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O ÚLTIMO DIA DO VELHO CHIRÚ

 

TÍTULO

O ÚLTIMO DIA DO VELHO CHIRÚ

COMPOSITORES

LETRA

ANTONIO CARLOS MACHADO

MÚSICA

ÊNIO RODRIGUES

INTÉRPRETE

JOSÉ CLÁUDIO MACHADO

RITMO

TOADA/GALOPA

CD/LP

01ª MOENDA DA CANÇÃO

FESTIVAL

01ª MOENDA DA CANÇÃO

MÚSICOS

Ênio Rodrigues: Violão

José Cláudio Monteiro: Bandoneon

De Santana: Percussão

Pedro Verf: Baixo

 

PREMIAÇÃO

3º LUGAR


O ÚLTIMO DIA DO VELHO CHIRÚ
(Antonio Carlos Machado, Ênio Rodrigues)

Rumbeando caminhos na pampa infinita
Voltou-se pra dentro de si num momento
Viu coisas que o tempo já tinha esquecido
E vieram bem vivas no seu pensamento

Viu garças voando na velha barranca
Manchando de branco o azul deste céu
Viu chuva e garoa, viu Lua e boeira
Viu Sol no nascente como um fogaréu

Viu potros baguais e éguas madrinhas
Viu tropas na estrada no rumo da morte
Viu gente com fome, viu peão explorado
Viu gente na tava brincando com a sorte

Viu mate sorvido por gente sofrida
Viu piás repartindo migalhas de pão
Sentiu a tristeza da mãe campesina
Ao ver o seu filho sem nada na mão

Viu china lindaça rolando na cama
O nu mais bonito que tem na lembrança
Viu bailes de rancho ao som da cordeona
E estouros de ferros depois da lambança

Sentiu tanta coisa no mesmo relance
Que o velho chiru nem mesmo entendeu
Picou o seu fumo, babou bem a palha
Puchou a fumaça tragou e morreu

Tia Corrucha

Tia Corrucha
(Antonio Carlos Machado, Luiz Bastos)

Pele preta, carapinha já tordilha
Traz na veia o sangue forte da gaúcha
Ana Terra destes tempos, vai passando
Mãe de muitos, vó de tantos...Tia Corrucha

Sua mão de palma branca e dorso negro
Cabecinha de criança enterneceu
Em seu colo doce e quente se aninhavam
Filhos brancos doutros ventres, não do seu

Quando moça gerou filhos, correu mundo
E varou de ponta a ponta estes rincões
Quitandeou, arrumou festas para os outros
Passou a vida conquistando corações

Aos oitenta, o anjo negro é como o cerne
É a velha timbaúva que não tomba
Tia Corrucha bate forte suas chinelas
E tem a alma limpa e pura como a pomba


Romance Na Tafona

Romance Na Tafona
(Antonio Carlos Machado, Luiz Carlos Borges)

Maria florão de negra,
Pacácio negro na flor
Se negacearam por meses
Para uma noite de amor.

Na “tafona” abandonada
Que apodreceu arrodeando,
Pacácio serviu a cama
E esperou chimarreando
Do pelego fez colchão,
Do lombinho travesseiro,
Da badana fez lençol,
Fez estufa do braseiro.

A tarde morreu com chuva
Mais garoa que aguaceiro,
E incendiaram de amor
A “tafona” antes tapera.

A noite cuspiu um raio
Que correu pelo aramado
Queimando trama e palanque
Na hora desse noivado
E o braço forte do negro
Entre rude e delicado
Protegeu Negra Maria
Do susto desse mandado.