Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador 15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA. Mostrar todas as postagens

BOLICHEIRA

 

TÍTULO

BOLICHEIRA

COMPOSITORES

LETRA

JORGE MODESTO

MÚSICA

MARCELO HOLMOS

INTÉRPRETE

RAINERI SPOHR

RITMO

MILONGA

CD/LP

15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO GAÚCHA

FESTIVAL

15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO GAÚCHA

PREMIAÇÃO

SEGUNDO LUGAR

MELHOR INTÉRPRETE

 

Bolicheira

(Jorge Modesto, Marcelo Holmos)

 

Te vi arrastando alpargata despachando no balcão

Balconeira flor mulata bolicheira do rincão

Do vai e vem teu vestido que um dia foi colorado

Agora acena um saludo num vai e vem desbotado

 

Pero te resta o perfume que paira doce pulpera

O teu aroma resume os jardins desta fronteira

Recostada flor da pampa adornando o mostrador

Que ali destaca a tua estampa que anda indisposta pro amor

 

Mas sei que o teu cruzador  

Hoje um cerne, corunilha

Que um dia no picador

Pro fogo vai ser a estilha

 

Te vejo arrastando alpargata no mesmo tranco de outrora

Tu mansa e sempre solita sem ganas de quem lhe adora

E assim a vida com calma me fez sentir bem na pele

Que não há segredos da alma que a conduta não revele

 

Se hoje sou conhecedor, nego que andei te cuidando

Mas eu não sou um golpeador e os anos foram cruzando

Recostada flor da pampa adornando o mostrador

Que ali destaca a tua estampa que anda indisposta pro amor

 

Mas sei que o teu cruzador  

Hoje um cerne, corunilha

Que um dia no picador

Pro fogo vai ser a estilha

 

 

 

ENTRE DEUS E OS QUE ME ESCUTAM


TÍTULO
ENTRE DEUS E OS QUE ME ESCUTAM
COMPOSITORES
LETRA
LISANDRO AMARAL
MÚSICA
LISANDRO AMARAL
INTÉRPRETE
LISANDRO AMARAL
RITMO
MILONGA
CD/LP
15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
15º ACAMPAMENTO DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES

ENTRE DEUS E OS QUE ME ESCUTAM
(Lisandro Amaral)

Rebenque argola de alpaca,
Mais que humilde nazarena,
Um baio de tranco manso
Que apelidei Lua Buena

Cuido um campo - como meu -
Entre a fé destas ruinas
E o que eu recorro cantando
Benzo com vento nas crinas.

Eu cuido um campo entre Sete Reduções
Reserva bugra de empedrado e mato fundo
Eu cuido um campo onde ao redor florescem grãos
E os meus irmãos sabem bem pouco do meu mundo

Eu cuido um campo entre Deus e os que me escutam
Reservo a voz juntando gado em mato fundo
E os palcos largos que me esperam canto antigo
Rezam comigo todo amor que devo ao mundo

Abro picadas pra o gado
Que há muito não ia lá
E um zaino bueno que encilho
Guarda pitangas no olhar

Bocal de ouro em sua raça
Hoje em pilchas couro cru
Cincha terneiro, amadrinha
E às vezes corre um tatu.
    
Pedi nas rezas este campo e pingos novos
Reservo a eles meus conselhos cavaleiros
Onde as coxilhas no outono abrigam gado
Vou educá-los como pingos de guerreiro

Eu cuido um campo entre ruínas e miséria
Pele morena avermelhando m’boitatá
Nasci num pago onde a semente anda mudando
E poucos sabem porque vim Maçambará

Cavalo bom companheiro
É o que respira sereno
Engrossa o pelo no inverno
E sabe a hora que enfreno

Eu seleciono tropilhas
Recorredor envelheço
Respeito o campo e seu povo
E o que me toca agradeço

Nas noites claras rezo em canto aos que me escutam
Reservo ao índio meu pedido de perdão
Também de pedra meu cantar não se termina
Pois tenho a sina Tiarajú no suor das mãos.