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DE CANDEEIRO E LUA

 

TÍTULO

DE CANDEEIRO E LUA

COMPOSITORES

LETRA

VAINE DARDE

MÚSICA

ADÃO QUEVEDO

INTÉRPRETE

FLÁVIO HANSSEN

RITMO


CD/LP

1º MONTENEGRO DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

1º MONTENEGRO DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS


CHICO SARATT – VIOLÃO BASE
VINÍCIUS BRUM – VIOLÃO BASE
MANO OLIVEIRA – VIOLÃO
LUCIANO PADILHA – ACORDEON
RODRIGO RHEINHMER - BAIXO

 

PREMIAÇÃO

2º LUGAR


DE CANDEEEIRO E LUA

(Vaine Darde, Adão Quevedo)

A lua apenas prenuncia a noite
Bordando estrelas no cetim azul
E seminua nua no horizonte
Semeia prata nos confins do sul

E no ranchinho de melena loira
De chão batido e tabatinga crua
O amor balança na parede tosca
Tisnado em sombras de candeiro e lua

E nesse instante de ternura em febre
E prós ardente de palavras loucas
De tanto amor amando no casebre
Estrelas correm pelo céu da boca
 
Por uma fresta o luar se infiltra
No chão florido com o jardim das chitas
Desde o ocaso até o romper da aurora
Pra se aninhar sobre um par de esporas

A poesia vem rondar o fogo
Querendo prosa pra cevar o mate
O sol se acende sobre o rancho tosco
Onde o sonho uniu as mãos no catre

E nesse instante de ternura em febre
E prós ardente de palavras loucas
De tanto amor amando no casebre
Estrelas correm pelo céu da boca






ESTOURO DE TROPA

 

TÍTULO

ESTOURO DE TROPA

COMPOSITORES

LETRA

HELENO CARDEAL

MÚSICA

PEDRO GUERRA

INTÉRPRETE

FLÁVIO HANSSEN

RITMO

MILONGA HABANEIRA

CD/LP

6ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA
AUTORES GAÚCHOS – HELENO CARDEAL

FESTIVAL

6ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

3º LUGAR

 ESTOURO DE TROPA

(Heleno Cardeal, Pedro Guerra)

A tropa vinha com sede
Não me agradava ser ponta
Meu zaino, pelo de lontra
No flanco trocando orelhas
Não percebeu que o silêncio
Daquela tarde findando
Era arco retesando
Para explodir num estouro

Quando a água farejou
O zaino acertou os aprumos
O gado redemunhou
Num murmúrio alucinante,
A cachorrada de pronto
Largou de amarrar perdiz
Formando certo nos flancos
Daquela massa gigante

Na culatra, o capataz
Num timbre de desespero
Gritou: “tenência ponteiro”,
Não deixa formar a lança
Mas já vinha aquela dança
Num crescendo, em desalinho
Meu flete, cordas de pinho
Bailava na contradança

De repente, a explosão
Enlouquece a cachorrada
Um espinheiro de guampas
Roçando a cola do pingo
Leviano pra os domingos
Cabresteando o momento
Se atrapalha um cusco baio
E é levado de roldão

Gritos, estalos de relho
Polvadeira em disparada
Nenhum buraco na estrada
Que é cega a tropa que estoura
Trama, palanque, aramado
Tudo é levado por diante
Uma oração para o santo
Outra pro mango e pra espora

Deixando um rastro de sangue
Se foi o gado pra aguada
O zaino pelas caronas
Se aplastrou meio estafado
O que escapou do salseiro
Bebeu até cair morto
Do que quebrou ou morreu
Não salvamos quase nada



CRIOULA

 

TÍTULO

CRIOULA

COMPOSITORES

LETRA

VAINE DARDE

MÚSICA

MATHEUS ALVES

INTÉRPRETE

FLÁVIO HANSSEN

RITMO

MILONGA

CD/LP

29ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

FESTIVAL

29ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

MÚSICOS

MATHEUS ALVES – VIOLÃO

YURI MENEZES - VIOLÃO

PIRISCA GRECCO - CONTRABAIXO 

PREMIAÇÃO

MELHOR TEMA CAMPEIRO

CRIOULA

(Vaine Darde, Matheus Alves)

Coisa mais louca esta marca que pulsa no coração
E insaliva na boca pra se adonar do violão.
É um bate casco campeiro ao longo do corredor...
Parece um bombo leguero no peito do seu cantor.

Numa comparsa de loucos vem pôr a boca no mundo
E leva além da porteira coisas do campo do fundo.
Pois vai nos rádios de pilha ao pampa que acorda cedo,
Quando se iguala ao guasqueiro trançando acordes nos dedos.

Milonga velha que vives das mais nativas paixões,
Tens o sotaque dos livres no memorial dos galpões!

La pucha, que eu me encharco da tua pauta crioula
Com notas de quero-quero e arrulhos de pomba –rola .
Nos palco, que nem nos bastos, o teu balanço me leva
E toda vez que te canto, milonga, é sempre às devas!

Milonga velha que vives das mais nativas paixões,
Tens o sotaque dos livres no memorial dos galpões!



O Poço O Piá E O Tempo

O Poço O Piá E O Tempo
(Dilamar Costenaro, Valdir Disconzi, Xuxu Nunes)
                                                                                         
Poço de balde que tanto matou a sede, 
Cuidou da infância de um menino, qual fui eu,
Espelho d’água que reflete sóis e luas,
Guardou segredos que a própria vida esqueceu.

Seu velho balde hoje enfeita um jardim,
Chegou ao fim o sobe e desce em alvoroço,
A manivela foi espaçando os rangidos,
E pouco a pouco, silenciou a voz do poço.

Saibam que o tempo nos leva pelo cabresto,
Coisa que o balde naquele poço aprendeu,
E aquelas águas que estamparam um piazito,
Guardam a imagem de um moço que envelheceu.

A lida bruta sempre consumiu seus dias,
E o bom campeiro foi gastando a vida, assim.
Tal qual o poço que ficou no esquecimento,
A solidão, também costeia o seu fim.

Nessa quietude, mergulha em seus devaneios,
E vez por outra vai ao poço e se demora,
Cansa seus olhos, numa procura paciente,
Buscando o moço que ele não viu ir embora.


Entre Baguais

Entre Baguais
(Severino Moreira, Rui Pedro Schimtz)

 “O campeiro e o cavalo são eternos inimigos, até que um deles se dobre”.

Só largo o bagual pro campo
Depois de arrocinado
É mais um condenado
A andar por onde vou,
Pois cavalo e domador
Nasceram como inimigos
E só se tornaram amigos,
No dia que um se dobrou.

Levanto de manhã cedo,
Dando de mão nas esporas,
Arrasto as garras pra fora,
A um flete de primeira encilha.
Se a cincha vai para as virilhas,
Deixo que arqueie o lombo
Pois só nunca levou tombo
Quem não conhece tropilha.

De guacho não me boleio
Desafio é que me enfeza,
Eu nunca precisei de reza
Pra arrocinar um potrilho,
Na espora deixo rosilho,
Mas mostro quem pode mais.
Sou bagual entre os baguais,
Se caio não peço auxilio.

Comigo esgarranchado
O ventana se vê em apuros,
Pois na briga entre baguais,
Ganha o de queixo mais duro.

Que me importa se um corcovo
Me aparta um pouco do chão
Eu firmo a rédea na mão
Esporeando da marca ao toso
E se o guapo é baldoso
Mais me agrada o combate
Doma tem sabor de mate
Amargo, quente e gostoso.

Aprumando A Bagualada

Aprumando A Bagualada
(Carlos Madruga, Alex Silveira)

Pealar a bagualada
Na saída da mangueira
No meio da polvadeira
Sentir o cimbro do laço
E o potro num manotaço
Tenteia o cerro da armada
Querendo escapá a bolcada
Quando lhe dobra o espinhaço.

Mas a mão do pealador
É certeira nesse ofício
E como que nem um vício
Não erra nenhum pealo
Nas munheca do cavalo
O doze-braça sovado
De quatro tentos trançado
É um mimo pra este regalo.

Pra uma lida de estância
É coisa linda a potrada
De crina e cola aparada
Um palmo sobre o garrão
E quando frouxa o tirão
Depois do serviço feito
Vê! Que pingo sem defeito
Esse baio do patrão.

E nem dá tempo pra gente
Comentar sobre algum ponto
Se é bem forte de encontro
Ou vai dar por partidor
Se as garra de um domador
Não deixa o bagual cansado
Ou quem sabe neste fado
Seja selim pra uma flor.