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CICATRIZ

TÍTULO
CICATRIZ
COMPOSITORES
LETRA
GUILHERME COLLARES
MÚSICA
ROBERTO BORGES
INTÉRPRETE
JULIANA SPANEVELLO
ANDRÉ TEIXEIRA
RITMO
ZAMBA
CD/LP
36ª COXILHA NATIVISTA
FESTIVAL
36ª COXILHA NATIVISTA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
1º LUGAR
MELHOR MELODIA
MELHOR ARRANJO
MELHOR CONJUNTO VOCAL
MELHOR INDUMENTÁRIA – JULIANA SPANEVELLO

CICATRIZ
(Guilherme Collares, Roberto Borges)

Uma lágrima sequer
Verterei por teu olhar...
Viverás da escuridão
Que derramas junto a ti.

Se meu sonho foi teu mal,
Minha dor será teu dom....
Viverei da cicatriz
Do que, um dia, foi amor.

Como véspera de adeus
Ficará tua ilusão.
Se aprenderes a sofrer,
Saberás o que senti.

Tudo é mais do que um adeus
É bem mais que solidão.
Tua imagem já não vejo
Dentro do meu coração.

Resta a grande cicatriz,
Réstia de luz que se apaga...
Indiferença e ausência
Que não dói – já não é chaga!

Passado que se espedaça
E se perde em sombras vagas.
Foste vida, hoje és lembrança:
Ferida cicatriz.

Coração de Madeira


Coração de Madeira
(Adriano Alves, Cristian Camargo)

Pulso em ti, sou coração
Pulso em ti, a vida inteira
Trago em mim, a saudade dos teus tempos
Pulso em ti, em ti, madeira

Ouço o idioma que vive nos matos
Na lágrima que espelha junto à sanga
No céu dos ventos e asas solitárias
No chão que abriga os passos quando anda

Ouço a voz das luas claras, madrugadas
Sua intenção mais pura, poesia
Que beija a face d'alma e bebe em cantos
Vertente cristalina em melodia

Sou eu, teu coração vida e madeira
Silêncios, nostalgia e oração
Saudade, melodia em minhas veias
Que vibram no pulsar de outro coração

"Sou eu, pulsando em ti a vida inteira
Tenho marcas que colhi no céu dos tempos
E que abriguei junto ao meu corpo
Madeira, cada marca em mim batizo melodias
Que o timbre rouco da minha voz mostra seu jeito
Pois sou teu coração a traduzir
O que diz o coração dentro do peito"

Sou eu, teu coração vida e madeira
Silêncios, nostalgia e oração
Saudade, melodia em minhas veias
Que vibram no pulsar de outro coração

Pulso em ti, sou coração
Pulso em ti, a vida inteira
Trago em mim, a saudade dos teus tempos
Pulso em ti, em ti, madeira

Pulso em ti, a vida inteira
Sou eu, teu coração vida e madeira
Sou eu, teu coração vida e madeira

O Primeiro Canto


O Primeiro Canto
(Sérgio Carvalho Pereira, Roberto Borges)

Descampado, sin alambre
Várzea, sanga e canhadão
No céu a constelação
Da cruz del sur alumbrando
Vento gelado arrepiando
Pasto e gado cimarrón.

Foi a época do couro
Carnal, carneadeira e flor
Garrão cortado de touro
Mão certeira e sangrador
A soga, a pedra, o estouro
E o grito do boleador.

Subiu a poeira do tombo
E a poeira do esquecimento
Só uma payada, um lamento
Prendeu a voz deste estrondo
El cantar siempre es más hondo
Si al canto lo carga el tiempo.

Se o livro ainda não sabia
Que já chegara o gaúcho
O payador, monge e bruxo
Teimava que ele existia
Dos gritos tirou poesia
Do couro tirou seu luxo.

Três séculos... quase nada
Pras estrelas e os fogões
Que escutaram as orações
Dessa primeira payada
Na pureza desta aguada
Bebem todas gerações.

E aqui estou, e este meu canto
Na outra ponta da história
Tem muito desta memória
E tem de mim outro tanto
Da mesma poeira levanto
Pra riscar minha trajetória.