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PRA ONDE FORAM OS VERSOS?

 

 

TÍTULO

PRA ONDE FORAM OS VERSOS?

COMPOSITORES

LETRA

LEONARDO BORGES

MÚSICA

ALEX HAR

INTÉRPRETE

ALEX HAR

RITMO

MILONGA

CD/LP

 

FESTIVAL

18º SINUELO DA CANÇÃO NATIVA

MÚSICOS

VIOLÃO SOLO: LUCIANO FAGUNDES

VIOLÃO SOLO: ROBERTO BORGES

VIOLÃO BASE: ANDRÉ TEIXEIRA

GUITARRON: CRISTIAN CAMARGO

 RECITADO

  



PRA ONDE FORAM OS VERSOS?

(Leonardo Borges, Alex Har)



Pra onde foram os versos, que nasciam nos fogões?

Sob a quincha dos galpões ao findar de cada dia...

Que contavam sobre o campo, seus rincões e personagens

Misturando a cada imagem: -Rima, luz e poesia!



Pra onde foram os versos de crina larga e cola atada?

Da espora enferrujada, do maneador e buçal...

Do rodeio a campo fora, e das noites estreladas

Das lonjuras da estrada que amansava o mais bagual!



Pra onde foram os versos: - De raiz, pátria e querência?

De opinião e consciência sobre o pago e as coisas da gente?

Por certo junto com eles também estão os cantores

Que levaram aos corredores o campo que a gente sente!



Sinto a falta, hoje em dia

Do verso campeiro de fato,

Que traduzia os relatos

De um Rio Grande rural...

De cada lida um ritual

Por esporas e macetes,

Dos rebenques, cavaletes...

Das tesouras e sovéus,

Da poeira sobre o chapéu,

De domador e ginetes!



Pra onde foram os versos, que cotavam da aspereza,

chave-de- arame e troqueza, do socador e alabanca?

Quem sabe andam escondidos nalguma estância tapera

Esperando a primavera para adoçar esta pampa!



Ou talvez sejam relíquias de algum acervo esquecido

Que o tempo tem guarnecido esperando outras milongas...

Até que o povo ache falta : -De terra, campo e atavismo

verso campeiro em lirismo é uma saudade que ronda.



Um dia, creio que o verso, campeiro por excelência

Retorne a nossa querência, crioulo feito os antigos...

Que venha suprir carências de nossa alma de campo

Trazendo o mais puro encanto de um Rio grande nativo!

Queromana Mariquita


Queromana Mariquita
(Diego Müller, Eron Carvalho, Leonardo Borges, Filipe Corso, Rafael Ferreira)

Queromana – Mariquita – te traigo junto do peito,
Com lembranças de tuas "rédia”... que me deixaram sujeito!...
– Feito um “romance” antigo: daqueles que a gente conta,
E quedam presos no tempo... que inté o tempo perde à conta!

Atei o bocal no queixo do meu pingo, Zaino – estrela –
Pra “curá o trote” na estrada, tendo a desculpa de vê-la!...
Mas teu ranchito enfeitado, na beira do corredor,
Mostrou, nas portas fechadas, um semblante em desamor!...

Mariquita – pequenita – porquê estás fazendo assim?...
– Às vezes olha em meus olhos... noutras desvias de mim!...
Qualquer dia esbarro o zaino junto aos teus sonhos de prenda...
...E conto a minha intenção, querendo que me compreenda!

Queromana – Mariquita – sonhei contigo, é verdade:
Queria vencer as distâncias no corredor da saudade!...
Quem dera ser o teu par nalgum baile de “enramada”,
E num verso recitado... te convidar: – Namorada!

Sonho um dia – este tempo! – unindo nossos destinos...
E com um templo de leivas deixar de ser um teatino!...
Até imagino – faceiro – tu com um mate na mão,
Esperando que eu desencilhe bem no portal do galpão!

Mariquita – pequenita – esperando por teu sim,
Mandei bordar num lençinho um raminho de alecrim!...
...Pra te dar – como em regalo – selando o meu sentimento,
Depois que meu coração tu colgar junto a teus tentos!!!


Intérprete: Raineri Spohr



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*Queromana Mariquita: Tema dos antigos, como um romance, recolhido e divulgado por Paixão Côrtes. Muitas quadrinhas e estórias da Queromana Mariquita (ou Queromaninha Mariquita, ou só Mariquita) se perderam com o tempo.
*Romance: Modo como os antigos chamavas poemas contando estórias folclóricas, ou décimas, ou Romances. Ex.: Décima do potro baio – romance do potro baio – Romance do potro baio.
*Curá o trote: Desenvolver e firmar o trote do bagual.
*Bagual: Animal equino em estágio de doma, também chamado de redomão.
*Colgar: atar, juntar, enlaçar.

Memorial De Pampa E Fronteira

Memorial De Pampa E Fronteira
(Leonardo Borges, Daniel Cavalheiro)

Pampa...pátria sulina com alma empastada
Fronteira...sonhos comuns com divisas marcadas
História...fatos guardados na tulha do tempo
Memória...registro firmado de cada momento

São várzeas infindas, são campos e grotas
É sangue e suor sobre couro das botas
É lida e serviço, cordeona e violão
É pampa e fronteira... de uma só tradição!

É assim nosso mundo aos olhos de Deus
Fronteira gaúcha que é minha e dos meus
É a Arte e cultura mantendo o legado
História e destino...A ferro forjado!

Pampa...sustento de tantos que vivem do arreio!
Fronteira...”hermanos” de paz sobre o pago lindeiro
História...é o verso deixado no livro da vida
Memória...”recuerdos” marcados por idas e vindas

“Es poncho y espuelas, tropillas y estancias”
Um sul ancestral que mantém a constância
Seguindo o futuro e honrando o passado
É pampa e fronteira...em ambos os lados!


Intérprete: Daniel Cavalheiro


Pra Quem Vive Nas Criollas


Pra Quem Vive Nas Criollas
(Nelson Cardoso Menna, Leonardo Borges)

A espora o tento e o reio
Ferramentas de serviço
Dos homens rudes do pago
Que tem a sina do vicio
De montarem aporreado
Pra armarem o reboliço

Pra um ginete agarrado
Pouco importa a ocasião
Se hay clina ou desclinado
Encerdado ou tentão
O que vale é se apruntar
Como manda a tradição

Pra um ginete macharrão
Pouco importa o tombo e a dor
Pra representar a pampa
Com orgulho e com amor
Bandeia todas as fronteiras
Compeando a “volta de honor”

As criollas da fronteira
Trazem “enbrujos” e segredos
Nos berros dos caborteiros
Nas clinas por entre os dedos
Unindo pátrias hermanas
Nos corcoveos desses rudeos

Pra ginetear de grupa
Opiguélo é pequenino
Pra pinchar sobre a paleta
Num estilo correntino
Quando um urco se levanta
E se larga em desatino

Monta bruta de fronteira
Se vem no couro estendido
Levando o potro na rédea
Sem recursos dos estribos
Não é para os sabonetes
La pucha! Nem pros hodidos