(Zeca
Alves, Daniel Cavalheiro)
Quando
o silêncio vai pelo caminho, buscando a volta que a estrada tem,
Levo
comigo as penas que me tocam, e tiro delas o que me convém;
Mirando
longe, vou livrando as pedras, nesse destino que se fez regalo,
Pois,
hoje sei que a cruz que se carrega não é motivo pra estropiar cavalo.
Levei
um tempo pra entender a vida, na direção daquilo que procuro,
E
perceber que a luz mostra o sentido, pra guiar quem vê melhor no escuro;
Talvez,
por isso, encilho pingos "buenos", e não sofreno, por saber que
assim...
Evito
a dor primeira de cortá-los, e a do remorso que ia ser pra mim.
Se
tenho sede de uma boa aguada, e de uma sombra pra desencilhar,
A
própria sede serve de motivo, pra que eu procure onde descansar;
Digo,
em verdade, que os meus cavalos, são a razão deste pensar, também,
Porque,
se levo algum pelo cabresto, tem um disposto a me levar além...
A
cada escolha que me dita um rumo, se estende o rastro pelo corredor,
Com
fé na alma, vejo as consequências, e se me fiz, ou não, merecedor;
Por
ter saído em busca de respostas, a vida, às vezes, cobra mais empenho,
Daí,
reviso minhas atitudes, pra evoluir nessa missão que tenho.
É
mais feliz quem sabe ver o mundo, com olhos claros, muito além daqui,
E
recomeça reparando os erros, quando descobre a humildade em si;
Nem
sempre o mínimo que faço é pouco, nem sempre o máximo é suficiente,
Só
que meu ser tende a cuidar com jeito, do que preciso pra seguir em frente.
Notei
então que, nada é por acaso, tão logo, a sina me afastou dos meus,
E,
que a lonjura que nos faz distante, nos aproxima ainda mais de Deus.
Mas,
se tiver de ser, que assim seja; sigo adiante no meu estradear,
Conforme
posso, num tranco largo, sou dos que sabem onde quer chegar.
Mas se tiver de ser, que assim seja...
Mas se tiver de ser, que assim seja...