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CORDEONA-ME

Título
CORDEONA-ME
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
LUCIANO MAIA
Intérprete
LUCIANO MAIA
Ritmo
CHAMAMÉ
CD/LP
18ª ESTÂNCIA DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
18ª ESTÂNCIA DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
2º LUGAR

CORDEONA-ME
(Gujo Teixeira, Luciano Maia)

Dentro da minha cordeona há um universo sonoro
Que pulsa no mesmo sopro, contido em cada suspiro...
De tanto que fui palavra tentando ser sentimento
Eu percebi que a cordeona vive do ar que eu respiro!

Cordeona-me
E me condena ao teu segredo, assim, fechada
Na palavra musical que tens guardada
Pelo fóle nas entranhas

No vento melodioso da campanha
Que te sustenta e te mantém ainda viva

Cordeona-me
E me explica este adeus que tens nos braços
No gesto de entregar-me em teus abraços
Entre nós, longe de mim

Que eu sei que vou seguir pra sempre assim
Buscando este silêncio onde te achei

Cordeona-me
E me encanta com teus ventos escondidos
Te busco então em todos estes meus sentidos
Pelas mãos, pelo meu ser, por tudo que aprendi

Por te querer
Hoje te sinto e te espero, sempre aqui

Cordeona-me
Por que respiras este ar que me dá vida
O mesmo ar que achou notas esquecidas
Pela alma do meu verso

Tentando agradecer ao universo
Com este pronome musical que eu fiz pra ti.

Meu Chasque Não Tem Floreio


Meu Chasque Não Tem Floreio
(André Oliveira, Luciano Maia)

No velho Caiboaté grande, tua crioula querência
Até os ventos da pampa choram triste tua ausência
Mas tu como um carreteiro não findou tua existência
De freio e pelego na mão ou num pai-de-fogo em galpão
Vive tua alma em essência

Meu verso faz reverencia ao saudoso poeta-doutor
Nas minhas primeiras rimas me inspirou por professor
Também batemos estribos nos setembros campo em flor
Ao lembrar me embarga a voz
Foi te encontrar Elvio Munhoz nos campos de nosso Senhor

Usava bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Laçava de toda trança, pealava boi sem costeio
Usava botas de potro, pechava touro no meio
Riscava lombo com a espora
Sacando boi campo afora só na barbela do freio

Deixou teu pingo gateado e um laço de doze braças
Que enrodilhava graúdo quando cruzava na praça
Vinha espumando na anca da argola grande machaça
Luzindo vinha ponteando com o tarumã desfilando
Honrando o garbo da raça

“Amigo Gaspar Machado,  meu chasque não tem floreio
Sou taura que calço a espora também sou homem do arreio
Peça a Deus patrão do céu e a São Pedro sem enleio
Que te ajuste no pago santo
Pra recorrer estes campos com o Negro do Pastoreio”

Pra Poncho Que Topa Vento

Pra Poncho Que Topa Vento
(Luciano Maia, Gujo Teixeira)

Venho do campo, onde a indiada se governa
E tem mais força na perna, quando cobra as precisão.
Firmo as esporas, onde a estrela da roseta
Risca o couro da paleta, no susto de um redomão.

Cavalo novo, que se assusta é um causo feio
Há de se firmar no freio, mas com jeito e mão certeira.
Por quase nada, se corta a boca de um pingo
Ainda mais se um domingo, se cruza a segunda-feira.

Faz muito tempo, que estendo pingo na estrada
E ando de espora atada, calçando no estrivo as bota.
Mais tempo ainda, venho aprendendo com os outro
Que é o lombo de um potro, que deixa as pernas cambota.

O Tio Lautério, me deu um baio de regalo
Que é um rancho de cavalo, de cruzá o mundo encilhado.
Me disse ele, que com calma e corda forte
E um arremedo de sorte, se faz um pingo domado...

E me garante, que com pingo que se assusta
Geralmente a gente custa, pra tirar sestro e mania.
Pois acredita em bocal, espora e reio
Pro causo dum tempo feio, se topar com ventania.

Um dia desses, acomodo um do meu jeito
E aperto no osso do peito, a cincha no meu lobuno.
E num trancão, no Tio Lautério me apresento
Pra mostrar o fundamento das doma do seu aluno.

Pois sou do campo, donde nasce o pega-pega
E a potrada ainda se nega, quando o vento faz assombro.
E já lhes disse, donde hay razão, hay sustento
E poncho que topa vento, sabe quem vai pelos ombros!


De Fronteira E Chamamé


De Fronteira E Chamamé
(Rodrigo Bauer, Luciano Maia)

Quando a alma de fronteira morde o freio e longe vai,
O silêncio se emociona, transformado em sapucay!
O meu baio troca orelhas e parece que prevê
Que o instinto me convoca pra bailar um chamamé!

Troco o flete pelo barco... O Uruguai se faz pequeno
Pra saudade que eu abraço quando abro estes dois remos!
O meu peito tem remansos, camalotes, cachoeiras...
E nas cheias lava as mágoas aumentando as corredeiras!

A bailanta é de campanha, não tem luxo no lugar,
Mas tem uma correntina que acorrenta o meu olhar!
Traz nos olhos dois candeeiros que não cansam de luzir
E a magia da lunita que ilumina Taragüí!

Só quem mora na fronteira sabe o antes e o depois
De quem tem um só destino mas divide ele por dois...
Pois quem ama na argentina mas trabalha no brasil
Traz a alma canoeira recortada pelo rio!

Um cambicho desconhece as fronteiras e a distância,
Não importa se o sujeito é doutor ou peão de estância!
Chega manso e nos envolve, mesmo sem dizer porque
E é por isso que eu me encharco de fronteira e chamamé!