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Mostrando postagens com marcador Erlon Péricles. Mostrar todas as postagens
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Eu Quero Ser Do Mundo

Eu Quero Ser Do Mundo
(Érlon Péricles, Zelito Ramos)

Eu quero ser do mundo,
Abrir porteiras.
Conhecer novas paisagens
Seguir além.
Deixo meu barco solto na correnteza
Pra buscar os caminhos que me convém.

Uma inquietude racha a tampa da caixa
Me deixa louca, me deixa solta
Beijando a boca da solidão.

Sou mais um pirilampo num céu de estrelas
Guardando a luz que vem da boieira
Pra iluminar toda a escuridão

Vem um sonho e me leva nesta viagem
Se vou contigo tenho coragem
Minha saudade vai me valer.
Pela fronteira larga do sentimento
É o meu coração que segue no vento
Nas asas leves do teu querer.

Bota o caldeirão pra ferver!
Bota o coração pra sonhar!
Quero ver quem paga pra ver
Até onde eu posso chegar.

Alma Chamamecera

Alma Chamamecera
(Érlon Péricles)

Minha alma chamamecera
Solfeja notas em assovio
E eu perco a noção das horas
Ponteando o pinho em noites de frio.

Saudades da terra boa,
Cheiro de mato, costa de rio
É a tristeza que se achega
Chaira sua faca, aumentando o fio.

Por que será que se parte?
Por quantas vezes me perguntei
Ganhei o mundão por diante
Buscando os sonhos que inventei

É preciso andejar muito
Pra descobrir o que agora sei
Coisas que tinham valor
Com o passar do tempo, hoje já não tem.

É estranho esse sentimento
De amor profundo por nosso chão
Fica guardado no peito
Bem lá no fundo do coração

E quando menos se espera
Vem desaguar na foz da emoção
Vem me sofrenando a alma
E a saudade cobra recordação.

O rio dos olhos se inunda
Sai do seu leito, campo afora vai
Levando tudo por diante
Feito as enchentes do Uruguai
Um verso amigo se achega
Pra enxugar o pranto que do rosto cai
O peito transborda mágoa
E a garganta arde num sapucay.

Ao Sopro Da Chacarera

Ao Sopro Da Chacarera

(Érlon Péricles)

Sopra um vento da Argentina
Cruzando o rio Uruguai
Atravessa a pampa inteira
Deixa marcas onde vai

Vem trazendo na garupa
Una hermosa chacarera
Canção de luta e lamento
Que vem abrindo porteiras.

Vem do norte, vem chegando
Parceira da voz do vento
Um canto de terra e gente
De sonho e de sentimento

Guitarra e bombo leguero
Mescla de sangue e raiz
Um grito de liberdade
Ecoando ao sul do país.

Sopra, sopra chacarera
Voando na imensidão
Os ventos do teu compasso
Nos conduzem pela mão

Sopra, sopra chacarera,
Alma índia em devoção
Sopro que cruza a fronteira
Bate, bate coração.

Chacarera de los vientos
Canto de alma guerreira
Vem buscando novos rumos
Novas cores de bandeira

Asi se vá con sus sueños
Enchendo de luz a pampa
É a força bugra da raça
Em cada voz que te canta.

Cria Do Carajá

Cria Do Carajá
(Tadeu Martins, Érlon Péricles)

“Abro meu peito cantando, amigos peço atenção
Quem nasceu como eu nasci no berço da tradição
Defende a poesia xucra com alma e com devoção
Sou gaúcho missioneiro e morro pelo meu chão!”

Sou missioneiro... Pilincho-telha
Terra vermelha no meu patuá!
Eu uso a cruz de quatro braço
E mais dois braço, se precisá!

Sou missioneiro de qualquer lado
Fui batizado, no Carajá
Pego serviço com meus arreios
Não tem corpeio, quando é pra já!

Fim de semana, onde me embromo
Por onde eu tomo meus guaraná,
Tenho um enredo, Cuñatay...
Que conheci num ah! ah!ah!

A campo fora canto à porfia
Trago a mania, desde piá!
Quando me agarro numa alaúsa
Eu tenho cruza com tamanduá!

Sou missioneiro... Pilincho-telha
Terra vermelha no meu patuá!
Eu uso a cruz de quatro braço
E mais dois braço, se precisá!

Um dia eu largo, da vida bruta...
Desta labuta, ao Deus dará,
Finco meu rancho e junto uns troço
E será nosso meu carajá!

Querência choca, pipiricando
Fica ciscando pra alimentar
Assim é a terra de amor comum
Pra que nenhum vá se extraviar

Asi Se Va Por El Sur

Asi Se Va Por El Sur
(Érlon Péricles)

El viento viene cantando por las cañadas
Canciones de campo y rio trae en su voz
Recuerdos de vida y sueño, memórias de luna y sol
Llevando su sentimiento y su soledad
El viento cruza la pampa y guarda secretos
Campeando viejos caminos al tiempo vá.
Llegando de manso al cielo,
con la esperanza del pueblo
Llevando su sentimiento y su soledad
Y asi se va por la noche,
Y asi se va por el sur
Y asi se va por la noche
Con sus estrellas de luz.
Con sus estrellas de luz,
Asi se va por el sur
El viento lleva sus penas y su coraje
Camina con la verdad por el sendero.
Tiene tristeza en el alba
Y asi viaja com sus sueños
Y en el corazón del pueblo tiene um lucero.
El viento cruza la pampa y guarda secretos
Campeando viejos caminos, al tiempo vá.
Llegando de manso al cielo, con la esperanza del pueblo
Llevando sus sentimientos, su soledad.

No Fio Da Milonga

No Fio Da Milonga
(Érlon Péricles)

Quero ver sumir a desilusão que trago no peito
Quando esta milonga ferir bem fundo o meu coração
Quando ela me corta sangra a tristeza daqui de dentro
Que vai se esvaindo por entre as cordas do meu violão

Seu talho é profundo e vem procurando matar a mágoa
Que há muito tempo fez dos meus olhos a sua casa
Vem neste entreveiro terceando ferro de rima afiada
Uma briga feia batendo adaga co´a solidão

Afio a faca no verso na pedra da inspiração
Sinto que o fio da milonga foi chairado na emoção
Arrabalera se achega me causando um arrepio
Vem me cortando de acordes pra sangrar em seu fio

Abre Essa Gaita

Abre Essa Gaita
(Zelito Ramos, Erlon Péricles)

Quando a gaita chora
O sorriso aflora
A saudade estanca,
Quando abre o fole
Arrepio na pele
Nó na garganta...

Um mate, uma prosa,
Um beijo, uma rosa,
Pra me conquistar,
Um olhar sereno
E esse jeito bueno
De me acompanhar.

Assim é a vida
A estrada é comprida
Aprendemos mais,
Caminhando junto,
Descobrindo o mundo
Sem olhar pra trás!

A canção em brasa
Ilumina a casa...
Faz acontecer,
Toda melodia
Na sintonia do bem querer.

Abre essa gaita que eu abro o peito num chamamé...
Abre essa gaita de luz e sonho, de força e fé...
Abre essa gaita que eu abro o peito num chamamé...
Abre essa gaita que to contigo pro que vier!