(Luiz Carlos Borges, Luiz Antero Peixoto)
Timbaúva, foste árvore
Foste casa, foste chão
Hoje é cinza, é saudade
Tapera em meu coração
Em teus galhos, muitas vezes,
Me abriguei do vento norte
Tempo xucro, chuva forte
E também de cerração
Abriguei-me até da morte
Em arruaça de galpão
Timbaúva, foste árvore
Foste casa, foste chão
Hoje é cinza, é saudade
Tapera em meu coração
O teu tronco forte e rijo
Se elevava nas coxilhas
Enxergavas pelas trilhas
Compridas como um sovéu
Te erguias até o alto
Como se tocasses o céu
Timbaúva, foste árvore
Foste casa, foste chão
Hoje é cinza, é saudade
Tapera em meu coração
Foste mais do que um pulmão
Para toda a humanidade
Mas o homem por maldade
Te curvou de sol e chuva
O machado e o fogo
Te levaram, timbaúva
Foi timbaúva
Veja o tempo que passou
Os anos foram troteando
Minha hora também chegou
Os anos foram troteando
Minha hora também chegou