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Pra Poncho Que Topa Vento

Pra Poncho Que Topa Vento
(Luciano Maia, Gujo Teixeira)

Venho do campo, onde a indiada se governa
E tem mais força na perna, quando cobra as precisão.
Firmo as esporas, onde a estrela da roseta
Risca o couro da paleta, no susto de um redomão.

Cavalo novo, que se assusta é um causo feio
Há de se firmar no freio, mas com jeito e mão certeira.
Por quase nada, se corta a boca de um pingo
Ainda mais se um domingo, se cruza a segunda-feira.

Faz muito tempo, que estendo pingo na estrada
E ando de espora atada, calçando no estrivo as bota.
Mais tempo ainda, venho aprendendo com os outro
Que é o lombo de um potro, que deixa as pernas cambota.

O Tio Lautério, me deu um baio de regalo
Que é um rancho de cavalo, de cruzá o mundo encilhado.
Me disse ele, que com calma e corda forte
E um arremedo de sorte, se faz um pingo domado...

E me garante, que com pingo que se assusta
Geralmente a gente custa, pra tirar sestro e mania.
Pois acredita em bocal, espora e reio
Pro causo dum tempo feio, se topar com ventania.

Um dia desses, acomodo um do meu jeito
E aperto no osso do peito, a cincha no meu lobuno.
E num trancão, no Tio Lautério me apresento
Pra mostrar o fundamento das doma do seu aluno.

Pois sou do campo, donde nasce o pega-pega
E a potrada ainda se nega, quando o vento faz assombro.
E já lhes disse, donde hay razão, hay sustento
E poncho que topa vento, sabe quem vai pelos ombros!