé,
Ali onde a indiada de fé
Nasce com a alma encardida!

Cruzando o Piratiny
Vou ver as pedras no fundo,
Santo pedaço de mundo
Que deixei - mas não perdi,
Voltar de novo a guri,
À infância e adolescência,
Rever de novo a querência,
Num verdejo espiritual,
Meu velho pago natal
Onde mamei inocência!

Depois - seguir olfateando
Os recuerdos de criança,
Procurando a sombra mansa
Onde me criei tropeando
E - logo adiante - cruzando
No Passo da Laranjeira,
Lá onde uma bugra parteira,
Segundo o ritual antigo,
Fez enterrar meu umbigo
Na raiz duma figueira!

Depois - matar a saudade,
Se é que a saudade se mata,
Bombeando a lua de prata
Tropeando na imensidade,
A infância e a mocidade
E as ânsias deste índio cuera
E as flores da primavera
Que - sem querer - esmaguei
E os sonhos que não domei
Lá no "rincão da tapera"!

Mas paro - porque a emoção
Já me fez perder a calma,
Tenho urumbevas na alma
E um cerro no coração,
Há um chamado de amplidão
Que para longe me toca
Atração que convoca
De acordo com as velhas leis
Vou dançar ternos de reis
Nos ranchos da bossoroca!

Final De Seca

Final De Seca
(Jayme Caetano Braun, Leonel Gomez)

Prás bandas do poente, ergueu-se uma barra
Calou-se a cigarra, assim de repente
E um som diferente, ponteou de guitarra

Lá longe bem longe, faísca e troveja
Silêncio de igreja, com ecos de bronze
Nas preces do monge, no amém do assim seja

Tropeando a lonjura, o tempo que berra
Farejo mais serra que o vento procura
E a chuva madura traz cheiro de terra
O tempo desaba, o mundo se adoça
Na água que empoça, mais mansa ou mais braba
A seca se acaba, e tudo remoça

Nas almas sedentas, não é diferente
As barras do poente, que se erguem violentas
Depois das tormentas, acalmam a gente
Se as safras perdidas, tivessem gargantas
Podiam ser santas, da searas da vida
São tão parecidas, as almas e as plantas

Tropeando a lonjura, o tempo que berra
Farejo mais serra que o vento procura
E a chuva madura traz cheiro de terra
O tempo desaba, o mundo se adoça
Na água que empoça, mais mansa ou mais braba
A seca se acaba, e tudo remoça

Talvez Algum Dia

Talvez Algum Dia
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Talvez, talvez algum dia eu possa voltar, ao pago bendito
Talvez, talvez num domingo
Me chegue ao tranquito do flete lobuno
Ao pago querido, talvez num domingo

Talvez, talvez imagine, o rancho posteiro solito no campo
Tapado de cores, o aroma das flores entrando nas frinchas
E a deusa do templo com tento nas quinchas
Saindo à janela pra ouvir os cantores

Talvez, talvez até o vento me fale do tempo
Pra sempre perdido, talvez as chilenas
Conversem comigo, de sonhos e penas

Talvez, talvez no açude de taipa rombada
As garças serenas sonhando lonjuras
Reflitam figuras nas ondas pequenas

Talvez, talvez no arvoredo de marcas antigas
As próprias formigas me contem segredos
Talvez num domingo, talvez num domingo

Eu passe na frente do rancho perdido
Falando somente com o tempo e o pingo
Depois dê de rédeas, ao nunca do olvido
Talvez num domingo, talvez num domingo

Talvez, talvez até o vento me fale do tempo
Pra sempre perdido, talvez as chilenas
Conversem comigo, de sonhos e penas

Talvez, talvez no açude de taipa rombada
As garças serenas sonhando lonjuras
Reflitam figuras nas ondas pequenas

Talvez, eu passe na frente do rancho perdido
Falando somente com o tempo e o pingo
Talvez num domingo, talvez num domingo

À Moda Martín Fierro

À Moda Martín Fierro
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Aqui me ponho a cantar
Ao compasso da guitarra
Que o índio que se desgarra
Nunca mais pode parar
Viver é contrapontear
Na tristeza onde se atola
Sem jamais pedir esmola
Nem carinho, nem perdão,
Pois abrindo o coração
É que o guasca se consola

E adonde venho respondo:
Sou da pampa e do varzedo
Guri criado sem medo
De cobra ou de marimbondo
Eu sei que o mundo é redondo
No seu arrodear sem fim
Índio pobre, e mesmo assim
Me alimento com meu canto
Tantos são donos de tanto
Ninguém é dono de mim

Talvez por ser prisioneiro
Das ânsias e rebeldias
De andar as noites e os dias
Rondando como tropeiro
Talvez por ser guitarrero
Criado sem protocolo
Desde que mamei no colo
Da mama bugra campeira
Trago a alma prisioneira
Das coisas que vêm do solo

Enquanto houver um paisano
Que ponteie uma guitarra
Enquanto houver uma garra
No lombo de um orelhano
Enquanto houver um pampeano
Guardando o sagrado estilo
Eu hei de seguir tranqüilo
Sem galopear, não me apuro
Porque quanto mais escuro
Mais claro é o canto do grilo

E quando eu me for, indiada,
Não quero mágoa nem choro
Não vai fazer falta um touro
Há tantos nesta invernada
Um 'Deus te salve', mais nada
Quando souberem: morreu
Já podem saber que eu
Que esbanjei tantos carinhos
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu

Meus Amores

Meus Amores
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Dentre os amores que eu tenho,
O pingo, a china e o pago
E esta guitarra que trago
Das origens de onde venho

E o poncho, toldo cigano,
Que balanceia nas ancas
Do pingo gateado ruano
Malacara, patas brancas...

No rancho sobre a coxilha
Contemplando a várzea infinda
Tenho a xirua mais linda
Do que flor da maçanilha

Deixa que a lua se estenda
E o mundo fica pequeno
Enquanto bebo o sereno
Nos lábios da minha prenda

Nesta tropeada reiúna
A cãibra do freio é um norte
E apenas bendigo a sorte
Que me deu tanta fortuna

É a sina dos cruzadores
Andar caminhos sem fim
Sou dono dos meus amores
Ninguém é dono de mim...

No rancho sobre a coxilha
Contemplando a várzea infinda
Tenho a xirua mais linda
Do que flor da maçanilha

Deixa que a lua se estenda
E o mundo fica pequeno
Enquanto bebo o sereno
Nos lábios da minha prenda

Mis Amores

Mis Amores
Versão: Martim César Gonçalves
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Los amores que yo tengo
El flete, la china, y el pago
Y esta guitarra que traigo
Del suelo de donde vengo

Y el poncho toldo gitano
Que se balanza en las ancas
Del flete gateado ruano
Malacara, patas blancas

Num rancho sobre la sierra
Contemplando las estrellas
Tengo una china mas bella
Que las flores de mi tierra

Dejo la luna alumbrando
Su plateado en algún rio
Mientras yo bebo el rocio
En los labios de la que amo

Desta tropilla reyuna
My flete elije el camino
Y yo bendigo al destino
Que me dio tanta fortuna

Es vida de cruzadores
Andar caminos sin freno
Soy dueño de mis amores
Pero ninguno es mi dueño

Num rancho sobre la sierra
Contemplando las estrellas
Tengo una china mas bella
Que las flores de mi tierra

Dejo la luna alumbrando
Su plateado en algún rio
Mientras yo bebo el rocio
En los labios de la que amo

Bailongo no Mato Grande

Bailongo no Mato Grande
(Jayme Caetano Braun, Lucio Yanel)

Um par se vem
Outro se vai, outro que fica
E a gaita louca se desmancha no salcero
Salta faísca com fumaça de candeeiro
Que reberbera no cabelo da marica.

 
A gaita velha muitas vezes é culpada
Do diz que diz que dos cochichos e segredos
Mas o gaiteiro faz de conta e não diz nada
Porque ele sabe que os culpados são os dedos. 


De cada china cada olhar é uma aripuca
Promessa linda que tonteia quando chama
Na vanerita que se adoça e se derrama
Um céu de estrelas nas pupilas da maruca.


Um galo canta, um cusco acoa, um touro berra
E na penumbra a parceira se abaguala
O chinaredo farejou cheiro de terra
E há uma neblina galopeando pela sala.


E a gaita xucra se aveluda, 
Depois se amansa num soluço de ansiedade
E anda nos ares gaguejando uma saudade
Não há quem saiba de onde vem tanta ternura.

Estrela D'alva

Estrela D'alva
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco)

Parece até que esta estrela
Que adoro desde criança
Deus deixou pra vaca mansa,
Da estância do céu sinuela
Sempre me comovo ao vê-la,
Tão luminosa, tão bela
Atravessando a cancela
Do céu que muda de cor
Anunciando ao mateador
Que o dia vem de atrás dela

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Cada manhã que te vejo,
Velha Estrela D'alva eu sinto
Aquele bárbaro instinto
Que fez do guasca o andejo
E um incontido desejo
De andar caminho e coxilha
Rastreando a indiada andarilha
Que a lo largo se perdeu
E morrendo renasceu
Pra ser pendão de flechilha

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
E aqui me paro a pensar
Do que a pouco ouvi dizer
Que é necessário aprender
Para depois ensinar
Pois por mais rudimentar,
Que seja o ensinamento
Cada frase é como um tento
Que precisa ser lonqueado,
E depois bem desquinado
Para trançar um sentimento

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora

Às vezes sinto na alma
Que nunca mais eu me aprumo
Se um dia eu perder o rumo
Do clarão da Estrela D'alva


Enviada por Lutiani Espelocin

Milonga de Tres Banderas

Milonga de Tres Banderas
(Jayme Caetano Braum, Noel Guarany)

Vieja milonga pampeana
Hija de llanos y vientos,
Chiruza de cuatro alientos
De la tierra Americana;
Vieja milonga paisana
De los montes y praderas,
Tus mensajes galponeras
Trenzaran en la oración
Al pié del mismo fogón
Los gauchos de tres banderas.

Brasileño y Oriental,
Rio-Grandense y Argentino,
Piedras del mismo camino,
Aguas del mismo caudal,
Hicieran, de tu señal,
Himnos de patria y clarin,
Hasta el mas hondo confin,
Bajo el cielo americano,
De Osório-Artigas-Belgramo,
Madariaga y San Martín!

A tu conjuro peliaran,
Vieja milonga machaza
Los centauros de mi raza
Que al más allá se marcharan
Y las hembras te besaran
Con cariño y con amor
Cuando en la guitarra flor,
Enriedada en el coraje,
Fuiste un llamado salvaje
Al corazón del cantor!

Milonga - poncho y facón,
Calandria pampa y lucero,
Grito machazo del tero,
Calor de hogar y fogón,
Milonga del redomón,
Llevando pátria en las ancas,
Milonga de las potrancas
Milonga de las congojas
Milonga divizas rojas,
Milonga divizas blancas.

Blanco y azules pañuelos,
Celeste verde amarillos,
Milonga de los caudillos
Que hilvanaran nuestros suelos,
Milonga de los abuelos
De las cepas cimarronas,
Milonga de las lloronas
Repiquetiando de lejos,
Milonga de los reflejos
En las trenzas de las peonas.

Martín Fierro - El Viejo Pancho,
Blau Nunes y Santo Vega,
Tu sonido gaucho llega
Parido del mismo rancho
a lo largo y a lo ancho
Dibuja el suelo patrício
Cuando el payador de ofício
Repunta en vuelo bizarro,
Lanceros de Canabarro,
Rastreadores de Aparício.

Con tu sonido encadenas
Nel mismo pampa dialecto,
Antonio de Souza Neto,
Poncho - lanza y nazarenas,
Milonga sangre en las venas
De la história que se aleja,
Legenda de pátria vieja
Que hizo del cielo diviza
Con Justo José de Urquiza,
Juan Antonio Lavalleja.

Milonga de tres colores
Punteada en cuerdas de acero,
Cuando el último jilguero
Ensaya sus estertores,
Nosotros los payadores,
De la tradoción campera,
Saldremos a campo fuera,
Por los ranchos y fogones,
Tartamudeando oraciones
Para que el gaucho no morrera.

Pero el jamás murirá,
Gaucho no puede morir,
Es ajes y el porvenir,
Lo que fué y lo vendrá,
La lanza y el chiripá
Podran quedar nel repecho,
Pero - libertad e derecho,
Dignidad y gaucheria,
El patriotismo y la hombria
Los guardamos en el pecho.

Milonga de tres banderas,
Templada por manos rudas,
Mensaje de Dios, sin dudas
Sin cadenas ni fronteras,
Mañana por las praderas
Quando el sol gaucho se ponga
El viento pampa resonga
Con su guitarra de estrellas

Haciendo pátria con ella
Pues donde hay pátria, hay milonga.



Colaboração de LUTIANI ESPELOCIN, gracias pela Milonga!!!

Mãezinha

Mãezinha
(Jayme Caetano Braun)

Estrela d'alva que ilumina a vida
Pelo fulgor que tem doçura e brilho
Nada é mais santo do que a mãe querida
Quando abre os lábios pra dizer: meu filho

Eu peço a Deus que possa sempre tê-la
Pois ela é vida que também é minha
O céu da noite tem por deusa a estrela
Mas no meu céu a estrela és tu mãezinha!