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DE GEADAS, MILONGAS E SAUDADE

Título
DE GEADAS, MILONGA E SAUDADE
Compositores
LETRA
ADAIR DE FREITAS
MÚSICA
ADAIR DE FREITAS
Intérprete
ADAIR DE FREITAS
Ritmo
MILONGA
CD/LP
22ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
Festival
22ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


DE GEADAS, MILONGAS E SAUDADE
(Adair De Freitas)

A madrugada não se acorda pros meus olhos
Que estão pasmados no negror da noite fria
Eu não consigo “desquinar” meus pensamentos
E nem dos galos posso ouvir a cantoria.

O que me vale é o “bichará” cardado a gosto
Que amorna o catre neste agosto que se alonga
Pra reaquecer a coração “encarangado”
Que só se acorda com acordes de milonga.

Como são largas essas noites aporreadas
E este silêncio faz rumores na minh’alma
Vem a saudade no meu rancho bater palmas
Buscando achego pra viver amanunciada.

E vou abrir pra esta gaviona companheira
Meu rancho pobre onde mora o desencanto
Esta saudade amiga antiga do meu canto
Vai ser motivo pra que eu cante a vida inteira.

A geada grande que deitou sobre a coxilha
Espera o beijo do sol quente da manhã
Pra derramar-se pelas várzeas que amanhecem
No grito alerta da garganta dos tajãs.

Logo de noite vou prender um fogo grande
Vou milonguear até que o sono então me abraçe
Pois aquecido no calor da minha guitarra
Nem geada fria esfria um canto que renasce.