Recuerdos da 28
(Knelmo Alves, Francisco Alves)
De vez em quando, quando boto a mão nos cobre,
Não existe china pobre nem garçom de cara feia,
Eu sou de longe onde chove não goteia
Não tenho medo de potro, nem macho que compadreia.
Boleio a perna e vou direto pro retoço,
Quanto mais quente alvoroço
Muito mais me sinto afoito.
E o chinaredo que de muito me conhece
Sabe que pedindo desce meu facão na 28.
Remancheio no boteco ali nos trilhos
Enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho,
Ouço o mugido, o barulho da cordeona
E a velha porca retoçando no salão,
Quem nunca falta é um índio curto e grosso
De apelido de pescoço, da rabona o querendão.
Entro na sala no meio da confusão
Entro meio atarantado que nem cusco em procissão
Quase sempre chego assim meio com sede,
Quebro o meu chapéu na testa
De beijar santo em parede.
E num relance se eu não vejo alguém de farda eu grito:
- Me serve um liso daquela que matou o guarda.
Guardo o trabuco empanturrado de bala, meu facão,
Chapéu e pala e com licença vou dançar,
Nesses fandango levo a guaica recheada
Danço com a melhor china, que me importa de pagar,
O meu cavalo eu deixo atado num palanque
E só não quero que ele manque
Quando terminar a farra.
A milicada sempre vem fora de hora,
Mas eu saio porta a fora só quero ver quem me agarra.
Desde piazito a polícia não espero
Se estoura rebordoza me tapo de quero-quero,
Desde piazito a polícia eu não espero
Se estoura a rebordoza me tapo de quero-quero.
Entro na sala no meio da confusão
Entro meio atarantado que nem cusco em procissão
Quase sempre chego assim meio com sede,
Quebro o meu chapéu na testa
De beijar santo em parede.
E num relance se eu não vejo alguém de farda eu grito:
- Me serve um liso daquela que matou o guarda.