Sempre Ao Fim Da Lida
(Leonardo Quadros)
Sempre ao fim da tarde
quando o sol vai indo embora
Refletem na aguada lua e
estrela de espora
Na água do açude mata a
cede e lava o lombo
E ao chegar nas casas o
campeiro faz o fogo
Mate e prosa boa no galpão
da velha estância
Descansam arreios já
surrados das distâncias
E ao pé do fogo onde pinga
o costilhar
Nasce um verso novo na
guitarra a bordonear
Um mate cevado recostado
na cambona
Um cusco do lado, e
silenciar de choronas
Descanso dos tauras,
campeiros das sesmarias
Galponeando a vida no
final de mais um dia
Camas de pelego forram o
chão desparelho
Calam-se as basteiras e o
estouro dos relhos
Então o silencio toma
conta do lugar
Só se ouve um grilo sua
toada cantar
Descansam os tauras
campeiros das sesmarias
Esperando aurora pra
despertar mais um dia
E empeçar a lida na
clarinada dos galos
Sovando os arreios no
lombo de seus cavalos