Vida De Peão

Vida De Peão
(Enio Medeiros, Rogério Villagrán)

Com minha mala no ombro chapéu de aba tapeada
Um pañuelo colorado e o pala da cor da geada
Quando o sol mostra o fucinho entre os ramos da canhada
Eu já tô com as trouxa pronta esperando na parada

A embarcação barulhenta se arrasta batendo lata
Levo lembranças amigas, recuerdo, saludo e plata
Esta noite eu perco a doma e arrasto as alpargatas
Lá no rancho do Abrelino, nos braços de uma mulata

De vez em quando, quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

Já paguei conta atrasada
Sempre fui um bom pagador
E na rua do chapéu
Posei enredado de amor
Comprei um par de bota nova
E um pala bueno de fato
E domingo gastei uns trago
Com as moça do maragato

Segunda-feira bem cedo, me acordo lôco de pena
De não ter guardados um quilo dos carinhos da morena
Volto à estância novamente, pois esta vida é um confronto
Rebentando aspa de boi, trompando égua dos encontro

De vez em quando, quando posso
Dou uma voltita no povo
Tiro uns três ou quatro dias
De retoço com as guria
E volto pra estância de novo

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