Marca Gaúcha
(Anomar Danúbio Vieira,Fabrício Harden)
Oiga-lê verão de maio
Sol quente e caindo
raio
Depois que eu digo que
saio
Eu saio e ninguém me
ataca
Um chá de casca de
vaca
Sempre foi bom
conselheiro
Pra metido a
bochincheiro
E pra burro quando se
empaca!
Gosto do “urco” veiaco
Que se atore corcoveando
Que se destorça berrando
Calçado num par de “ferro”,
No contraponto do berro
Um sapucay fachudaço
E os “estoro” dos “laçasso”
Da trança do quero-quero
Eu falo com os meus cavalos
Converso com a cachorrada
Podem me chamar de louco
Que eu saio dando risada
Se domingo “hay carrerada”
Me sobra bom parelheiro,
E uns quatro ou cinco ovelheiros
Pra juntá boi nas “canhada”.
Sacando o bocal do potro
Eu deixo bem ajustado
Que assim seguro minha doma
Serviço “garantizado”....
Eu sou metade daqui
Metade do outro lado
O coração de guri
E um sangue “acastelhanado”.
Oiga-lê marca gaúcha
Num ala-pucha te levo!
Na chuleada, um calaveira
Rouba - três real envido -
- Tenho flor seu atrevido
E te prendo um truco na testa -!
Pra mim o que presta, presta...
E o que não presta é refugo
Pois anda muito sabugo
Se achando o bom dessa festa.
E um sangue “acastelhanado”.
“Una cosa es una cosa
Otra cosa es otra cosa”
Já dizia por astuto
Don Alfredo Zitarroza,
Macaco em loja de “loça”
É estrago grande parceiro
E o meu verso mais matreiro
Guardei pra “dize” pras moça.
Sacando o bocal do potro
Eu deixo bem ajustado
Que assim seguro minha doma
Serviço “garantizado”....
Eu sou metade daqui
Metade do outro lado
O coração de guri