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Pra Se Libertar

Pra Se Libertar
(Rodrigo Bauer, Raul Quiroga)

Não basta o tempo de saudades longas
Nem chuvas grandes prenunciando estio,
Pois se a garganta já não traz milongas
A sua sede é bem maior que um rio...

Feito as barrancas que não vão embora,
Fiquei sozinho neste velho cais,
Porém o sonho nunca se demora
Tal como as águas que não voltam mais!

Não basta o sol ou mesmo um céu de estrelas
Que se completem num sinal da cruz,
Pois se meus olhos já não podem vê-las
Não é por falta de nenhuma luz...

A minha alma já viveu repleta
Perdeu as luzes desse olhar vazio,
Mas é preciso escuridão completa
Pra que ela sinta tudo o que não viu!

Não basta o vento repontar recados,
Nem céus abertos pra se libertar,
Pois mesmo o sonho que se faz alado
Não abre as asas se não quer voar...

Em cada porto um novo olhar me espera,
Mas não me deixo navegar assim;
Minha canoa já ficou tapera
Talvez de tanto naufragar em mim!

Não basta o sol ou mesmo um céu de estrelas
Que se completem num sinal da cruz,
Pois se meus olhos já não podem vê-las
Não é por falta de nenhuma luz...

A minha alma já viveu repleta
Perdeu as luzes desse olhar vazio,
Mas é preciso escuridão completa
Pra que ela sinta tudo o que não viu!

"Não basta o tempo de saudades longas
Nem chuvas grandes prenunciando estio,

Não basta o sol ou mesmo um céu de estrelas
Que se completem num sinal de cruz,

Não basta o vento repontar recados,
Nem céus abertos pra se libertar..."


Intérprete: Raul Quiroga


Alma De Um Poeta

Alma De Um Poeta
(Robson Garcia)

Quisera fazer poemas
Que já nascessem perfeitos
Quem sabe eu fosse um poeta
Deixavas as portas abertas
Pra o verso fugir do peito

O coração emudece
Se a inspiração vai embora
Inquieta persiste a alma
E o poeta só se acalma
Se na ideia um verso aflora

Quem cresceu fazendo versos
Não vive de solidão,
Pois na alma de um poeta
A poesia voa quieta
Com as asas da emoção

Talvez buscando algum rumo
Os versos partem também
Alguns nos trazem só flores
Outras promessas de amores
Mas nunca dizem de quem

Eu sei que a dor das canetas
Não vive sobre o papel
Se a alma do poeta é pura
Faz do fel das amarguras
Um doce favo de mel

Quem cresceu fazendo versos
Não vive de solidão,
Pois na alma de um poeta
A poesia voa quieta
Com as asas da emoção


Intérprete: Robson Garcia