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O PÃO DO POEMA

 

TÍTULO

O PÃO DO POEMA

COMPOSITORES

LETRA

MÁRIO AMARAL

MÚSICA

MÁRIO AMARAL

INTÉRPRETE

LOMA

RITMO

MILONGA

CD/LP

5º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA

FESTIVAL

5º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA

PREMIAÇÃO

MELHOR LETRA


O PÃO DO POEMA
(Mário Amaral)

O pão do poema é um sopro de vida
É o rosário de penas do peso da cruz
É o ventre da mãe que guarda o segredo
Do amor e seus medos em forma de luz

É um livro em branco é o filho e o pai
Que abraçam a vida com olhos de mar
É o semblante das mesas floridas de espinhos
É a palavra perdida querendo voar

O pão do poema é o silêncio dos sinos
Anunciando ao tempo um novo amanhã
É o branco lençol estendido de alma
Ao abrigo dos corpos cheirando a maçã

É a vertente pulsada de céu e de pranto
Um resto de espora além do carnal
O papel ainda moço na cova das horas
Que ao vento balança a paz outonal

O pão do poema é o olhar da criança
A gota de orvalho tingindo seu véu
É a terra sozinha que canta e que chora
A sina com gosto de sal ou de mel

É o fio da espada ao brilho da estrela
Tecendo taperas velando ninguém
É o sorriso da moça saudosa que espera
Coração de quimeras só Deus sabe quem

O MEDO


TÍTULO
O MEDO
COMPOSITORES
LETRA
MARIO AMARAL
MÚSICA
CARLOS CATUIPE
INTÉRPRETE
LOMA
RITMO
CANÇÃO
CD/LP
16ª SEARA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
16ª SEARA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
MELHOR MELODIA
MELHOR INTERPRETE - LOMA

O MEDO
(Mario Amaral, Carlos Catuipe)

O medo é verbo latente aos olhos do sonhador
Quando lhe queima a paixão descrita por desamor
Veste o manto da espera ao guardar-se em segredos
Desenha desesperança revelando um novo enredo

O medo vem a cabresto quando se prende a palavra
No “S” cru da espada que a pena semeia e lavra
Rabisca um rumo incerto pra cancela que se abre
É poeira, é noite, é ilusão, que na estrada não cabe

O medo é nuvem negra
No ventre do temporal
O medo só amansa
A voz dos punhais
Com a força da cruz de sal

O medo faz valentias ao pulsar das horas pardas
Quanto mais se encolhe a lã mais o bendito se alarga
Muda o semblante das horas com sua cara sombria
Enche de escuro o tempo pra vida em rebeldia

O medo conta rosários nas vergas fundas da mão
Se enfurna dentro da alma nos ermos da solidão
É uma sombra projetada de um corpo inacabado
No espelho da razão do viver estilhaçado