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Mostrando postagens com marcador Guilherme Collares. Mostrar todas as postagens
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Me Perdeste Ou Te Perdi


Me Perdeste Ou Te Perdi
(Guilherme Collares, Cristian Camargo)

Meu verso pergunta a si
O que fizeste de mim
Que não mais me encontro em ti?
Eu que fui tua morada,
Tua sombra e tua aguada
Pergunto sem pedir nada
- Me perdeste ou te perdi?

Teu rumo tinha querência
Inquietude e dor de ausência
Que me levavam a ti
E hoje que vives plantado
Eu sou parte do passado
Pergunto resignado
- Me perdeste ou te perdi?

Fui teu basto, tuas botas
E as curvas dessas cambotas
Fui teu baio, tua cruz
Fui o som de tua terra
Tua lança, tua guerra
Fui essa sombra que encerra
Teu espírito de luz

Muitas vezes fui a voz
Que escoou-se pela foz
Do rio de tua ilusão
Fui o teu verso campeiro,
Teu sentimento estradeiro
Eu fui o aboio tropeiro
Que canta o teu coração

E me pergunto descrente
- Que fizeste em tua mente
Que não mais te encontro em ti?
Eu o teu verso campeiro
Teu sentimento estradeiro
O teu aboio tropeiro
- Me perdeste ou te perdi?

Fui teu basto, tuas botas
E as curvas dessas cambotas
Fui teu baio, tua cruz
Fui o som de tua terra
Tua lança, tua guerra
Fui essa sombra que encerra
Teu espírito de luz

Meu verso pergunta a si
- Me perdeste ou te perdi?


De Tempo e Tropa


De Tempo e Tropa
(Guilherme Colares, Zulmar Benitez)

A lenta imagem da tropa
Serpenteia estrada afora
Sucessão de hora após hora
Fundindo terra e peçunha
Rigores de mesma alcunha
Pro tropeiro linda estampa!
Conduzindo couro e guampas
Numa procissão terrunha.

Trago embebidos na imagem
Os verões e as soalheiras
Mastigando a polvadeira
Da gadaria assolhada
Trago no couro estampada
A marca das invernias
Poncho molhado faz dias...
...Até a alma gelada.

O mouro das mi'as confiança
Tranqueia mascando freio,
Carregando os meus anseios
Nos rumos dos meus desponte.
Companheiros de horizontes
Bem mais que um simples vassalo...
...Porque tropeiro e cavalo
São como a estrela e a noite.

A gadaria contesta
Berro após berro a tristeza
Ruminando as incertezas
De cambear rumo e querência
Longínquas reminiscências
De tantas tropas de outrora
Que rumbearam mundo afora
Ensimesmada de ausências

Já gastei basto e carona
Mangueando boiada "ajena"
Plantei luzes nas canhadas
Dos rincões por onde andei
Muitas tropas entreguei
Nessa sina de tropeiro...
...Voltei sempre repisando
Os caminhos que trilhei.

O mouro da mi'as confiança
Tranqueia mascando freio,
Carregando os meus anseios
Nos rumos dos meus despontes.
Companheiros de horizonte
Bem mais que um simples vassalo...
...Porque tropeiro e cavalo
São como a estrela e a noite.

Sem Ter Pressa De Chegar


Sem Ter Pressa De Chegar
(Guilherme Collares, Tarciane Tebaldi)

Na estrada da vida
Vou tropiando bons momentos
No campo do destino
Vou soltando sentimentos
No cavalo da esperança
Galopeio rumo ao tempo
Fui tropiando campo a fora
Um rebanho de emoções
Embretei dentro do peito
Mais que um lote de paixões

A vida anda de pressa
Mas eu ando devagar
Avanço passo a passo
Sem ter pressa de chegar
A felicidade existe
Pra quem sabe aproveitar
Cada momento da vida
Como se ela nunca fosse acabar

Carrego junto comigo
Uma mala de saudade
Daquele tempo antigo
De matear com a bondade
Nas carreiras da memória
Apostei na amizade
Colhi frutos de ternura
No pomar da caridade
Vivi tempos de amor
Nas asas da liberdade

Catedral


Catedral
(Lisandro Amaral, Guilherme Collares)

Também - de pedra - meu cantar não se termina
Caído ao solo beijo a terra e escrevo a sina...
Terra vermelha é minha cor no arrebol
Pois tenho sol no sangue em paz que me ilumina.

Também, de bronze, estou de joelhos catedral
No pedestal que cala os sinos, faço prece...
Quem não merece – a terra em si – terá perdão
Pois gratidão a vida tem e nunca esquece!

Seguem aqui ruinas índias e horizontes,
Bebendo a fonte do silêncio natural...
Senti teu cheiro, mãe divina, em berço livre
Hoje o que eu tive foi tua benção Catedral.

Seguem aqui, hoje emplumados Guaranys
No bem-te-vi, no João Barreiro e entre os guardiões
Querendo sempre querer mais o quero-quero

Sei o que espero e busco, aqui, muitos perdões...
Também de vento estou soprando - em ti - templário
No pedestal que fala o tempo a crosta esquece,
Ouvindo os prantos que derramam tua imagem
Achei coragem e sou guardião com pena e em prece.



Estância Velha Sou Eu


Estância Velha Sou Eu
(Guilherme Collares, Zulmar Benitez)

Estância velha, sou eu
Que sinto, que penso e canto
Ofereço este acalanto
Ao que foste e que resiste
Ao progresso duro e triste
Que ameaça teu valor
Dor, angústia e dissabor
Que a despatriar nos insiste

Estância velha, sou eu
Que sinto, que penso e sonho
Como um Angüera tristonho
Pelos ermos campos vastos
Com saudade dos meus bastos
Sanga, grotões e peraus
São tropas cruzando o vau
Do rio desses tempos gastos.

Estância velha, sou eu
Que sinto, que penso e sei
És o legado que herdei
Dos sonhos dos meus antigos
Testamento proferido
Timbrado a pó de mangueira
Inventário de fronteira
Dos meus terrunhos sentidos

Estância velha, sou eu
Que sinto que penso e faço
Sou o derradeiro lanssaço
Da resistência em defesa
Da cultura e da nobreza
De não suportar teu fim
Que não quer que seja assim
A roubarem-te a beleza

Estância velha, sou eu
Que sinto, que penso e falo
Sou centauro de à cavalo
A render-te este lamento
A nombrar-te aos quatro ventos
Como Gaúcho sem dono
Testemunha do abandono
Dos teus últimos intentos

Estância velha, sou eu
Que sinto, que penso e sei
És o legado que herdei
Dos sonhos dos meus antigos
Testamento proferido
Timbrado a pó de mangueira
Inventário de fronteira
Dos meus terrunhos sentidos

Seival

Seival
(Lisandro Amaral, Guilherme Collares)

Vagalumes no varzedo
Cada qual brilhando mais
Meu tordilho não tem medo
Dos assombros dos chircais
Meu tordilho não tem medo
Dos assombros dos chircais

Não fosse o grito de Netto
Chamando para o Seival
Não fosse o grito guerreiro
Ter Bento por general

Não fosse a lança certeira
Sangrando guerreiros por um ideal
Não fosse o grito das pedras
Que as sogas conduzem no bem e no mal
Cada garrucha é uma boca gritando
Que os tauras não vão se entregar
Quem for farrapo dirá

Não fosse a lança certeira
Sangrando guerreiros por um ideal
Não fosse o grito das pedras
Que as sogas conduzem no bem e no mal
Cada garrucha é uma boca gritando
Que os tauras não vão se entregar
Quem for farrapo sempre será, sempre será

Adaga e lança
Razões de ser
Um grito pampa a florescer
E a tricolor hasteada
Nos olhos rubros da indiada
Que ia ao rumo do nada
Buscar o sol,
Buscar o sol pra viver

Não fosse o grito de Netto
Chamando para o Seival
Não fosse o grito guerreiro
Ter Bento por general

Não fosse a lança certeira
Sangrando guerreiros por um ideal
Não fosse o grito das pedras
Que as sogas conduzem no bem e no mal
Cada garrucha é uma boca gritando
Que os tauras não vão se entregar
Quem for farrapo dirá

Não fosse a lança certeira
Sangrando guerreiros por um ideal
Não fosse o grito das pedras
Que as sogas conduzem no bem e no mal
Cada garrucha é uma boca gritando
Que os tauras não vão se entregar
Quem for farrapo dirá

Seival...

Do Rumo dos Teus Olhos

Do Rumo dos Teus Olhos
(Guilherme Collares, Jari Terres)

Venho estradeando há muitos dias esta solidão
Mascando o pó das ânsias de ficar longe de ti
Com dois pingos de tiro pelo corredor,
Do rumo dos teus olhos me perdi

Perdoa linda se esta sina que me obriga a andar,
Do rumo dos teus olhos me afastou
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois sei que errei e humilde aqui estou

Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu

E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar

O bagual baio da distância que peguei por ti
Soltei por aporriado, pois nem consegui enfrenar
E a tropa dos desgostos que estrada me deu
Reponta esta vontade de voltar

Perdoa linda, se esta sina bugra me enganou
Pois sei o que procuro está em ti
E volto a dar-te a mão, pedindo o teu perdão
Pois nunca dos teus olhos me esqueci

Sai buscando a volta deste sonho encilhei
E o lenço que abanaste na distancia se perdeu
A cruz contra tronqueira que fizeste em meu olhar
Rolou por uma lagrima sentida e que doeu

E volto repisando o rastro que deixei
Sentindo o teu pañuelo blanco a me guiar
A noite lembra teu rosto moreno e vejo assim,
Em cada estrela o teu olhar