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Mostrando postagens com marcador Dilan Camargo. Mostrar todas as postagens
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Pampa Pietá

Pampa Pietá
(Dilan Camargo, Newton Bastos)

Ó mãe das nascidas manhãs
Os cães farejam tuas irmãs.
Tende piedade de nós
Herdeiros, parceiros
Dos pecados do mundo
No campo
No amplo
Na pampa sem fim
Tende piedade de nós.

Pampa, pampa
Pampa, pietá!
Pampa, pampa
Pampa, pietá!

Pampa
Quanta soga
Quanta sova
Quanta cova
Sem altura
Sepultura
Pá de corte
Ao pé da morte.

Ó pai dos rebanhos das reses
Ouve o tamanho das rezas.
Tende de piedade de nós
Campeiros, tropeiros
Despiedados, sem mundo
No campo
No amplo
No pampa sem fim
Tende piedade de nós.

Pampa
Quantas luas
Sangas nuas
Dores tuas
Só lonjuras
Criaturas
Pés sem sorte
Fé prá os fortes.



Pampa Pietá - Os Posteiros by guascaletras

Rio Das Lágrimas


Rio Das Lágrimas
(Dilan Camargo, Newton Bastos)

Eram armas de Castela
Contou a velha mestiça
De Portugal também vinham
E a paz nos olhos não tinham

Chereçá Apacuí
Chereçá Apacuí
Nas coxilhas de Marica
Nas serras do Batovi

O rio nasce dos olhos
A luz nasce do olhar
A lágrima dos vencidos
Em vida se transformar

Rio das lágrimas
Rio das lágrimas
Correnteza de tristezas
Quando Sepé chorou

Ameríndio esse rio
É um fio, filete, caudais
A lágrima dos vencidos
Não se chora nunca mais
Não se chora nunca mais
Nos campos meridionais

Abrindo Caminhos

Abrindo Caminhos
(Dilan Camargo, Celso Bastos)

Cavalgo por algo
Neste campo absoluto
Meus palas de festa
Meus palas de luto
O vento na testa
Nada mais escuto.

Cavalgo por algo
E me largo no infinito
Minhas tropas e coplas
Minhas guerras e mitos
Adaga nas manoplas
A vida é um grito.

Cavalgo por algo
Nesta viagem em que trago
O meu par de esporas
Estrelas sonoras
Abrindo caminhos
Na luz das auroras.

Cavalgo por algo
Neste lago verde e raso
Na língua que falo
O sol dos ocasos
Os cascos e os causos
Dos homens cavalos.

Cavalgo por algo
Neste sul que foi azul
Ainda não cheguei
Na fonte me procuro
Mas cavalgar eu sei
Ao rio do Futuro.