Bastos Potros e Guitarras
(Rogério Villagrán, César Oliveira)
Bastos, potros e guitarras
Guitarras, potros e bastos
Cantigas cheirando a pastos
Milongas, polcas, chamarras
Um maula berrando forte
Um recal ringindo os tentos
Contra-punteando com os ventos
Que se levantam do norte
Se eu pudesse cantar versos
Como sou esporeador
Conquistava a china Rita
Cantando versos de amor
De um potro faço a guitarra
Da guitarra faço um potro
E antes que a noite me alcance
Largo um e encilho o outro
Quem me dera ter na alma
O corpo de um Martin Fierro
E as batidas de um cincerro
Me atormentando a calma
Quem me dera ter nos dedos
O que sobra nas esporas
Pra guitarrear nas nas auroras
E revelar mil segredos
Porém me sobra o que tenho
Pois tenho pouco floreio
Meu canto é mescla das ânsias
Dos que vivem dos arreios
Sovéus, maneias e riendas
Fazem parte dessa farra
Porque a vida entreverou
Bastos, potros e guitarras