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A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO


Título
A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO
Compositores
LETRA
JOEL DE FREITAS PAULO
MÚSICA
NIRION BERNARDES MACHADO
Intérprete
CÉSAR PASSARINHO
Ritmo
MILONGA
CD/LP
11º CARIJO DA CANÇAO GAÚCHA
Festival
11º CARIJO DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR

A OUTRA FACE DE UM RUDE PEÃO
(Joel de Freitas Paulo, Nirion Bernardes Machado)

Aquele campeiro de estampa judiada
Que, mescla moradas por muitos galpões,
Cedo se enforquilha no basto e se vai
Dando rédeas ao flete e às ilusões...

No peito, a gana de achar um atalho
Entre os dias da lida e o fim de semana,
Pois a vida do taura, não é só trabalho
Também hay cambichos por uma querendona...

Quem doma potros, conserta alambrados
E vive enfurnado por estes fundões,
Almeja um ranchito quinchado de sonhos
Pra junto da amada repartir paixões!

Nos quartos de lua que iluminam as noites
O pensamento vaga cortando as lonjuras,
Tentando fugir do rigor dos açoites
Pra curar de vez a dor da amargura...

As horas, consome ao pé do fogão
A ruminar recuerdos de lida e romance
E o coração potro de um rude peão
Transborda em desejos de viver nuances...


FIRMANDO O TUTANO

Título
FIRMANDO O TUTANO
Compositores
Gilberto (Giba) Trindade
Nirion Machado
Cristiano Fantinel
Intérpretes
Adair de Freitas
Cristiano Fantinel
Ritmo
Chamarra
CD/LP
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Festival
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Declamador

Amadrinhador


Firmando o Tutano
(GibaTrindade, Nirion Mchado, Cristiano Fantinel)

Acende o fogo, ceva o mate, meu parceiro,
Que esse costume é condição de gente amiga,
Proseada buena, mirando o dia acordar,
Enquanto a vida, enfeita o pampa de cantigas.

Encilha o pingo, é madrugada, companheiro,
Acerta o tino, que tem campo pra cuidar,
O tempo é escasso e lá pros lados castelhanos,
Tem armação e este aguaceiro vem pra cá.

Vamos de mano, ao coração desta fronteira,
Cumprindo a sorte de lutar nos mesmos pastos,
Firma o tutano, neste oficio de campeiro,
Deixe que a terra dê razão aos nossos rastros.
 
Encara a tarde, o sol que arde, companheiro
Ritual de campo onde o fronteiro se retrata,
Segue a labuta, com alma aberta dos que sabem,
Ver o valor de um bom amigo antes da “plata”.

Fim da jornada, a vida é bruta, meu parceiro,
Passa esse amargo e escuta a noite se encantar,
Outra proseada, pra exaltar lidas renhidas,
Por que amanhã tem campo e sonho pra cuidar.

Trindade

Trindade
(Gilberto Trindade, Nirion Machado)

O velho é molde ancestral que vem de boa semente,
Cruzou um tempo inclemente de rédeas firmes na mão,
Fez pátria e revolução charlando um pampa dialeto,
E ensinou filhos e netos semear amor no seu chão.

O outro é de um tempo novo e traz figura mais branda,
Mas no olhar a mesma gana de quem cumpriu a missão,
Por ser templado em galpão na velha forja do pampa,
Carrega o campo na estampa e os sonhos no coração.

O moço é mescla dos dois pisando nos mesmos rastros,
Com a coronilha dos braços vai estampando no chão,
A sangue, suor e paixão e uns arroubos de vaidades,
O armorial desta Trindade que faz do campo a razão.

O Filho, o Pai e o Avô, três tentos de um mesmo laço,
Cerzidos no mesmo abraço que a mão da vida trançou,
Sem galardões de doutor, mas honras de resistências,
Vão semeando na querência seus sonhos de paz e amor.

Os três conservam rituais, tisnados no breu dos anos,
A poeira, chuva e minuanos, para legar aos demais,
Pois sabem que a alma se vai e a matéria vira pó,
Mas o que ensinam os avós, a qualquer tempo resiste,
Nesta Trindade que existe, na vida de todos nós!



Intérprete: Robledo Martins, Adair de Freitas, Cristiano Fantinel