TÍTULO |
ESTOURO DE TROPA |
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COMPOSITORES |
LETRA |
HELENO CARDEAL |
MÚSICA |
PEDRO GUERRA |
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INTÉRPRETE |
FLÁVIO HANSSEN |
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RITMO |
MILONGA HABANEIRA |
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CD/LP |
6ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA AUTORES GAÚCHOS – HELENO CARDEAL |
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FESTIVAL |
6ª SAPECADA DA CANÇÃO NATIVA |
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MÚSICOS |
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PREMIAÇÃO |
3º LUGAR |
A tropa vinha com sede
Não me agradava ser ponta
Meu zaino, pelo de lontra
No flanco trocando orelhas
Não percebeu que o silêncio
Daquela tarde findando
Era arco retesando
Para explodir num estouro
Quando a água farejou
O zaino acertou os aprumos
O gado redemunhou
Num murmúrio alucinante,
A cachorrada de pronto
Largou de amarrar perdiz
Formando certo nos flancos
Daquela massa gigante
Na culatra, o capataz
Num timbre de desespero
Gritou: “tenência ponteiro”,
Não deixa formar a lança
Mas já vinha aquela dança
Num crescendo, em desalinho
Meu flete, cordas de pinho
Bailava na contradança
De repente, a explosão
Enlouquece a cachorrada
Um espinheiro de guampas
Roçando a cola do pingo
Leviano pra os domingos
Cabresteando o momento
Se atrapalha um cusco baio
E é levado de roldão
Gritos, estalos de relho
Polvadeira em disparada
Nenhum buraco na estrada
Que é cega a tropa que estoura
Trama, palanque, aramado
Tudo é levado por diante
Uma oração para o santo
Outra pro mango e pra espora
Deixando um rastro de sangue
Se foi o gado pra aguada
O zaino pelas caronas
Se aplastrou meio estafado
O que escapou do salseiro
Bebeu até cair morto
Do que quebrou ou morreu
Não salvamos quase nada
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