Prá Bailar De Cola Atada
(Anomar Danúbio Vieira, Juliano Gomes)
De vereda me acomodo, se d’um baile sinto cheiro
Sacudo o pó da mangueira, lá no açude do potreiro
Encharco de amor gaúcho a estampa de um peão campeiro
Por que sei que na minha terra dá pra confiar nos gaiteiros.
Pra bailar de cola atada campeio a volta do mouro
E um par de esporas prateadas, saio beliscando o couro
Levo na alma a esperança de hoje enfrena um namoro
E um três oitão das confiança, pra causo algum desaforo.
Vou tirá china mais linda pra bailar de cola atada
E se não souber dançar ensino e não cobro nada
Depois que meto o cavalo seja lá o que Deus quiser
Pois sou do tempo que os home ainda gostavam de mulher.
A cordeona dá um gemido a polvoadeira levanta
E eu já de pala encardido arrasto o pé na bailanta
Vou cochichando no ouvido meu segredo pra percanta
E bem campante convido pra tomá um samba com fanta
Se debrucemo na copa e ali troquemo uns carinhos
Com juras de amor eterno, ninguém quer morrer sozinho
Não me tenteia morena que tu é flor cheia de espinho
E eu tô loco de vontade de te arrastar pra o meu ninho.
Vou tirá china mais linda pra bailar de cola atada
E se não souber dançar ensino e não cobro nada
Depois que meto o cavalo seja lá o que Deus quiser
Pois sou do tempo que os home ainda gostavam de mulher.