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CAMPESINA TRIGUEIRA

 

TÍTULO

CAMPESINA TRIGUEIRA

COMPOSITORES

LETRA

MAURO MORAES

MÚSICA

SÉRGIO ROJAS

INTÉRPRETE

ORISTELA ALVES

RITMO

VALSA

CD/LP

14ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA

ORISTELA ALVES

FESTIVAL

14ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA


CAMPESINA TRIGUEIRA
(Mauro Moraes, Sérgio Rojas)

Livre como um rio
Sigo a correnteza
Mas me sinto presa
Às razões do meu partir

Livre como as nuvens
Sigo a ventania
Que me fez um dia
Chuva morna pra cair

Sou campesina trigueira
Sou carícia das acácias
Luz do campo em pirilampos
Sesmarias de mata

Sou abelha do espinilho
Mel de flores amarelas
Flores lindas, flores belas
Dourado pólen rebrilho

TRILHAS

TÍTULO
TRILHAS
COMPOSITORES
LETRA
CIDE GUEZ
MÚSICA
CIDE GUEZ
INTÉRPRETE
ORISTELA ALVES
ANA MARIA VELLO
RITMO
RANCHEIRA
CD/LP
08ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
08ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


TRILHAS
(Cide Guez)

Nas trilhas que andei
Ficou no meu rastro
A marca dos cascos
No chão das estradas
Não deixei feridos
Nem marcas de espinhos
Nem cruz nos caminhos
Da minha jornada

Se noite adentro me perco
Num manto de escuridão
Me acho depressa num upa
Na luz de um fogo de chão
Seguindo ao sabor do trote
No peito canções de amor
Se tiver pressa galopo
Nas asas de um beija-flor

Eu quero que brotem
Por todas as trilhas
Sementes de trégua
De paz e perdão
Prá todos aqueles
Que ainda procuram
No fio de uma adaga
A voz da razão

JOÃO SEM MEDO


TÍTULO
JOÃO SEM MEDO
COMPOSITORES
LETRA
KENELMO ALVES
MÚSICA
FRANCISCO ALVES
INTÉRPRETE
ORISTELA ALVES
OS URUCHÊS
RITMO
CD/LP
07ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
07ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


JOÃO SEM MEDO
(Kenelmo Alves, Francisco Alves)

Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu

Se ele é boi, e não é zebu
Será o tal de Boi Tatá?
Salta fogo dos seus olhos
Salta chispas do focinho
Vou chegando de mansinho
Pra ele não me atropela

Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu

Vou chegando mais pra perto
E esse fogo não se paga
Já não sei se estou bem certo
Pela cruz da minha adaga
Já cacei um lobisomem
Lacei mula sem cabeça
Se eu não pego o bicho some
Antes que o sol apareça

Olha o bicho
Tá me espiando
Olha o bicho que tá me espiando
De traz do umbu
Do couro da cobra grande
Fiz um laço bem trançado
Pra laçar o boi de fogo
Lá do umbu amaldiçoado
Não tenho medo do diabo
Nem dos chifres retorcidos
Da carne faço guisado
Dos ossos faço fervido



Comunicado

Comunicado
(Francisco Alves, Sílvio Aymone Genro)

Atenção, no interior
Nico Changueiro, onde se encontrar
Peço que venhas ou mande dinheiro
Quem ouvir esse, favor avisa

É a livreta do armazém, é o remédio prá comprar
É um piá que não passa bem, é outro que vai chegar
É o dono do terreno, que ameaça outra vez
É mais um fim de mês, são as contas prá pagar
É a vida a lhe cobrar, sempre mais suor e vintém
E o mundo a lhe negar as poucas chances que tem, que tem

No aviso do rádio, a verdade crua,
Na cidade fria, a saudade tua
Na visão amarga, do filho da rua
A ilusão se apaga e a vida continua
A ilusão se apaga e a vida continua

Atenção, no interior
Nico Changueiro, onde se encontrar
Peço que venhas ou mande dinheiro
Quem ouvir esse, favor avisar

É a livreta do armazém, é o remédio prá comprar
É um piá que não passa bem, é outro que vai chegar
É o dono do terreno, que ameaça outra vez
É mais um fim de mês, são as contas prá pagar
É a vida a lhe cobrar, sempre mais suor e vintém
E o mundo a lhe negar as poucas chances que tem, que tem

No aviso do rádio, a verdade crua
Na cidade fria, a saudade tua
Na visão amarga, do filho da rua
A ilusão se apaga e a vida continua
A ilusão se apaga e a vida continua

Na eterna esperança, de melhores dias
Beijos das crianças, abraços... Maria


Intérprete: Oristela Alves

Um Canto Para O Dia

Um Canto Para O Dia
(Ernani Amaro Oliveira)

Um naco de um sol de ouro
Dourando a copa do angico
Pé por pé se levantando
Pra acordar o tico-tico

É o frescor da madrugada
E a passarada já se assanha
E o sereno em gotas de prata
Enfeita teia de aranha

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia começou

Metade de um sol vermelho
Listrando o céu na planura
Agachando-se matreiro
Que nem sorro em noite escura

É a tarde, é o caminheiro
Que vai chegando à pousada
Tem mate e churrasco quente
Pra seguir na madrugada

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia continuou

Um quarto de lua fria
Iluminando a coxilha
Que filtrada mais se enfeita
Nos cabelos da flechilha

E a noite, pra ser encolhida
Um causo, uma gauchada
E o fogo comendo a lenha
No sorriso da peonada

Sol, lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia terminou

A Flor Do Chamamé

A Flor Do Chamamé
(Vinicius Brum, Luiz Carlos Borges, Alegre Corrêa)

Quando a barca do silêncio
Cruza as águas frias do teu coração
Quando a lua empalidece
E as palavras fogem para imensidão

Quando já não resta nada
Nem cegueira nem visão
Quando a queda do teu pranto
Perder a razão

Quando as cores da paisagem
Vestem de saudade tua oração
Repetindo em cada passo
O tempo da memória, o tempo da canção

Quando andares pela casa
Nua, feito assombração
E tua vela solitária
Arder na escuridão

Talvez fique gravada
No livro a branca voz
Lágrima perdida, lua comovida
Que sobrou de nós

O espelho se quebrou
Mas não perdeu a fé
O amor ainda existe
Quando chora triste
A flor do chamamé


Tia Corrucha

Tia Corrucha
(Antonio Carlos Machado, Luiz Bastos)

Pele preta, carapinha já tordilha
Traz na veia o sangue forte da gaúcha
Ana Terra destes tempos, vai passando
Mãe de muitos, vó de tantos...Tia Corrucha

Sua mão de palma branca e dorso negro
Cabecinha de criança enterneceu
Em seu colo doce e quente se aninhavam
Filhos brancos doutros ventres, não do seu

Quando moça gerou filhos, correu mundo
E varou de ponta a ponta estes rincões
Quitandeou, arrumou festas para os outros
Passou a vida conquistando corações

Aos oitenta, o anjo negro é como o cerne
É a velha timbaúva que não tomba
Tia Corrucha bate forte suas chinelas
E tem a alma limpa e pura como a pomba


Galopada


Galopada
(Knelmo Alves, Francisco Alves)

Debrucei-me na janela
Noite linda enluarada
Na brisa o perfume dela
A distância não é nada

Não é nada essa distância
Essa distância não é nada
Mas por que toda essa ânsia
De chegar antes que a estrada

Madrugada vai-te embora
Deixa que o dia apareça
P’ra eu sair estrada fora
Antes que ela me esqueça
Vou saindo estrada afora
Minha alma desespera

Upa, Upa, meu cavalo que a saudade não espera
Upa, upa, meu cavalo que a saudade não espera

Nas patas do meu cavalo
Corre louca uma saudade
Na pampa, verde esperança
Trança minha felicidade

Madrugada vai-te embora
Deixa que o dia apareça
P’ra eu sair estrada fora
Antes que ela me esqueça
Vou saindo estrada fora
Minha alma desespera

Upa, Upa, meu cavalo que a saudade não espera
Upa, upa, meu cavalo que a saudade não espera



Décima do Candinho Bicharedo

Décima do Candinho Bicharedo
(Francisco Alves)

Toda mentira pode ser verdade
Toda verdade pode ser mentira
Candinho enganou a vida
E partiu mentindo pra eternidade

"Eu vim pra contar a estória
De alguém que já morreu
Sempre contando lorotas
Por este mundo de Deus"

Candinho provou ser ligeiro
Acendendo um palheiro
Na chispa do raio
Ganhou uma carreira do vento,
Outra do pensamendo
Montado num baio

Contava que em horas de apuro
Num potreiro escuro
Seu pingo buscou
Pensando montar seu tubiano,
Num bárbaro engano
Um tatu gineteou

Com toda a força do braço
Jogou o seu laço pialou uma estrela
Prendeu-a a guisa de espora
Montou o destino e saiu campo afora

Candinho Bicharedo sou capaz de apostar
Que até pra Deus, agora, estás mentindo
Imagino até vê-lo sorrindo
Fingindo acreditar em suas aventuras

Lorotas tão puras...
Lorotas tão puras...

E assim eu contei a história
De alguém que já morreu
Sempre contando lorotas
Por este mundo de Deus.

Manhãs

Manhãs
(Nenito Sarturi, Miguel Marques)

Um sabiá no seu galho
Uma gota de orvalho
Um gritar de tahã
Que me importa o sereno
Se meu mundo é pequeno
Tenho a terna manhã.

Tenho o coice do arado
O mugido do gado
O quero-quero gritão
Que me importa o suor
Quero um mundo melhor
E na mesa mais pão.

Tenho um raio de sol
Tenho um riso guri
Não me falta mais nada
Nesta calma alvorada
Para andar por aí.

Se eu não tenho mais tino
Se meu sonho é menino
Que me importa afinal
Que me importa este choro
Se me resta o consolo
De um clarão matinal.

Se as manhãs do meu tempo
Já não têm mais alento
Vou aguentando o tirão
Vou curando as feridas
Das manhãs desta vida
Que rebrotam do chão.

Tenho um raio de sol
Tenho um riso guri
Não me falta mais nada
Nesta calma alvorada
Para andar por aí.

Não me falta mais nada
Nesta calma alvorada
Para andar por aí.

Ofício-Solidão

Ofício-Solidão
(Rejane Fernandes, Francisco Alves)

De ouvido sempre alerta,
Artista em cada cercado,
O alambrador musicista
Afina os fios do aramado.

As cordas do instrumento
Invadem campos distantes.
Enfeitam moirões cativos,
Perseguem os caminhantes.

A família vai crescendo,
Marcada pelo aramado,
Que aprisiona gente e terra,
Nos sete fios afinados.

Em mansas noites de prosa, ao abrigo do galpão,
O artista conta causos desse ofício-solidão.
Alambrador por herança, gosto e profissão,
Ama as coxilhas do pampa, cercadas por sua mão.

Sentindo o peso do tempo,
Passa pros filhos ciência,
Ensina os sons do alambrado,
Mostra o valor da querência.

Sabe que o homem do campo
Não tem lugar na cidade.
Morre operário de obra,
Com sonhos, sem liberdade.
Ama as coxilhas do pampa, cercadas por sua mão.
Alambrador por herança, desse ofício-solidão.

De ouvido semapre alerta,
Marcado pelo aramado,
Sentindo o peso do tempo,
Ensina os sons do alambrado.