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Identidade De Campo

Identidade De Campo
(Anomar Danúbio Vieira, Rogério Melo)

Ergo meu canto e me acho
“Muy gaúcho... Cual Martin Fierro”
E em qualquer lombo de cerro
Faço morada e me planto

Por Rio Grande me garanto!
Sempre que calço as esporas
E largo assim, campo a fora
Toda emoção deste canto.

Canto de pampa e estância
Mais novo a cada manhã,
Na goela de algum “tajã”
Semeia a sina andarilha...

É cheiro de maçanilha
Que brota xucra da terra,
Voz de querência que berra
Num parador de coxilha.

Num entrevero de patas
Meu canto é doma e carreira
É rangido de porteira
No vai e vem das cruzadas,

É a alma da gauchada
Nos gestos da minha gente
Que vive e morre contente
Só por se livre...e mais nada!

Sempre que canto... renasço!
Volto às planuras de novo
Buscando origens de um povo
Que fez pátria de a cavalo
E que deixou de regalo
Pra nós, herdeiros da história!
Um torrão pleno de glória
E a identidade ao cantá-lo.

Canto de tropa estendida,
Seiva de grama pisada
Pelos cascos da potrada
Que no varzedo retoça,

Fruta que aos poucos se adoça
A cada noite de geada
É chuva forte, guasqueada
Que nas estradas faz poça.

Canto as coisas do meu povo
Suas crenças, tradições
Campos, mangueiras, galpões
Gineteadas e bochinchos

Berros de touro, relinchos
Orquestrando as invernadas
Marcas de laço queimadas
Num tirador de capincho

Sempre que canto... renasço!
Volto às planuras de novo
Buscando origens de um povo
Que fez pátria de a cavalo
E que deixou de regalo
Pra nós, herdeiros da história!
Um torrão pleno de glória
E a identidade ao cantá-lo.