Costumes Missioneiros
(Noel
Guarany, Jayme Caetano Braun)
Vou
dizer como é a vida
Dos
índios lá do meu pago
Levantam
de madrugada
Prá
prosear e tomar um amargo
Nem
bem clareia o dia
E
cada qual nos seus encargos
Domingo
encilho o pingo
Bem
cedo, de madrugada
E
saio a galopito
Visitar
minha namorada
Esse
e um costume que eu tenho
Quando
não ando em tropeada
Em
maio nas marcações
Eu
sempre dou mostra do braço
Pealando
de sobre-lombo
E
laçando de todo o laço
"Inté"
eu mesmo me admiro
Das
gauchadas que eu faço
Por
isso faz recordar
Dos
pagos da Bossoroca
Onde
a galinha não canta
E
o tatu não sai da toca
E
o campo santo tá aberto
Prá
aquele que me provoca
E
também faz recordar
Dos
pagos de Itaroquém
Daqueles
campos tão finos
Que
nem macegas não tem
Que
as velhas de mim tem raiva
E
as moças me querem bem
De
todas estas coisas lindas
Que
existem no meu rincão
Várzeas,
coxilhas infindas
Algo
de admiração
Tomara
que eu sempre viva
Prá
bem dizer o meu chão.