Por Trás De Um Violão
(Luiz Carlos Ranoff, Jair Medeiros)
Por trás de um violão que toca,
Há mistérios e magias
Segredos e confissões
Que se disfarçam na poesia
Tem um coração que se entrega
Quando canta o amor
Mas se for preciso veste a farda
Pra enfrentar o dissabor
Por trás de um violão que toca,
Tem discórdia e rebeldia
Nuances de liberdade
Nas entranhas da harmonia
Tem o pó da estrada, o breu da noite
E o orvalho da manhã
O canto de um povo
Que respeita sua história
E a rudeza dos galpões com picumã
Por trás de um violão que toca
Há um rio de emoções
São lágrimas e suor
Que vão regando as canções
Escorrem pela face
Param na concha da mão
Pra saciar a sede do violão
Por trás de um violão que toca,
Há encontros e partidas.
Saudades que cicatrizam
Antes de virar ferida
O medo de um dia não poder
Mais “amassar” seu próprio pão
E que falte rima para os versos,
Qual semente para o chão.
Por trás de um violão que toca,
Há quem cante e é feliz.
Embora sangre mazelas
Pelos veios do país
Atrás do violão existe alguém
Que quer alimentar os seus
Não julgue, pois que, toca e quem canta,
Segue apenas seu destino
E este, é um dom de Deus.